sexta-feira, novembro 06, 2009

Esperanças...

Através do horizonte e na linha que o cruza, vivo instantes passados de densa atracção e reconhecimento.
Os pensamentos fluem-me constantemente e sem interrupções… O estridente e maravilhoso ecoar do silêncio que me invade, remete-me para um outro nível de introspecção e crença interior.
Ao longo deste peculiar trajecto, encontro-me em pequenos laivos de sapiência, amargamente salpicados pela ignorância da maturidade, ainda que pareçam revestidos por uma doce mas perfeita harmonia de inocência.
Lado-a-lado com as pegadas da própria sombra, a sensação de correr só alimentou-me antes de qualquer tempo, elevando-me os sonhos a um plano cada vez mais intenso de altivez e supremacia. O consumo interno de que a vida sempre fez parte, elevou trajectos, discerniu caminhos, moldou trevas arrastadas pela implacável vivência do tempo, atingindo altitudes de um mundo pré-existencial e construindo-me à sua semelhança num carácter de gula, sedento prazer e de uma fome azíaga que agora se presta a desagregar.
Mantenho ainda assim, o olhar acordado através do horizonte que me teima em aparecer. Soturno, denso, melancólico, embora ainda revestido pelos tão característicos pigmentos que sempre daqui alcancei. Esperança? Talvez… Sonhos? Perfeitamente reais!