domingo, dezembro 05, 2010

Porções!

Se o pensamento me mostra o caminho a percorrer e me força a avançar, o movimento físico das mãos quase me impede de o fazer...

Ao mesmo tempo e numa corrente de imaginação futurista, motivo-me pela coragem que o teu incessante apoio produz, ainda que o teu olhar receoso e pouco convincente, transborde de insegurança e de desconhecimento. Sinceramente, essa estranha verdade que em ti habita, alimenta-me e enche-me de fé... Talvez e tão somente porque o que é construído é visível e agradavelmente palpável como um desperdício a guardar. Creio que nas tuas verdades escondidas a mentira seja perdoável... Quiçá e apesar de tudo, porque em ambos os estados há uma lucidez que me avisa e protege, demonstrando que há cuidado nessa mesma verdade e igual descuido nessa mesma mentira. No fundo, os retalhos não passam de um encadeamento lógico de princípios, de perfeitos encaixes cronológicos, de formas de aplicação de uma sabedoria quase vidente, aleatória e desconhecida. Assim sendo, não adianta forçar as promessas, as ilusões de um algo que se transforma num todo, num todo que se reveste de pequenas partículas de qualquer coisa a que chamamos um algo.

Consciente e intuitivo, talvez... Através do pequeno canal de onde toda esta fracção de ínfimas proporções ganha forma, alinho-me na sintonia dos princípios do meu ser. Rapidamente as conclusões sucedem-se... Só não queria ser o único a deixar estas várias porções deixadas por aí, a descoberto e de qualquer modo por entre as verdades e as mentiras. Se me ajudares a recolher cada retalho, talvez os encaixemos e me ajudes a deixar de parte o aviso que os teus olhos receosos continuamente me dão. Retalhamos ou retaliamos?

segunda-feira, novembro 01, 2010

Repercussões!

Perco-me em dúvidas, nas incertezas de uma decidão desconhecida, soltando rédeas e amarras sem saber o que o destino me trará. Mais do que um medo real, enfrento os fantasmas da escuridão, ganhando alento para quebrar o passado, rasgar a pele que me mortifica e fazer o possível por viver na crença de um mundo novo e repleto de esperança.
Ao longe, a linha do horizonte é ténue, curta e quase invisível. Ao perto, o mesmo horizonte que ao longo do tempo percorri, parece vago, vazio, insípido, inodoro, incolor e quase sem sentido perante a estranha meta que se avizinha. Degrau a degrau, o precipício acompanha-me, desligando-me metalmente e por instantes do projecto a que me proponho, oferecendo-me desiquilíbrio e tremor a cada novo passo.
No meu íntimo, a mente separa-se da consciência de que tanto necessito, fazendo-me aumentar o descrédito e a desconfiança na realidade. As análises sucedem-se, recordando sempre com saudade, o delicioso sabor dos tempos áureos de um bem estar impossível de suportar por agora. A esperança de um sorriso vindouro atormenta-me... O pavor de um choro compulsivo também!
Como numa ponte envelhecida a percorrer, a questão é concreta e real: aguentar-me-á o peso até me salvarem ou arriscarei um novo passo? Se o fizer, será que cairei abruptamente ou poderei correr e saltar sem que nada me perturbe? Pena sim, da segurança que por baixo de mim desapareceu e foi perdendo consistência ao longo do tempo. Revolto-me pelo estado a que nos permitimos aqui chegar. Martirizo-me ainda e repetidamente, pela pouca visão e pré-cegueira a que me deixei conduzir. Talvez e servindo-me apenas de consolo, tudo justifico agora com a falta de união, de sensibilidade e de justiça, com toda a razão.
O tempo urge e a escassez de soluções obrigam-me a decidir novos trajectos...
Sem ressentimento ou qualquer lamento, ser-me-á sempre cobrada a decisão, cabendo-me suportar o valor da mesma com a máxima leveza de espírito e tranquilidade de consciência que em mim existir. Talvez mais não seja do que um tempo a substituir, trazendo-o como se o puxasse e vivendo-o como se sempre tivesse sido o meu. Mesmo assim e com o ego ainda elevado, descer à terra poderá ser uma fantástica lição de humildade. O orgulho doentio faz-nos sentir donos de uma altivez repugnante... Se formos fortes, saberemos descer um degrau para ganharmos um novo impulso. Se formos fracos, falharemos esse mesmo degrau e cairemos até ao abismo. Sem medo, criarei o meu futuro, agora num outro extremo...

sexta-feira, julho 30, 2010

Viagens!

