Nos olhos da morte !
Em mentes próprias, dilaceradas pelo fogo e onde o demónio é Deus, o olhar de almas inocentes, demonstra duas faces...
O descontrolo, a decadência, fragmentos de um nada, de um vazio sedutor e de escravatura, contrastam com impérios de trevas e vácuo onde as criações interiores deambulam e se arrastam, arruinadas.
A fome, ri-se por dentro... O sagrado não existe !
Perante o olhar da morte e no cume da noite, o juramento de sangue segue alto, sentindo-se sobre ele a proximidade de um novo destino.
Perante o olhar da morte, nada ainda se revela...
As feridas jorram o quente sangue de batalhas efémeras e por mais que se unam, jamais se curarão. O gotejar explosivo e crepitante do sangue, das lágrimas e do suor expelidos pela vida, em nada trará a glória ou a honra no sentido da morte, permitindo apenas o leve saborear da sua perda na luta, na raça e no querer das árduas tarefas conseguidas.
Fluídos perdidos num chão sumido pela permanência humana, jamais chegarão ao paraíso, ao descanso eterno, preferindo-se juntar nas tumbas sobre as quais, repousaremos.
Sangue, escravos da vida, usuários de um corpo sumido, falsos profetas de um nada que prometem e não conseguem, atrevam-se diante o olhar da morte, beijando-a e querendo-a para que a tortura não perdure e se manifeste menos dolorosa...
quinta-feira, julho 01, 2004
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