sexta-feira, outubro 14, 2005

Auto-censura !

Abandonado pelo tempo, com um fraco impeto de revolta, deixo que o remorso me vença.
Deixo-me balançar na extremidade do precipício, onde um coração vazio, ressequido de alma e princípios, se estaciona no abismo. A vida racional, consome-me e tira proveito deste carácter necrófago. Parece-me o inferno, onde Judas é a noite desta decadência que me habita. Eterno inferno, como as chamas de uma chuva ácida, num pecado que não concebi deliberadamente. Para sempre viverá em mim, anexado com a dor e o sofrimento que me crava e esculpe a consciência, a culpa e o nojo neste corpo que me compõe.
O choro compulsivo, a mágoa constante e o peso interior, acentuam-se e nem o tempo parece fazer esquecer. Descanso acordado, perguntando-me continuamente sobre a intenção dos meus gestos e acções, que como um qualquer larápio, me levaram o milagre da vida. Voltar atrás no tempo, remediaria. Fazê-lo em consciência, remendaria!
Nada poderei fazer. Perseguir-me-á eternamente até á morte... para sempre !

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