Imaginários…
Engolido pelo ruído do meu próprio grito, cedo ao medo que a escuridão da minha noite me traz, recolhendo-me e mortificando-me lentamente numa agoniante espera por um sono que nunca parece chegar.
Sonho com uma fantasia decadente e repleta de imperfeições, ainda que nesta minha aspiração consiga vislumbrar campos de harmonia, de coerência e de uma completa pureza. No fundo, não serão mais do que campos abarrotados de flores fúnebres, regados por nuvens negras de indecisão e iluminados por um luar tenebroso que tanto me acompanha…
Engano-me constantemente e ao sabor do tempo, jorrando sobre mim as pétalas do meu jardim, o odor do pólen que me viu crescer, a sombra dos caules que tanto me juraram proteger. O medo esse, acompanha-me como se sempre vivesse a meu lado, acordado por um qualquer despertador cujo som lhe seja aliado e o faça rejuvenescer a cada batida. Fico-me novamente, aguardando pelo mesmo sono que me há-de levar a qualquer parte. Talvez nele, o sonho me destine para onde os ventos me sosseguem, para onde as chuvas me sequem ou a para onde a cegueira me ilumine…
Quero sair daqui, jurando ganhar impulso para enfrentar o medo desta escuridão e acordar deste sonho ainda antes de adormecer.
Respiro finalmente, agora no campo revestido pelo colorido das minhas plantas, pincelado pela graciosidade das gotas de chuva que nele se abatem e da valentia deste sol que tanto me alimenta. Afinal, tudo não passou de um pesadelo… O pesadelo da minha imaginação!
quinta-feira, janeiro 22, 2009
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