Neste meu único e complexo espaço, encontro amparo, protecção e refúgio. Talvez o busque de um modo dissimulado, escondido, envergonhado…
Ouves-me quando to peço e por ele anseio, sem o querer dar a conhecer?
Acredita que não é dos melhores sentimentos, conseguir viver alicerçado sob o peso de uma culpa por algo dito, de um todo que em nada foi correcto.
Remediar jamais será solução, embora a tentativa de amenizar o erro permaneça latente em cada nova atitude. Irremediavelmente, tudo compenso sem qualquer nexo, vínculo ou validez de processos, ainda que em quaisquer circunstâncias, as mesmas me pareçam favoráveis.
O embaraço com que caminho e me movo, incomoda-me, reveste-me de desonra como se de cristal fosse feito. A sensação de fragilidade com que me deixo acomodar, inquieta-me, afunda-me e não me permite soltar.
Conseguirás voltar a ensinar-me o poder de respirar, de soprar e absorver brandamente, expelindo e aspirando bastante mais do que o simples ar que me oxigena e permite viver?
Preciso de me reencontrar, atingindo a impressão moral do que é estar vivo, consciente e alertado a tudo o que me rodeia. Quando o fizer, serei o reflexo natural do que me trouxeres, esgrimindo com total exactidão, cada singelo pedaço que de ti vier a receber.
Serás capaz?