Porções!
Se o pensamento me mostra o caminho a percorrer e me força a avançar, o movimento físico das mãos quase me impede de o fazer...
Ao mesmo tempo e numa corrente de imaginação futurista, motivo-me pela coragem que o teu incessante apoio produz, ainda que o teu olhar receoso e pouco convincente, transborde de insegurança e de desconhecimento. Sinceramente, essa estranha verdade que em ti habita, alimenta-me e enche-me de fé... Talvez e tão somente porque o que é construído é visível e agradavelmente palpável como um desperdício a guardar. Creio que nas tuas verdades escondidas a mentira seja perdoável... Quiçá e apesar de tudo, porque em ambos os estados há uma lucidez que me avisa e protege, demonstrando que há cuidado nessa mesma verdade e igual descuido nessa mesma mentira. No fundo, os retalhos não passam de um encadeamento lógico de princípios, de perfeitos encaixes cronológicos, de formas de aplicação de uma sabedoria quase vidente, aleatória e desconhecida. Assim sendo, não adianta forçar as promessas, as ilusões de um algo que se transforma num todo, num todo que se reveste de pequenas partículas de qualquer coisa a que chamamos um algo.
Consciente e intuitivo, talvez... Através do pequeno canal de onde toda esta fracção de ínfimas proporções ganha forma, alinho-me na sintonia dos princípios do meu ser. Rapidamente as conclusões sucedem-se... Só não queria ser o único a deixar estas várias porções deixadas por aí, a descoberto e de qualquer modo por entre as verdades e as mentiras. Se me ajudares a recolher cada retalho, talvez os encaixemos e me ajudes a deixar de parte o aviso que os teus olhos receosos continuamente me dão. Retalhamos ou retaliamos?