Curioso, o trajecto de uma vida...
Não importa relatar o bom, o mau, o fácil, o difícil, os projectos, as ambições, a inoperância, a preguiça ou até mesmo as opções tomadas ou caminhos que deveria ter seguido.
Mais importante do que isso, é o facto de me ter habituado desde tenra idade a viver cada novo ano como um só obstáculo, um só nível, uma só barreira... Ao longo do tempo, muitos pereceram, tantos outros vieram ao mundo e a sensação com que fico é que existe sempre um degrau atrás de nós, empurrando-nos, forçando-nos a correr e a obrigar-nos a seguir em frente, esmagando os que já não conseguem palmilhar qualquer porção de terreno e impulsionando os mais jovens a voarem sem limites...
De facto, vejo aqueles que já partiram em determinada altura, como alguém a quem a saudade comove, talvez por não terem chegado até aqui, por não verem onde nos encontramos, por não saberem com quem estamos e por já não sentirem como vivemos... Confunde-me, confesso!
Ao mesmo tempo e da mesma forma, permaneço consciente de que o empurrão da minha vida já foi maior do que o é neste preciso instante, ainda que denote toda a vitalidade para que de pedaço em pedaço, acrescente mais um ano à minha simples existência.
Medo talvez, tenha dos imprevistos, de algo que me faça tropeçar, cair e não ser capaz de me erguer. Aí serei como tantos outros!
Cairei, serei engolido de uma modo exactamente igual a todos aqueles que deixei ficar para trás e ali, naquele preciso momento, finalizarei a minha história. Os anos, esses, seguirão um a um, tal e qual uma prova de atletismo em que se saltam barreiras para atingir uma meta. E em qual delas vacilarei? Deus o saberá!

domingo, julho 11, 2010

Nós!

Sufocante o laço que te aperta e sustém a respiração que te faz viver.
Nasces com o perigo que o mesmo te mate à nascença, enrolando-se em ti como se ganhasse vida própria e se tentasse fazer valer da sua resistência para te asfixiar. Será que ainda assim, alguma vez te libertaste inteiramente dele?
O que dirás da pressão da infância, desde os primeiros passos, passando pela tua educação ou pela obrigação de aprendizagem dos deveres cívicos e morais? O que te apraz relatar sobre a imposição dos estudos, do necessário acautelamento do futuro através de uma quase obrigatória carreira de sucesso? O que pensarás sobre a ansiedade em obter uma casa, em encontrares um lar, em formares uma família ou até mesmo dos bens materiais que estupidamente te deixarão feliz? Como viverás com os constantes prazos para pagamento das tuas necessidades, dos teus luxos, das tuas metas ou horizontes?
Não estarás constantemente com uma corda ao pescoço, por um tudo e por um nada, separado através de um mero nó de correr?
A pressão existirá sempre, até porque deste laço não te separas. Se o alivias, respiras e vives... Se o apertas, sufocas e morres!
Pensa que a escolha por mais que seja tua, nem sempre depende de ti. Num berço de ouro o laço é largo, numa redoma de espinhos o desconforto é bem mais evidente. Ainda que chores num alívio sentido e compreensível, apenas suavizas a textura do nó que te aperta... Para o retirares de vez, terás de usar as mãos e cortá-lo! Serás capaz? Coragem!

segunda-feira, maio 10, 2010

Ambição...

