Perdido por entre mentiras, será que te perguntas pela verdade e eu não a vejo?
Lamento que esse trajecto seja uma mau disfarce, onde trocas a liberdade de escolha pelo medo e onde a dignidade de algo valioso como a vida, se vende a algo ou alguém por míseros bens.
A consciência é matreira e voltará a pesar-te quando retorquir pela parte que lhe retiraste. Ambos sabemos como se move, como se afunda e como tantas vezes parece sair de um lodo movediço, onde nem sempre os mais sábios e astutos se conseguem deixar de engolir.
Por muito, por pouco, será sempre sem perdão e mesmo pagando pelos erros, o tempo que tantas vezes se julgou comprado, emprestado e agora gasto, virá ao teu encontro, tomando-te a vida e levando-te com ele.
Tantas vezes observei, vi como poucos as necessidades, as intenções, lado a lado com a mentira, a ganância, o orgulho doentio de chegar ao topo através de uma escadaria de degraus inocentes, abusando do poder, esquecendo a esperança de quem mais dela precisava e ainda assim, acreditei... Talvez seja tarde para recomeçar, para pensar novamente desde um começo a este nível... Contudo, pareço decidido a pagar pelo que fizeste...
Sem perdão, sem pena, sem me esconder num primeiro buraco que me apareça, sem receio de mostrar um rosto de vergonha e queixume, pela vida que me tiraste e deixei permitir.
A vingança é doentia, fria e talvez inconsequente... Ainda assim, o tempo que me pareceu roubado, não passou de um tempo emprestado, porque tão somente também ele virá ter contigo, levar-te-á a consciência e quando te sentires vazio e despido, sentirás o mesmo apagão que tantas vezes nos custou a engolir...