sexta-feira, agosto 08, 2008

Brisas!

Algures e perdido por entre os sonhos, vejo-te longinquamente vagueando pelos ares, dispersa, cadente e inexplicavelmente entregue ao sabor de algo, de alguma coisa, de qualquer coisa… No fundo, interiorizo-me e medito sobre a real força de ser capaz de me erguer, me sustentar, poder abraçar-te e puxar-te para mim… Será tudo isto um sonho em que do fundo do meu coração me apaixono, me sinto real, me sinto sem medos, sem receios, com uma vontade extrema de te olhar nos olhos, pegar-te pelas mãos e fazer com que me deixe guiar por uma espécie de destino apátrida ou desprovido de qualquer fonte de esterilidade?
Tantas, mas tantas vezes me sinto criança e me deixo adormecer embalado pela doçura dos teus braços… Tantas, mas tantas vezes me sinto tão aconchegado, que ao mesmo tempo pareço livre e capaz de levitar pelos ares… Tantas, mas tantas vezes me sinto numa encruzilhada e num pânico tremendo com receio de me deixares cair…
Vivo e julgo-me capaz de cruzar toda a imensidão que diante de nós se depara, se reveste e quase me faz esmorecer. Talvez prefira olhar primeiro, talvez deva acreditar um pouco mais antes desse enorme passo, talvez não pense e acredite na linguagem do meu querer, na vontade do meu saber, no instinto da minha liberdade…
Deixo de lado as inquietações e ainda meio disperso por esta estranha utopia, tento despertar para a realidade, transpondo o mágico poder da inconsciência para a objectividade dos meus intuitos. Finalmente e já acordado, sinto-te no meu íntimo, nos mesmos sonhos que contigo vivi, na forma abrupta e quase ficcionada com que os meus olhos se abriram e aos poucos tudo permitiram ver. Seja em corpo ou em espírito, sinto-me capaz de pela primeira vez te acompanhar, de deixar que a mesma vida que me parecia ter oferecido um legado à deriva, me acompanhe, me proteja e me reencaminhe ao longo do tempo. Tudo isto, acaba por ser afinal, um pequeno tributo a algo mais do que a minha própria força e vontade. Há por isso quem lhe chame destino, fatalidade, coincidência e até mesmo sorte. Para mim, será uma pequena brisa que me acompanha, lado a lado com os meus passos, protegendo-me, castigando-me, mantendo-me indissociável dela própria. Para mim, será uma mera questão de fé, um sentir-me acompanhado mesmo nos momentos de maior solidão. Para mim e mais do que uma cronologia de acontecimentos ao acaso, é ela quem juntamente comigo, os faz acontecer!

3 comentários:

Anónimo disse...

Lindo o seu texto! Rita Ferro

Pitucha disse...

Acho graça a estes cruzamentos blogoesféricos! Vi até aqui via blogue da Rita Ferro e verifico que já tinha dado um pulo ao meu...
Venho retribuir a visita e registar-me como leitora de textos tão bons.

Anónimo disse...

Adorei o teu texto, como todos os escreves.:)
Obrigada pelo comentário que deixaste no meu, fez-me sentir um pouco melhor, és um amigo maravilhoso.
Tenho saudades tuas:)
Beijinho
Sonho_Magico