terça-feira, maio 19, 2009

Lugares…

Divagando sem rumo ao bom sabor do tempo que não me consome ou desespera, deambulo pelos encantos naturais do que mais ambiciono, do encontro que me leve para um nível de maior satisfação, do lugar onde me permita tocar tudo aquilo que não alcancei enquanto podia…
Apoio-me na saudade vivida, no retrato típico de pinturas já desfeitas, nas intermináveis viagens pelo parco mar de gente que com o seu tradicional acolhimento, nos recebia e nos fazia seus.
Lindos esses magníficos roteiros que saudavelmente percorríamos, sempre com a enorme vontade de um destino que mais não era do que a recompensa pelo próprio trajecto em si… Souberam-me bem os enormes caminhos palmilhados com a velocidade possível, presenteados com o que de melhor sempre tivemos, totalmente revestidos pelas imagens que mormente me perduram e ecoam em cada momento…
Vivo ainda pela brisa que me refrescava e fazia respirar, pelos odores que tão caracteristicamente me identificavam o que ainda não via, pelo olhar que no horizonte se desprendia e tudo captava com a curiosidade de quem tudo queria descobrir…
Que bom foi viver assim!
Revivo cada pedaço de chão sempre em comunhão com as gentes desses lugares, sorrindo perante a humildade da casa que nos ofereciam, da cama com que nos faziam descansar, da boa vontade das suas mesas com o que de melhor nos poderiam presentear…
Lamento o desaparecer deste regresso àquilo que era nosso, ao retorno para junto daqueles que avidamente nos esperavam e sorriam pela nossa simples presença. Entristeço-me pelo perder destes entes queridos, pelas humildes casas que tantas vezes foram o nosso abrigo, pela sinceridade deste acolhimento e pelo calor constante do que nunca mais voltarei a ser capaz de sentir. Onde vive agora a típica alma desta multidão que com a pele gasta pelo tempo, jamais se preocupou a quem abraçava, com quem convivia e a quem sempre tão bem soube receber? Direi que hoje não passarão de futilidades e meras recordações pela exigência do nosso quotidiano.
Nada disto esquecerei, até porque hoje nada é assim…