Instantes !
Onde estão os namorados, os amigos, os amantes e os laços de afecto e carinho? Em que sentido viajam os sonhos, as promessas depositadas no nosso colo quando a inocência nos vestia, as esperanças adocicadas num futuro risonho de verdes anos e as mágicas estórias de felicidade eterna? E as noites, estreladas e resplandecentes de um luar brilhante, alimentadas de palavras sussurradas ao ouvido e que lambuzavam e derretiam o coração?
Por que raio de caminhos e trajectos negros, sombrios e dispersos nos perdemos todos, como se hoje estivéssemos aqui numa terra desconhecida, rodeada de gente estranha, sem raízes, sem memórias, sem nada ?
As esperanças rasgadas em mil pedaços, deitadas ao sabor da brisa, levadas pelo vento para lugares onde ninguém as entende e deixando-nos por isso, rodeados deste silêncio ensurdecedor que nos enlouquece e ultima miseravelmente...
Percorremos os dias repetindo os gestos, mas uma vez deitados no nosso leito diário, a dor no corpo tolhe-nos e incapacita-nos, deixando a nú o cheiro e o peso da solidão. Que fazer com o resto dos dias, com os resquícios das ilusões manchadas pelas marcas do tempo, das desilusões vividas e da longínqua recordação do que um dia foi?
Alimento a esperança de agarrar o tempo numa outra vida. A experiência desta, encoraja-me...
sábado, dezembro 09, 2006
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