quarta-feira, outubro 22, 2008

Horizontes...

Olho para o infinito com o mar em pano de fundo, tentando prever o futuro, pensando onde estarei e o que farei daqui a algum tempo, jurando tentar-me lembrar deste preciso instante e recordando os momentos que vivi neste mesmo lugar há imensos anos.
Foco-me na imensidão destas águas, aparentemente inalteradas e sem qualquer resquício de mudança ou alteração, sentindo a alegria e a ilusão de que nada ou pelo menos aqui, algo se tenha realmente modificado ou transformado. Tudo está intacto, vivo e agradavelmente apelativo a uma viagem mais intensa em torno do meu ser. Não importa a idade que tenha, o que tenha alcançado na vida em função de bens materiais, experiência ou realização profissional… Aqui volto da mesma forma com que sempre vim e aqui me encontro com o mundo sem lhe virar completamente as costas, embora o ignore pelos largos momentos em que aqui estiver.
Medito calmamente sobre a vida, analisando tudo aquilo que adquiri ao longo do tempo, naquilo que a infância, a adolescência e uma parte da vida adulta já fizeram por mim. Será contudo, uma realidade dura e cruel com que me irei deparar quando tiver de me levantar e deixar para trás todo este ambiente… Já nada está igual e mal me erga, sentirei novamente o sufoco e o puxão aglutinador da sociedade que me dá vida e me alimenta com o tentador veneno que a mesma produz. Ainda assim e antes de me ir embora, volto a olhar para o horizonte com a mesma vista que sempre daqui o alcançou e penso realmente no que os primeiros tempos de vida me deram por aqui. Fez-me bem a infância, fizeram-me bem os primeiros momentos em que aqui privei, não só por me terem feito mais forte, mas pela preciosa ajuda em manter a sensibilidade e os princípios de jamais renegar tudo aquilo que me fez crescer, viver e sentir.
Se um dia esta mesma ilusão acabar, certamente irei com ela…

3 comentários:

Pearl disse...

É...o mar dá-nos uma calma imensa ontem quando lá estive estava calor pessoas ainda dentro de àgua hoje provavelmente o mar que viste já foi mais revoltoso intenso...como a própria vida, um dia calma noutro intempestiva!
NM sabes que tenhamos o que tivermos, leve a vida onde nos levar, existirá sempre aquele lugar que em temos raizes firmadas e no momento em que as pisamos elas entram em nós, centrando-nos em nós mesmos!
Gosto imenso de te ler de sentir nas palavras o modo tão claro com que te despes e revelas as tuas vivências!
Umas até entendo outras apenas assisto!

Beijo grande

Anónimo disse...

Conhecer este cantinho é uma forma de conhecer-te ou conhecer o teu mundo?! Ou seá as duas coisas???
Li. Voltei a ler. Reli. (Tenho por hábito visualizar um texto pelo conteúdo, por entrelinhas, e principalmente pelo que me dá a sentir!)
Gosto de alcançar o que leio, e quando atinjo esse objectivo, as perguntas saltam em redor de mim em tentativa de descobrir o que vejo... Conseguirei? Tento.


Um Beijo.

Refúgios disse...

Escreves fantasticamente bem. Adorei ler e sentir o que escreves… Essa tua forma de escrever, essa tua forma de expressar… Não tenho palavras…