quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Hipnotismo...

Sinto a vida rodar, vendo-me sem chão, sem ter onde cair, sentindo-o constantemente...
Pressinto-te em mim como se entrasses, saísses e me deixasses sem me conseguir segurar, com toda a realidade que agora me alimenta, se mostra diante dos meus olhos de efémeras lembranças e saudosas recordações. Não sei onde estou, de onde regressei nem tão pouco pareço saber o que esta estranha tontura me deixa reservado, ainda que a única segurança e defesa que possa sentir, será a inocência e a pena que habitam lado a lado no interior do meu ser.
Lá longe, o toque dos sinos desperta-me para uma outra dimensão, provocando-me dor e algum desnorte, confusão e uma certa demência onde neste estado doentio, me permito vislumbrar com alguma clareza e por entre uma nuvem de pó, toda a energia que embora turva e algo desiquilibrada, se tenta erguer por dentro de mim.
O olhar da minha visão parece sonolento, pesado, carregado e refeito de um estado recambolesco. Sabia que não seria fácil mergulhar num mundo de desordem e confusão, sem reaparecer cabisbaixo e atordoado pelos empurrões que senti, ainda que me tivessem demonstrado o que pensavam, o que já teriam vivido e usado essas mesmas experiências como alerta para as minhas decisões. Tonto, confuso e cambaleando, vivo com um coração em chamas, tentando reagrupá-lo, uni-lo e conseguindo sentir o calor do lume que me queima por dentro e dilacera de um modo lento mas eficaz. Oxalá derreta de uma vez e me permita alcançar tudo aquilo que me falta para saber aceitar, saber compreender e conseguir voltar atrás em determinadas decisões que me levaram a um estado de hipnose e completa disfunção mental.
Talvez haja uma forma, talvez a consiga encontrar, nem que seja na última hora de vida, no dia do julgamento final e onde apenas compreenderei que voltei de um estado regressivo de transe e de retorno a algo que ainda não consigo clarificar. Deitar-me-ei até que a tontura desta hipnose me desapareça para sempre.... Aí estarei na realidade!

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