A doçura estampada no teu rosto, na ternura dos teus olhos, por onde me oculto do choro, por onde me fazes sorrir e mergulhas, transforma-me por completo e deixa-me rendido ao magnetismo da simplicidade do teu existir, vivendo em mim como a mais bela recordação de um tempo, de uma dádiva, de um verdadeiro sentimento…
Abençoado por este soberbo dom, agradeço o que recebo, o que dou e com o que vibro na singela presença de algo tão especial. Talvez o divino te tenha enviado, talvez um dia me tire, talvez tudo não passe de um sorriso angelical por uma troca amarga e azíaga, de um tempo que já findou, que marcou e se fez notar por uma curta mas vincada passagem. Que aprendizagem foi esta, ou que sinais terei eu descoberto com pequenos laivos de dor, pincelados de sentimentos, suavemente salpicados com cores esbatidas e sem nexo, transparentes ou mesmo distorcidos? Seria dor, mágoa ou simplesmente a nova sensação de um sentir que jamais pensaria voltar a ter sobre alguém?
Parece-me que a descubro novamente, com uma chegada curta e directa. Torna-se semelhante a algo quando sentes que existe e não sabes como te alcança, como o amante de quem sentes falta se apodera de ti, te embala e adormece contigo, aconchegando-te nuns braços doces, fortes e quentes nas noites frias de solidão... Quando a tocas e permites o mesmo, sabes e consegues segurá-la de um modo tranquilo, ameno, feliz, sentindo agora o conforto interior como um beijo sincero, como um abraço apertado, como um sorriso de esperança que tantas vezes julgaste perdido na imensidão do olhar. A tristeza que se viveu, ninguém a entendeu, talvez ninguém se tenha sentido tentado a fazê-lo, sequer…
Bastou um sorriso, ainda que timidamente parecesse frio e ainda que o suspiro tivesse sido nervoso e atabalhoado. Bastou apenas isso, para aprender na espera do tempo, que tudo recomeça, que tudo se inicia, que nada parece feito…
Quando se descobre, direi que finalmente existe! Chega entranhando-se de um modo lento, sem palavras ou melodias, transformando-se na mais bela das memórias, tornando-se parte de nós, alimentando-se para a eternidade, fazendo-se uso dela em cada etapa ou em cada pequena acção que tão simplesmente se pense realizar...