sábado, agosto 30, 2008

Saudade!

Por onde andarás agora, o que farás desse lado enquanto em ti penso, por ti recordo e por ti lamento o tempo de espera que jamais me levará a qualquer conclusão ou desfecho?
Não sei se chore novamente. Não sei se o mesmo desabafo me fará sentir bem, não sei se as lembranças dos momentos que juntos vivemos poderá ou não ser um perfeito aliado para tentar compreender melhor as dúvidas que agora me sufocam…
Tantas vezes me ajoelhei, rezei, pedi por ti e a resposta embora silenciosa e pouco palpável, sempre me pareceu confortante e apaziguadora. Será que sentes desse lado as minhas súplicas? Será que a minha força e intenção em cada um dos meus simples e inocentes actos, também te conseguirá tocar da mesma forma e de igual amplitude? Dá-me um sinal…
Diz-me por favor que o sufoco que sinto não é em vão. Que tudo aquilo em que acredito e faço de coração, tem realmente um intento, um desígnio e é sentido por ti onde quer que estejas, onde quer que te encontres, onde quer que este algo possa chegar.
Sem isso, ficarei à deriva e sem saber se realmente te importa…
Todavia, a fé e a crença interior acompanham-me como se ainda vivesses aqui. Mantenho vivo o fogo, conservando a mesma chama que crepita e se move com o mesmo espírito que sentíamos quando nos reuníamos. Lembro-me agora do que realmente vale a pena ser recordado. Nada mais parece importar…
Apesar de tudo, quebrei a promessa de não verter qualquer lágrima aquando da tua partida e se a mente me responsabiliza, o coração perdoa e preenche com a infinita bondade do seu viver. Prometo que serei mais forte, ainda que o tempo pareça demasiadamente lento a curar os males dos que por cá ficaram. Deixo o grito de revolta bem enterrado, em silêncio, sem querer recordar a mágoa e o choque sentidos no instante em que partiste.
Sinto saudades… Descansa em paz!

quinta-feira, agosto 28, 2008

Paixões…

Por entre a devoção e o sentir de um verdadeiro amor, invadem-me a incerteza e a ansiedade das emoções, dos suspiros e dos desejos que me cercam e me prendem.
Orgulhosamente, as fraquezas vingam-se em fortes, mostrando-o, crescendo, permanecendo intactas, indestrutíveis e repletas de um sentimento acompanhado de constantes dúvidas, ainda que de grandiosas esperanças, de felicidade crescente e de um profundo bem estar. Sente-se a força dos corações que brotam e irrompem dos nossos peitos. Batendo a um ritmo frenético, audaz e inconsciente, quase que se vislumbra o regresso ao nosso íntimo, à nossa génese e a tudo aquilo de que somos feitos.
Porque será a inconstância do amor, um rótulo tão semelhante a um regresso de estranha inocência, a uma inconsciência tantas vezes proibitiva e a uma forma de estar completamente descabida? Razões que a razão desconhece…
Afinal, nem tudo terá de ser explicado, mas apenas sentido. Age-se com o coração sem que a razão se intrometa, começando sem saber, apoiando sem querer, agindo sem pensar… Apenas o sorriso, o brilho revelador dos nossos olhos e os enormes feixes de luz que irradiamos, nos permite denunciar. Não nos escondemos e não conseguimos fazer por isso. Finalmente, parece que este estranho destino que diante de nós se depara, mais não é que um agitar de sentimentos. Fielmente, acorda-nos e faz com que sigamos atrás deste sonho, atrás deste regresso a um mundo de inocência e felicidade, atrás de um lugar onde a idade não existe e não se permite a viver, atrás de uma intuição cega, mas sempre repleta de significado…
Sim, sinto-me verdadeiramente apaixonado!

sexta-feira, agosto 08, 2008

Brisas!

Algures e perdido por entre os sonhos, vejo-te longinquamente vagueando pelos ares, dispersa, cadente e inexplicavelmente entregue ao sabor de algo, de alguma coisa, de qualquer coisa… No fundo, interiorizo-me e medito sobre a real força de ser capaz de me erguer, me sustentar, poder abraçar-te e puxar-te para mim… Será tudo isto um sonho em que do fundo do meu coração me apaixono, me sinto real, me sinto sem medos, sem receios, com uma vontade extrema de te olhar nos olhos, pegar-te pelas mãos e fazer com que me deixe guiar por uma espécie de destino apátrida ou desprovido de qualquer fonte de esterilidade?
Tantas, mas tantas vezes me sinto criança e me deixo adormecer embalado pela doçura dos teus braços… Tantas, mas tantas vezes me sinto tão aconchegado, que ao mesmo tempo pareço livre e capaz de levitar pelos ares… Tantas, mas tantas vezes me sinto numa encruzilhada e num pânico tremendo com receio de me deixares cair…
Vivo e julgo-me capaz de cruzar toda a imensidão que diante de nós se depara, se reveste e quase me faz esmorecer. Talvez prefira olhar primeiro, talvez deva acreditar um pouco mais antes desse enorme passo, talvez não pense e acredite na linguagem do meu querer, na vontade do meu saber, no instinto da minha liberdade…
Deixo de lado as inquietações e ainda meio disperso por esta estranha utopia, tento despertar para a realidade, transpondo o mágico poder da inconsciência para a objectividade dos meus intuitos. Finalmente e já acordado, sinto-te no meu íntimo, nos mesmos sonhos que contigo vivi, na forma abrupta e quase ficcionada com que os meus olhos se abriram e aos poucos tudo permitiram ver. Seja em corpo ou em espírito, sinto-me capaz de pela primeira vez te acompanhar, de deixar que a mesma vida que me parecia ter oferecido um legado à deriva, me acompanhe, me proteja e me reencaminhe ao longo do tempo. Tudo isto, acaba por ser afinal, um pequeno tributo a algo mais do que a minha própria força e vontade. Há por isso quem lhe chame destino, fatalidade, coincidência e até mesmo sorte. Para mim, será uma pequena brisa que me acompanha, lado a lado com os meus passos, protegendo-me, castigando-me, mantendo-me indissociável dela própria. Para mim, será uma mera questão de fé, um sentir-me acompanhado mesmo nos momentos de maior solidão. Para mim e mais do que uma cronologia de acontecimentos ao acaso, é ela quem juntamente comigo, os faz acontecer!