Nada receies... Por vezes e apesar de demasiadamente dura, a vida não é cruel. Os efeitos nefastos com que dela parecem surgir, pouco mais são do que um abismo deixado pela imaginação. O resto, é uma consequência natural do próprio destino a que ela se submete. Não creias em tudo o vês, no que te digam, no que te incutam... Também aqui o medo reside, entranha-se e não permite a total liberdade de movimentos a que tanto deveríamos estar sujeitos. Talvez a verdadeira ambição não seja a de conquistar metas ou de alcançar objectivos finais, mas sim de vencer os fantasmas do momento e das incógnitas que por mais simples que sejam, quase nos levam a recuar. Vivem-se perguntas sem resposta, luzes sem a transparência necessária para nos deixarem iluminar um caminho sinuoso. No fundo são provas, pequenos testes à capacidade e resistência de cada um, meros exames com o condão de parecerem compostos por uma complexidade impossível de resolver.
Tudo é fruto de ambição, de conquista, de glória. Tudo se torna um produto desta mesma vontade de atingir o que falta alcançar, ainda que o resultado final seja fútil, desinteressante, inconsequente. Pena é, que a mentalidade não esteja rotinada para a satisfação aquando do objectivo, preferindo focar-se exclusivamente no trajecto até então. No caminho, nada se vive convenientemente, do mesmo modo que nada realizará por completo ou deixará que a mente e o corpo se saciem por inteiro.
A rota reveste-se de fé, de crença, de elevada auto-estima e igualmente de desatenção. Na tormenta da mesma, tudo se move, tudo se retira, tudo se afasta. Em grande parte das situações, inúmeros fragmentos vão-se perdendo, não se dando por eles diante da nossa passagem, ainda que as suas perdas se tornem irreparáveis. Tornam-se grandes, com consequências a que apenas o tempo saberá responder. Há que saber viver com isso, lidar com isso, deixar-se transformar igualmente por isso. Infelizmente, é com a calma que a reflexão surge, surgindo em cada pequeno pensamento e em laivos de obscuridade perante tamanha iluminação interior.
Sorte a daqueles que à luz dos seus objectivos, alcançam a esperança, viajam no tempo e recuperam o que perderam num retorno de humildade e consciência. Apenas eles estarão tranquilos, libertos, descansando profundamente em cada sono e sabendo concretamente, a pequena porção do espaço que lhes cabe.
A vida, essa, não pára! O que virá após, depois e a seguir, logo se saberá... O fruto recolhido por uma ambição desmedida, poderá ser fatal, de danos irremediáveis, de consequências imprevisíveis. Ainda assim e se algo se assemelhar a um abismo, que nunca se perca a fé interior. Depois dos momentos de grande tormenta pela nossa passagem, virá a calma, o sossego, a paz e será nessa tranquilidade que seremos capazes de discernir entre a obscuridade e a claridade. Até lá, cegamos completamente...

terça-feira, abril 20, 2010

Mente Física.

A mente inquieta-me e lateja-me como se fisicamente lhe tocasse.
O movimento circular das falanges na base do meu crâneo, alcança-me o subconsciente, alivando-me e deixando-me num lugar compreendido entre o real e o imaginário. Como é possível que numa porção tão pequena de matéria humana, pareça existir um interruptor que irrompe e se interrompe a cada novo toque?
Sempre que o faço, a memória surge-me de pronto. Reveste-me o olhar com um riquissimo horizonte de lembranças e recordações... As nuvens ganham auras de luz, a transparência das lágrimas completa-se de côr, o tempo pára, retarda e avança consoante a duração da minha viagem...
Por vezes, pincelo-me de imaginação, juntando o sonho ao episódio marcante da transversalidade que por mim ocorreu. As dúvidas dissipam-se, os receios também...
Imagem após imagem, torna-se curioso este encadeamento a que me sujeito e onde faço questão de reescrever o meu próprio argumento. Junto-lhe sons, dou novas cores a este meu plano de fundo, modifico o que não gosto e acrescento-lhe factores que outrora desconhecia. Revivo tudo novamente, como se acabasse de nascer e tivesse a maravilhosa capacidade de criar a minha própria imagem... Alimento-me dela!
Páro por instantes e mais uma vez, rebuscando novos detalhes, novos pedaços na distância do meu tempo, procurando com a máxima clareza, toda a exactidão que por mim se escreveu. O reflexo é intenso em cada pausa. Por vezes cega-me, por outras irradia um brilho que me fascina, entusiasma e hipnotiza por largos momentos. Naturalmente, tudo o que sinto e transformo, poderia ser aquilo que à partida fosse dado como irreal, fantasioso, alegórico... Poderia até, ser o resultado de uma imaginação demasiadamente sonhadora, descuidada, fútil e inocente... Contudo, não é!
Ainda que a mente me divague e quase atraiçoe, não lhe consinto que apague do meu íntimo todo o viver que fisicamente acolheu. No fundo, nem pretendo alterar qualquer rumo, seja por despojo, vergonha ou embaraço. Simplesmente componho a tela que pinto, sempre com a inspiração da minha vida, ainda que os novos traços lhe confiram o toque e a perfeição que tanto desejo e ambiciono. Que o resultado permaneça vincado eternamente, alimentado pela mente que do mesmo modo lhe permitiu tocar tão fisicamente como até aqui.

quarta-feira, março 24, 2010

Créditos!

