terça-feira, fevereiro 14, 2006

Posses !

Não poderei ser amante, sentindo-me como que assexuado e preso a uma corda de amor...
Dificilmente viverei sem ti de uma forma ou de outra, admitindo que jamais serei ou conseguirei ser o que és, o que somos e o que sou a teu lado. Nem acabamos por descortinar um desfecho, uma solução final ou um epílogo directo, mantendo em ambos a viva esperança, de encetarmos o tratamento para esta contaminação que aos poucos nos consome e destrói.
Não posso ser os teus sinais, viver os teus ímpetos, sentir os teus impulsos nem tão pouco ser esse teu gelo que se acumula e amontoa, formando um icebergue de frieza e ríspidez, onde gostaria de adornar essas orlas e extremidades que tanto nos perturbam... Poderia ser o teu apocalipse e viver cada uma das nossas insignificantes vidas em ti, em mim próprio, tendo nele o bater de exterminação, ruína e perda total. Jamais serei como tu e nem mesmo esse ser abominável e hediondo que tanto pareço ser e a algo se assemelha, se conseguirá convencer ou transformar num amor distractivo que se atreve a tocar os limites da demência. Nunca serei a tua absolvição, ou o trajecto na cadência do teu consumo.
Não consigo...