quinta-feira, agosto 05, 2004

Atalhos !

Deparando-me com uma encruzilhada em que a confusão e indecisão reinam e pairam sobre mim, por vezes a melhor escolha será tomar um dos caminhos, sem que me venha e lamentar e a criticar por isso. Tomando a esquerda ou a direita, o importante será mesmo saber em qual dos pólos confinei a minha decisão, e nela jamais creditar todo o fracasso ou sucesso que daí me advenha. Independentemente do caminho árido ou suave que venha a sentir, terei sempre de realçar que sou suficientemente hábil e crente nas minhas capacidades, para saber aceitar e viver com exactidão, num ambiente por mim criado.
Ainda por vezes, nesse mesmo processo de escolha, me posso permitir a adquirir um meio termo e nele poder saborear o doce e o amargo de cada uma das partes. Dado a escolher entre as trevas e a luz, escolheria o espaço entre elas, porque me permitiria viver sempre e quando quisesse, mas também morrer quando assim o entendesse. Com isto, faria com que a minha vida fosse algo mais que uma normalidade, transmitindo-lhe um encanto e um fascínio, com uma metamorfose por mim conseguida e em todo controlada. Ainda assim, não deixaria de evidenciar feridas interiores e rasgos superficiais de dor e mágoa, devido a uma vida em que o processo de cura e envenenamento está bem patente no meu subconsciente. O factor humano é pródigo no saber ferir, ser ferido, mas tem na luta e na crença, a força ideal e a capacidade de se alhear do sofrimento, sabendo e buscando incessantemente o antídoto certo para determinadas situações.
Deparando-nos com o abismo, seja por atracção ou refúgio, a encruzilhada volta a fazer-nos companhia, levando-nos novamente a um estado de indecisão doentio e em que a pressão da escolha toma novamente uma proporção gigantesca e ameaçadora do medo e receio que sentimos. Pautados pela razão e pela emoção, resta acima de tudo, conseguir juntar ambos os conceitos e permitir que se encaixem e complementem de uma forma indissociável. Há que equilibrar de uma forma racional e directa, pois se a razão gere, acumula e toma a iniciativa, a emoção é tudo aquilo que deve ser gerido e tomado em linha de conta pela sensibilidade das coisas... Resta-me escolher e seguir em frente, mantendo uma polivalência e uma sagacidade naturais para conseguir contornar eventuais precalços, por atalhos direccionados ao caminho por mim traçado.

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