quarta-feira, janeiro 23, 2008

Rectidão!

Perdido por entre mentiras, será que te perguntas pela verdade e eu não a vejo?
Lamento que esse trajecto seja uma mau disfarce, onde trocas a liberdade de escolha pelo medo e onde a dignidade de algo valioso como a vida, se vende a algo ou alguém por míseros bens.
A consciência é matreira e voltará a pesar-te quando retorquir pela parte que lhe retiraste. Ambos sabemos como se move, como se afunda e como tantas vezes parece sair de um lodo movediço, onde nem sempre os mais sábios e astutos se conseguem deixar de engolir.
Por muito, por pouco, será sempre sem perdão e mesmo pagando pelos erros, o tempo que tantas vezes se julgou comprado, emprestado e agora gasto, virá ao teu encontro, tomando-te a vida e levando-te com ele.
Tantas vezes observei, vi como poucos as necessidades, as intenções, lado a lado com a mentira, a ganância, o orgulho doentio de chegar ao topo através de uma escadaria de degraus inocentes, abusando do poder, esquecendo a esperança de quem mais dela precisava e ainda assim, acreditei... Talvez seja tarde para recomeçar, para pensar novamente desde um começo a este nível... Contudo, pareço decidido a pagar pelo que fizeste...
Sem perdão, sem pena, sem me esconder num primeiro buraco que me apareça, sem receio de mostrar um rosto de vergonha e queixume, pela vida que me tiraste e deixei permitir.
A vingança é doentia, fria e talvez inconsequente... Ainda assim, o tempo que me pareceu roubado, não passou de um tempo emprestado, porque tão somente também ele virá ter contigo, levar-te-á a consciência e quando te sentires vazio e despido, sentirás o mesmo apagão que tantas vezes nos custou a engolir...

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Ressureição...
Longe o tempo, onde o oxigénio que respirava eras tu...
Um por um, o estranho movimento dos teus dedos deambulava pelo meu rosto, sentindo a cegueira que nos escondia e lentamente nos matava. Tocava-te de igual modo, parecendo que o sofrimento de ambos se extinguia, se apagava e jamais voltaria a atormentar duas vidas de confusão e incerteza. Sorrias docemente, escrava de um amor que julgavas teu, de uma forma de amar tão intensa, tão tua, tão doentia...
Tornámo-nos cativos e permanentes, firmes de vários momentos onde pedíamos mais, onde julgávamos e consentíamos que houvesse mais, jamais receando que a mesma corrente que nos segurou, quebraria com pouco. Parecemos pedir uma renovação, um reaparecimento, uma ressureição. Oxalá te beijasse com os mesmos dedos que tantas vezes te acariciaram o rosto, te contornaram o sorriso, te limparam as lágrimas... Onde quer que estejas, são estas mesmas mãos que lavas, que beijas, que cuidas e tantas vezes levas ao meu coração. Sofro na dor, na mágoa, na revolta e só te consigo imaginar a sorrir! Sorris como um anjo, sorris para mim como sempre sorriste, como sempre te sentiste, escrava do nosso amor desde o momento que nos vimos, nos tocámos e desejámos eternamente que para sempre perdurasse. Um dia voltaremos a estar juntos...

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Dúvidas...

Amo-te, mas quero viver sozinho... Não te amo, mas preciso dormir com alguém...
Amo-te, mas sonho com outras mulheres... Não te amo, mas quero um filho teu...
Amo-te, mas não posso prometer nada... Não te amo, mas prefiro jantar acompanhado...
Amo-te, mas preciso viajar sozinho... Não te amo, mas quero companhia...
Amo-te, mas não sei amar... Não te amo, mas queria saber...
Porque será tão difícil saber o que quero, o que não quero e conseguir equilibrar-me num meio termo? A confusão afoga-me, a incerteza mata-me, a indefinição consome-me...
Amo-te demais... Sem te amar com pouco...