segunda-feira, novembro 01, 2010

Repercussões!

Perco-me em dúvidas, nas incertezas de uma decidão desconhecida, soltando rédeas e amarras sem saber o que o destino me trará. Mais do que um medo real, enfrento os fantasmas da escuridão, ganhando alento para quebrar o passado, rasgar a pele que me mortifica e fazer o possível por viver na crença de um mundo novo e repleto de esperança.
Ao longe, a linha do horizonte é ténue, curta e quase invisível. Ao perto, o mesmo horizonte que ao longo do tempo percorri, parece vago, vazio, insípido, inodoro, incolor e quase sem sentido perante a estranha meta que se avizinha. Degrau a degrau, o precipício acompanha-me, desligando-me metalmente e por instantes do projecto a que me proponho, oferecendo-me desiquilíbrio e tremor a cada novo passo.
No meu íntimo, a mente separa-se da consciência de que tanto necessito, fazendo-me aumentar o descrédito e a desconfiança na realidade. As análises sucedem-se, recordando sempre com saudade, o delicioso sabor dos tempos áureos de um bem estar impossível de suportar por agora. A esperança de um sorriso vindouro atormenta-me... O pavor de um choro compulsivo também!
Como numa ponte envelhecida a percorrer, a questão é concreta e real: aguentar-me-á o peso até me salvarem ou arriscarei um novo passo? Se o fizer, será que cairei abruptamente ou poderei correr e saltar sem que nada me perturbe? Pena sim, da segurança que por baixo de mim desapareceu e foi perdendo consistência ao longo do tempo. Revolto-me pelo estado a que nos permitimos aqui chegar. Martirizo-me ainda e repetidamente, pela pouca visão e pré-cegueira a que me deixei conduzir. Talvez e servindo-me apenas de consolo, tudo justifico agora com a falta de união, de sensibilidade e de justiça, com toda a razão.
O tempo urge e a escassez de soluções obrigam-me a decidir novos trajectos...
Sem ressentimento ou qualquer lamento, ser-me-á sempre cobrada a decisão, cabendo-me suportar o valor da mesma com a máxima leveza de espírito e tranquilidade de consciência que em mim existir. Talvez mais não seja do que um tempo a substituir, trazendo-o como se o puxasse e vivendo-o como se sempre tivesse sido o meu. Mesmo assim e com o ego ainda elevado, descer à terra poderá ser uma fantástica lição de humildade. O orgulho doentio faz-nos sentir donos de uma altivez repugnante... Se formos fortes, saberemos descer um degrau para ganharmos um novo impulso. Se formos fracos, falharemos esse mesmo degrau e cairemos até ao abismo. Sem medo, criarei o meu futuro, agora num outro extremo...

3 comentários:

Nanny disse...

E criarás bem, seguramente... passo a passo, ao teu ritmo, da forma que achares a mais conveniente para o momento e as circunstâncias... o pior é mesmo quando deixamos que sejam os outros a decidir por nós... ;-)

Tenho um amigo que diz:
- Vamos viver a vida, antes que ela nos viva...

:-)

Beijinhos

Anónimo disse...

«O pavor de um choro compulsivo também.»

«Martirizo-me ainda e repetidamente, pela pouca visão e pré-cegueira a que me deixei conduzir»

«Mesmo assim e com o ego ainda elevado, descer à terra poderá ser uma fantástica lição de humildade»

«Se formos fortes, saberemos descer um degrau para ganharmos um novo impulso»

«Sem medo, criarei o meu futuro, agora num outro extremo...»


Admiro-te muito.

bj
Mary

PetitPapillon disse...

É o butterfly effect :)

Toma-se uma decisão e é ver as peças de dominó a cairem sucessivamente.

Mas não podemos viver no medo das repercussões.

Boa sorte