sexta-feira, abril 13, 2007

Paixão!

A doçura estampada no teu rosto, na ternura dos teus olhos, por onde me oculto do choro, por onde me fazes sorrir e mergulhas, transforma-me por completo e deixa-me rendido ao magnetismo da simplicidade do teu existir, vivendo em mim como a mais bela recordação de um tempo, de uma dádiva, de um verdadeiro sentimento…
Abençoado por este soberbo dom, agradeço o que recebo, o que dou e com o que vibro na singela presença de algo tão especial. Talvez o divino te tenha enviado, talvez um dia me tire, talvez tudo não passe de um sorriso angelical por uma troca amarga e azíaga, de um tempo que já findou, que marcou e se fez notar por uma curta mas vincada passagem. Que aprendizagem foi esta, ou que sinais terei eu descoberto com pequenos laivos de dor, pincelados de sentimentos, suavemente salpicados com cores esbatidas e sem nexo, transparentes ou mesmo distorcidos? Seria dor, mágoa ou simplesmente a nova sensação de um sentir que jamais pensaria voltar a ter sobre alguém?
Parece-me que a descubro novamente, com uma chegada curta e directa. Torna-se semelhante a algo quando sentes que existe e não sabes como te alcança, como o amante de quem sentes falta se apodera de ti, te embala e adormece contigo, aconchegando-te nuns braços doces, fortes e quentes nas noites frias de solidão... Quando a tocas e permites o mesmo, sabes e consegues segurá-la de um modo tranquilo, ameno, feliz, sentindo agora o conforto interior como um beijo sincero, como um abraço apertado, como um sorriso de esperança que tantas vezes julgaste perdido na imensidão do olhar. A tristeza que se viveu, ninguém a entendeu, talvez ninguém se tenha sentido tentado a fazê-lo, sequer…
Bastou um sorriso, ainda que timidamente parecesse frio e ainda que o suspiro tivesse sido nervoso e atabalhoado. Bastou apenas isso, para aprender na espera do tempo, que tudo recomeça, que tudo se inicia, que nada parece feito…
Quando se descobre, direi que finalmente existe! Chega entranhando-se de um modo lento, sem palavras ou melodias, transformando-se na mais bela das memórias, tornando-se parte de nós, alimentando-se para a eternidade, fazendo-se uso dela em cada etapa ou em cada pequena acção que tão simplesmente se pense realizar...

quinta-feira, abril 05, 2007

Explosão de cor!

Ainda embebido pela escuridão do sono, abro vagarosamente a cortina dos meus olhos, permitindo que o brilho, os contrastes, a cor e a nitidez formulem imagens, dêem forma ao que atinjo e me deixem seduzir pelo alcance da visão.
Ao longe, os primeiros feixes tornam-se evidentes, perceptíveis, contagiantes... A busca e o desejo de alcançar para lá do olho nú, acentuam-se, adensam-se e formulam em mim, a secreta esperança de um horizonte mais nítido, límpido, cristalino e livre de interferências. O constante e frenético processo de dilatação das pupilas, contagia a minha mente, mergulhando-a num vasto mar de cor, de forma, de texturas e de materiais, mantendo-me embriagado e sedento pela envolvência de um ambiente cada vez mais próximo. Os espectros visuais confundem-se, misturando as simples tonalidades do círculo cromático, com a a complexidade da área suavemente pixelizada e colorida.
Tudo ganha forma, tudo se veste em tons de agradável absorção e entendimento. Longe ou perto, a focagem completa-se com um fácil automatismo do meu obturador visual, com a irrigação de um campo suficientemente abrangente e sempre através de uma perfeita luminosidade, para que nada se torne demasiado denso ou invisível. As explosões de cor, sucedem-se, multiplicam-se, realizando-se num breve fechar de pálpebras, num pequeno e singelo pestanejar sem que nada se perca, sem que nada se abandone ao acaso, transformando cada pequeno slide, num película gigantesca e contínua.
A suavidade do que vejo contagia-me, não deixando que o ruído visual, perturbe as imagens que em mim se vislumbram. A imensidão do que alcanço, é tentadoramente bela!

segunda-feira, abril 02, 2007

Loucura!

Ambientes medonhos, soturnos e lúgubres, sombras em becos, vozes que ecoam actos despidos, excessivamente labirínticos em torno de um intenso mal-estar...
Estado de demência e loucura, condição da mente humana onde a sinto solta, bem viva e sempre pronta a atacar a paz generalizada de mentes desprotegidas. Adoro a demência bajulada com os seus cativantes comportamentos, motivando a curiosidade, espicaçando opiniões, absorvendo os mundos onde por momentos, a lógica natural é posta em causa e se questiona onde começa e termina o estado da insanidade.
Absorvo-te em mim, esperando que estranhes e depois te entranhes, com toda a estupidez das barreiras sociais, do senso comum, da ignorância doutrém, conseguindo desta forma, escoar o produto do desassossego da minha mente.
Actos impensáveis, situações surreais com atitudes submersas, ambíguas, incoerentes, cujo sumo dessas asserções, reside na mecânica e nas mensagens ocultas ou inerentes a uma temática malévola, descabida, perturbante, de uma constante inconstância que perdura e teima em não abandonar a mente inquieta. Alinham-se imagens perturbadoras, subvertendo pensamentos e sentimentos...
Mesmo embrenhado pela loucura, nada mais sou que um escoador de sensações e de momentos, usando o grito e o anormal comportamento para em pleno, a libertar!