Longe o tempo, onde o oxigénio que respirava eras tu...
Um por um, o estranho movimento dos teus dedos deambulava pelo meu rosto, sentindo a cegueira que nos escondia e lentamente nos matava. Tocava-te de igual modo, parecendo que o sofrimento de ambos se extinguia, se apagava e jamais voltaria a atormentar duas vidas de confusão e incerteza. Sorrias docemente, escrava de um amor que julgavas teu, de uma forma de amar tão intensa, tão tua, tão doentia...
Tornámo-nos cativos e permanentes, firmes de vários momentos onde pedíamos mais, onde julgávamos e consentíamos que houvesse mais, jamais receando que a mesma corrente que nos segurou, quebraria com pouco. Parecemos pedir uma renovação, um reaparecimento, uma ressureição. Oxalá te beijasse com os mesmos dedos que tantas vezes te acariciaram o rosto, te contornaram o sorriso, te limparam as lágrimas... Onde quer que estejas, são estas mesmas mãos que lavas, que beijas, que cuidas e tantas vezes levas ao meu coração. Sofro na dor, na mágoa, na revolta e só te consigo imaginar a sorrir! Sorris como um anjo, sorris para mim como sempre sorriste, como sempre te sentiste, escrava do nosso amor desde o momento que nos vimos, nos tocámos e desejámos eternamente que para sempre perdurasse. Um dia voltaremos a estar juntos...
2 comentários:
Olá,
Excelente texto, muito realista e como sempre repleto de pormenor!
Gostei!
Mimos
O poder dos cinco sentidos na experiência do amor. Muito bonito. Gostei!
:)
Bom fim-de-semana!
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