Tributo!
Precoce o tempo, em que o choro da saudosa Lusitânia me orava tenebrosamente...
Ressurgindo perante a suave força da maresia, talvez houvessem sombras a mais, talvez fossem uma forma de amor perante a lua d’inverno, com o seu misticismo, com a sua posição em Mercúrio, com a doce tentação de Capricórnio a meus pés…
Que fantástica alquimia, perversa também, aquela que do seu estranho opiário me acorda com o bom sabor da eternidade, mostrando-me ainda assim a degradação e a sordidez, perante a maquiavélica tentação de tão envenenado presente.
Não me sinto o homem ou o ser mais maravilhoso, nem mesmo trajando uma segunda pele… Diante do abismo, sou carne, sou pele, sou sofrimento! Enfrentando-o, emudeço, desafiando-o, enforco-me! Recordo-me, dos tempos de criança… Da doença da alma que me reveste e não me consegue desprender. Abuso-me num complexo efeito, num vício solitário de desaparecer e tornar-me dentro da minha própria adaptação, um eterno espectador. Sinto cansaço… Cansaço dentro desta esperança rodeada de trevas, de ambiente nocturno, de abismo em forma de amor. Preciso rejuvenescer, acordar perante o infortúnio, erguer-me como se de tempestade fosse feito, como se de fogo me tornasse... Retiro ensinamentos, revelando astúcia e desmembramento! Vivo enquanto senhor de guerra, separado pelo amor que nos distancia, pelas serpentes que nos meus braços se formam, por dentro e acima de qualquer homem… Magoa-me esta estranha invasão, este mover num lado obscuro em que a força do cristal me obriga a adormecer e a encontrar o antídoto para a saudosa memória de todos os filhos da nossa terra. Talvez o sangue me diga do que sou feito, talvez na imagem da dor tudo se prolifere e seja por uma vez, realmente nosso…
Volto ao choro da minha querida Lusitânia, observando um pouco da lua que daqui se forma, do nosso mar que não se amedronta nem se vislumbra esquecido… Adoro-te, Atlântico! Nem mesmo nas alturas, nas sombras do sol ou no aziago veneno dos escorpiões, exista o receio do prazer de uma noite eterna. Sonho com a Lua em Mercúrio, com a raiva da estação na sua primeira luz, recordando sempre e com a saborosa saudação, toda a idade materna revelada. Por tudo o que sou, por toda a vivência que esplendorosamente senti e pela magnífica visão que durante o meu crescimento alcancei, só me poderei sentir eternamente grato. Agradeço por isso... Por tão maravilhosa experiência… Afinal, ainda agora estamos no começo!
domingo, novembro 09, 2008
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1 comentário:
Bem no inicio do caminho!!
Adorei ler-te, deu para sentir os sangue, o pensar Lusitano!
beijo grande
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