Acordado e sozinho na minha cama, oiço as vozes do coração que instantaneamente me surpreendem pelo que dizem e me fazem pensar. Na escuridão do meu quarto, sinto um querer e uma vontade em libertar estas vozes pelo meu ego, ainda que escondidas pelo peso das palavras, das frases e dos ideias que possam conter. Parece doloroso soltar-me perante isto, sendo que a maior voz acaba por me pertencer e ter a capacidade de decidir sobre o afogamento ou o grito do meu interior. Deixamos coisas soltas, sozinhas e despidas por aí, mantendo o desejo de nunca as encontrar, embora as usemos vezes sem conta como forma de camuflar feridas, cicatrizes e tudo aquilo que ao longo do tempo nos marca e nos molda a cada segundo. Não me sinto o último, muito menos o primeiro de uma lista que corre sobre arame farpado e se deixa ferir pela passagem de um caminho exíguo, estreito e complexo. Quebram-se obstáculos numa brutalidade arrepiante, deixando que entre uma luz intensa, passível de nos ferir o olhar e quase nos cegar. Estranha contenda num mar de dúvidas, onde as vagas nos esmagam e sufocam, mas limpam de um certo prurido e devassidão. É tão somente um final que tem de prosseguir o seu rumo, engolindo as mesmas vozes que aqui dentro se tentam libertar. Não me sinto apenas eu...
sexta-feira, novembro 09, 2007
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1 comentário:
Olá NM!
Fico feliz pelo teu regresso ao Krigsmjod's. De todos os blogs dos quais tu és autor, este é definitivamente o meu preferido. Os textos são mais expressivos, mais intensos e menos longos.
Relativamente ao Fogo Interior deixo aqui a velha máxima " O coração tem razões que a própria razão desconhece."
Continua! :)
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