segunda-feira, setembro 07, 2009

Momentos!

A importância de cada instante, não passa de um breve fragmento da grandiosa peça que a vida se lembra de encenar. Sem ensaios ou arneses que nos segurem, sem redes que nos amparem ou varas que nos equilibrem, nem sempre é fácil lidar com a complexidade do amanhecer, talvez ainda encoberta pela densidade de uma escuridão desconhecida e vagarosamente dissipada.
Curioso, é o facto de raramente nos desviarmos de nós mesmos, de pensarmos que ninguém nos vê através de um simples passo, preferindo a ilusória sensação de liberdade solitária, ao invés de uma reclusão remetida e partilhada por um grupo que nos segue e acompanha.
Nem sempre este tudo ou nada é coerente, correcto e perfeito. O receio alia-se ao racional e remete-nos para o medo, povoando a mente de pânico e horror. Aí, ninguém parece ouvir o nosso choro interior, um queixume quase ensurdecedor pelo vazio do silêncio, um estado de alma quase deixado a um acaso estranhamente apático, imóvel, mas perfeitamente válido e preciso.
Seguimos sem ninguém nos retirar daquilo que somos, sem que alguém pareça suficientemente forte para nos gritar coisas que denotem sentido…
Nesses momentos, parece claro demais que conseguimos viver uma vida audível aos ouvidos dos outros, mas estranhamente surda e ignorante a quem nos grita e faz por acordar.
Para onde iremos afinal sem ninguém à nossa volta, sem exemplos de verdade para alcançar, sem o conhecimento do abismo que nos alimenta de receios e enfarta de medos?
Estranhamente, só aprendi que a mesma peça que nunca me permitiu qualquer teste ou ensaio, permanece viva e presente num mundo de que dificilmente rejeitarei ou serei capaz de escapar.

5 comentários:

Maria Oliveira disse...

Gostei do texto...já que andamos neste mundo será razoável que empreendamos todos os testes possíveis, mesmo que nos pareçam sem sentido, mesmo que nos doam.

Abraço

Nanny disse...

Os momentos têm sempre a importância que lhes atribuímos, no coração, na mente, na memória... e as peças também... ;-)

O que seria de nós sem os maus momentos, para podermos valorizar os bons... é necessário ter algo que faça o contraponto... :-)

Bem re-vindo :-))

Finalmente, o meu censor deve ter ido de férias, que as caixas de comentários hoje estam a abrir :P

Já tinha saudades de te comentar :-))

Beijocas, rapaz

praia da lua disse...

mt existencialista este texto...falta só colorires as experiências com a paleta de cores que a vida te dá! ;)

(ainda estou para saber qual o blog oculto que vistava praia em mim)

Alice disse...

Cada momento é único, nenhum outro se lhe pode comparar e, para mim, em cada momento sei que não estou só, nunca estarei.

Anónimo disse...

A imagem diz tudo.

As palavras remetem-nos para o silêncio que nos rodeia.
Contudo, turbilhão do nosso interior

Beijinho.

Mary