Aproxima-te tranquilamente, como se a confiança te derrotasse o medo e ultrapassasse o sentimento desse algo que sempre em ti existiu.
Empurra-me se te amedronto, se a minha frágil figura não te parece acomodar e te deixa a sensação de um inevitável obstáculo a vencer. Não me importo se o fizeres, se te servires de mim para elevar a confiança que te abala e derruba. Fá-lo com veemência, com tenacidade, mostrando-me que o degrau que em mim te ergue, serve o propósito de alcançares a tua meta. Mostra-me as tuas fraquezas, o teu descrédito, a tua vontade de esticares a mão em relação a mim, ainda que no trajecto nos possamos ferir e magoar.Ainda assim, pergunto-me incessantemente, questionando-me e debatendo sobre a ajuda que te posso dar, a melhor forma de o fazer, embora receando que este impulso não passe de uma ilusão e te faça cair abruptamente de uma altura maior. Contudo, jamais saberemos a liberdade a que alguém chega, se não lhes dermos asas para voar, horizontes por viver. A vontade de os vermos fortes e confiantes, sorri-nos por dentro em cada meta alcançada, satisfazendo-nos com a pouca ajuda que julgamos entregar. O contraste com a alegria de quem connosco a partilha, é a maior das recompensas, ainda que saiamos de cena sem os louros do vencedor, mas com a maravilhosa sensação do dever cumprido. Tudo terá valido a pena quando assim é, denotando-se o visível amparo que a nossa suposta fraqueza ainda transmite. Melhor do que isso, é a confiança em nós depositada, a humildade de reconhecer que o pouco que possamos entregar é importante, útil e necessário. Mesmo que ambos percamos e a derrota seja copiosa, que a maior das ilações retiradas seja a da experiência, a do prazer da luta, a do combate por um algo em que se acredita, por uma meta que apesar de ter ficado longe, não deixou nunca de estar ao nosso alcance. Afinal, a vida é assim mesmo… Repleta de objectivos!

quarta-feira, março 03, 2010

Perdição…

Caio, olhando para as minhas mãos e procurando nas linhas que as compõem por entre as feridas, a resposta para a verdadeira liberdade do meu ser.
Apenas quero ser eu, voltando atrás num enorme processo de rejuvenescimento, desejando que a imunidade a que me vetam se desvaneça e jamais perdure.
As vozes que me ecoam, soam a uma espécie de aragem interior, arrefecendo-me e gelando os sentimentos que outrora surgiam por acaso e quase instintivamente. A ruína a que os corpos se acomodam, dilacera tudo ao nosso redor, provocando preocupação, incredulidade e inoperância diante de tamanho aconchego. Talvez se no meu corpo pegasse e o viajasse para um outro extremo, poderia vivê-lo de uma outra forma… Contudo e no fundo, bem sei que tudo não passaria apenas de uma questão de tempo! O mesmo peso morto voltaria a colhê-lo e a deixá-lo cair como uma pedra rolando sobre a mais intrépida das ladeiras. Olho para cima no momento da queda, beijado pelas gotículas do infinito, sentindo que o mesmo me sufoca e eleva… Voo sobre ele, desejando-o, querendo-o, fazendo dele o perfeito meio de transporte para os sonhos de uma vida, ainda que no mesmo trajecto saiba que sozinho nunca estarei.
Aqui me encontro, num outro dia que novamente nasce, desaparece e me consome. Receio que o avançar dos mesmos me encaminhe para o desconhecido, também aqui desejando que algo ou alguém por lá estejam quando o alcançar. Novamente, a mesma aragem interior que me ecoa e arrefece, faz-me pensar. Se a mesma apenas aquecesse, estaria de passagem e nunca teria a capacidade de me fazer cair. Se a mesma fosse apenas tépida, jamais sentiria as feridas por entre as linhas das minhas mãos neste chão… Se a mesma não existisse, nunca estaria aqui!

