Chove lá fora...
As gotas colam-se na janela, aguardando outras, esperando fundirem-se e acompanharem a gravidade que não deixa de as arrastar.
Cá dentro, a tranquilidade sossega-me. O silêncio imperioso desta divisão acalma-me, irradia paz e fortalece a minha mente. Fecho os olhos, medito parecendo ouvir uma linguagem zen, uma musicalidade divina, relaxante, tranquila, apaziguadora...
Visualizo imagens sem nexo, disformes, simétricas, semelhantes a uma visão caleidoscópica. As cores fundem-se, transformam-se através de ligeiros salpicos de luz e depressa passam para algo diferente, como se de uma breve mudança de slide se tratasse. Permaneço neste estado sem a noção de tempo ou espaço... Quero saber onde desaguo e de que forma o faço. Termino esta investida intemporal na escuridão! Encontro-me agora num buraco negro, sem contornos, sem obstáculos, sem luz... A música e o ambiente volatilizaram-se. Aos poucos, vou abrindo os olhos ainda embriagados pelos raios de sol que agora me invadem o corpo... Que recondita viagem acabei de fazer.
1 comentário:
gosto das gotas que se colam na janela,
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