quarta-feira, julho 08, 2009

Negrume!

Algures diante do cansaço da alma, venço as sombras que me respondem em actos de coragem, nunca temendo o que se revele, o que se desvende e o que se possa assemelhar ao que de mais frio e crú se possa converter.
Rodeado pela pressão de um ar que me aperta e sufoca, respiro e suspiro por uma aragem que me solte, me liberte e me tente fazer compreender que tudo o que diante dos meus olhos se transforma, é afinal a mesma violência que a todos presenteia.
Não sei ao que vou, ao que me espera, ao que pretendo por fim, crendo apenas numa vida incógnita de saberes e de teorias, de práticas e acontecimentos, de factores e rituais que ainda que se mantenham por revelar, jamais o afirmarão com a plena certeza do seu direito. Talvez seja a violência de tudo isto que me apoquenta e aflige…
Algures e novamente presente de encontro à minha fadiga, precise de um líder para me puxar, para me incendiar interiormente e fazer com que o meu grito se eleve e reaja para lá do necessário repouso. Fútil, fácil, vazio, mórbido talvez, mas será neste bradar intenso em que as manhãs se constroem, que consiga quebrar os meus dias, passo a passo, enérgicamente, veementemente…
Por muito que a noite me pareça viver para sempre, será a violência dos primeiros raios de Sol a acordarem-me para mais um inquietante momento de mistério, de segredo e de fantasmagóricas sombras como se de um fogo se acabassem de libertar… Acordo, para mais um dia… Um vivo e inesperado dia!