domingo, fevereiro 07, 2010

Abrigos…

Neste meu único e complexo espaço, encontro amparo, protecção e refúgio. Talvez o busque de um modo dissimulado, escondido, envergonhado…
Ouves-me quando to peço e por ele anseio, sem o querer dar a conhecer?
Acredita que não é dos melhores sentimentos, conseguir viver alicerçado sob o peso de uma culpa por algo dito, de um todo que em nada foi correcto.
Remediar jamais será solução, embora a tentativa de amenizar o erro permaneça latente em cada nova atitude. Irremediavelmente, tudo compenso sem qualquer nexo, vínculo ou validez de processos, ainda que em quaisquer circunstâncias, as mesmas me pareçam favoráveis.
O embaraço com que caminho e me movo, incomoda-me, reveste-me de desonra como se de cristal fosse feito. A sensação de fragilidade com que me deixo acomodar, inquieta-me, afunda-me e não me permite soltar.
Conseguirás voltar a ensinar-me o poder de respirar, de soprar e absorver brandamente, expelindo e aspirando bastante mais do que o simples ar que me oxigena e permite viver?
Preciso de me reencontrar, atingindo a impressão moral do que é estar vivo, consciente e alertado a tudo o que me rodeia. Quando o fizer, serei o reflexo natural do que me trouxeres, esgrimindo com total exactidão, cada singelo pedaço que de ti vier a receber.
Serás capaz?

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Guardiões!

Sinto a tua presença desde sempre...
Por vezes um tanto física, tantas outras, emocional, espiritual, mas presente. Quem és tu com quem sempre falei no vazio da minha solitária vida, sem medo ou receio de me apelidarem de louco? No fundo, talvez seja...
Os anos passam e não me abandonas. Talvez um saudável preenchimento criado pela minha imaginação, quiçá enviado por algo que me guarda e protege.... Não sei!
Hoje, ainda hoje falei contigo uma vez mais. Sempre em busca de conselhos, soluções, alternativas a encruzilhadas com que me deparo e que sozinho não resolvo. Serás Deus, o tal Deus que existe e que vive em cada um de nós, ou não passarás mais uma vez, de algo irreal que ao longo da minha insignificante existência, fiz questão de alimentar?
Talvez nada sejas e não passes de algo a que o comum dos mortais apelida de fé. Contudo, sejas o meu anjo da guarda, a minha fé, o meu Deus ou o meu amigo, como em miúdo assim te via, por aqui te manténs e comigo permaneces. Nada se alterou ao longo do nosso tempo.
Benzo-me e sorrio quando com a tua ajuda, algo me corre bem. Esqueço-te por vezes, quando nada me surge como pretendo e me desaba como se parecesse o fim do mundo. Não me censures ou castigues. Faço-o como todos, faz parte de mim...
Curioso ainda assim, é a contínua e incessante necessidade de te sentir por perto. O pensamento flui-me e é deste modo que te chamo. Depressa me alcanças, embalas e proteges. Fazes-me bem!
Louco? Talvez... Mesmo que o seja, que permaneça como segredo. Sempre nosso e ao longo do tempo. Que perdure, para lá do mesmo!

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Estações de Fúria!

Em cada simples momento de um suspiro quase redutor, sirvo-me dos teus olhos numa disputa árida e longínqua, pela redenção aos erros que tão estupidamente cometo.
Na escuridão do meu tempo, revolvo a luz que incessantemente procuro, orando e chorando para que o calor ardente que o teu coração carrega, me alimente e ilumine.
Tal como um antídoto, é no teu oxigénio de raiva e beleza que encarno, que me revisto e conforto, sendo nele que me solto e me movimento nesta nítida aridez de ilusões.
Em cada simples momento, tranquiliza-me um sinistro destino…Distante, longínquo, discreto, ainda que pelas tuas mãos desperte e me sacuda de tão nefasta poeira.
Solta-me do sofrimento, da aziaga dor que me compõe e sufoca num imenso casulo de densa indefinição…
Tal como um antídoto, é na tua fúria que sobrevivo, fazendo dela a mais perfeita e sublime das estações!