Mentiras...Deitado durante a noite, acordado pela madrugada, pensando na própria vida, quase perguntando ao ego, o quão quero ser diferente...
Quase tentamos que a verdade se solte, que regressem batalhas e desafios de outros tempos, sentindo agora que tudo não passa de um jogo, de casualidades dispersas, de estranhas coincidências que aos poucos se desvendam e nos mostram novos percalços, trajectos e ao mesmo tempo finais de linha tão assustadores como quase impossíveis de remover. Parece tudo uma mentira, uma doce e estranha mentira, uma forma perfeita de sentirmos a negação em tudo o que necessitamos, como uma porta que desejamos que se abra e ao mesmo tempo nos mostra a ausência de dobradiças que se movam e mais se assemelha a um muro intransponível.
Acabamos por acreditar, por crer nas pequenas estórias que nos surgem, vivendo delas, engolindo-as sem perdão, sentindo-as sufocarem e quase nos matando...
Torna-se belo de tão feio que nos pareça, pela acomodação, pela aceitação, pelo tempo do passado que não esquecemos, pela fraqueza de as receber e fazer delas o melhor exemplo de força para seguir... Talvez tentássemos lavar o que de tão sujo se torna, talvez fosse bom que nos escondêssemos na vergonha dela própria, mostrando um coração escondido por um rosto vazio, não perguntando sequer sobre as incidências de uma cobardia tão baixa quanto indecente.
São apenas jogos, onde todos nos parecem olhar em círculos, onde todos cometem os mesmos erros, onde todos constroem os mesmos edifícios de ilusão e de ficção doentia...
Acredito apenas que tudo isto não passa de um jogo... Um sujo, desonesto, mas belo jogo!