Desprezo !
Será que nunca te cansas de te dares em demasia? De seres sempre tu, a tomar a iniciativa das coisas, não apenas para teu proveito, mas principalmente porque pensas também nos outros?
Por vezes, dá-me a sensação de ser quase impossível arrancar um simples sorriso de satisfação ou bem-estar, de alguém que se sentiu preenchido por nós. Os agradecimentos são momentâneos e limitam-se a pouco mais do que um obrigado instantâneo, devido a um silêncio monótono que se poderia instalar. Torna-se extenuante e desmotivador, quando nos colocamos no fio da navalha, deixamos de parte tarefas e funções pré-concebidas da nossa própria realidade e vamos ao encontro e em auxílio de quem por nós invoca.
Talvez o façamos por princípios, educação ou forma de estar na vida perante os outros, mas ganha muito sentido e cada vez mais terreno em nós, uma vontade fria e gélida de deixar tudo ao acaso e fazer com que cada um se vire por si. Outras situções nos se deparam, quando urge a necessidade de nos mostrarmos, de aparecermos e de nos tornarmos visíveis.
Vociferamos com intensidade, erguemos a sombra e destapamos o olhar com o intuito de manifestarmos a presença, de dizermos que estamos vivos, em bem e que queremos que a nossa preocupação perante os demais, seja sentida como uma forma de acompanhamento. Torna-se enfadonho, monótono e fatigante, quando perante o nossa assiduidade, apenas temos de volta o nosso eco e não sentimos um sinal do nosso receptor. É desmotivador, quando sentimos que além de não sermos lembrados, parece existir a sensação de total esquecimento e de sermos sempre nós a tomarmos a iniciativa e o começo de um cumprimento. Cansa, quando o fazemos repetidamente e sem resposta... magoa, quando o tempo aumenta e com ele, ninguém nos acena.
Apetece-me parar ! Deixar de cumprimentar, de falar, de conviver, de saber quem se encontra bem e aguardar por quem realmente está comigo, voltando a escolher todos aqueles, de uma forma crua, selectiva e insensível. Que se lixem todos! O importante... sou mesmo eu !
domingo, outubro 16, 2005
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4 comentários:
Talvez eu tenha um visão diferente das coisas. Quando dou, não estou à espera de receber nada em troca. Dou pelo prazer que sinto ao dar.Todos somos diferentes uns dos outros e temos maneiras de estar bem diferentes também. Talvez se procurassemos entender os outros em vez de criar expectativas ou esperar que eles sejam como nós as coisas fossem diferentes. Realmente concluis bem..."o importante... sou mesmo eu!" Pode parecer uma atitude egoista mas não é tanto assim. Nós nunca pudemos dar o que não temos, e a maioria das pessoas dá porque precisa de receber alguma coisa: carinho, atenção... isso para mim não é dar mas é quase como um "negócio". Eu dou atenção para receber atenção e por aí fora! Quando somos autosuficientes, ou seja não precisamos de nada para nos sentirmos bem connosco mesmos, as coisas tomam uma dimensão bem diferentes. Caso contrário vão sendo cobranças sucessivas. Se não precisarmos de atenção porque estamos bem connosco, nunca nos vamos sentir tristes porque outras pessoas não nos dao a atenção que precisamos. Aliás eu costumo muitas vezes fazer um paralelo: tudo o que nos acontece na vida, e as pessoas que se cruzam connosco são um espelho do nosso interior. Acreditando nisso, quando queremos que algo mude na nossa vida, devemos começar por mudar as nossas atitudes interiores. Gostei muito de ler o que escreveste e o que dizes é comum a muitas pessoas. Quem ler não se vai sentir sózinho neste mundo. Sabe que existem muitos a sentir o mesmo.Não poderia no entanto deixar de por aqui o meu ponto de vista. Não que seja uma verdade absoluta, mas tendo alguma experiência sobre o que comentei, talvez leve as pessoas a reflectirem sobre o assunto. Parabens pela tua abordagem!
Não concordo com o comentário anterior. Por vezes não é uma questão de dar para receber, mas sim, não sermos nós sempre os primeiros a falar, a cumprimentar e a nos preocuparmos com os outros.
Não precisamos de criar expectactivas, quando somos autenticos e nos damos, mas é natural que aborreça quando passam por nós e nem nos falem, após termos sido tudo. Entendo-te perfeitamente, e esse cansaço é natural, quando a ingratidão das pessoas, chega a um ponto em que nem um "olá, td bem" e um "pensei em ti", não é dito.É neste sentido, que vejo o teu post e não na forma do comentário que aqui foi deixado.Se fores a pessoa que realmente julgo perceber, estás-te pouco borrifando para esta troca de sentimentos,como negócio ou cobranças sucessivas, apenas sendo o teu desejo, que as pessoas falem contigo, estejam contigo quando precisas e te cumprimentem como a qualquer pessoa conhecida.Não tens de mudar, pois pareces ser um ser humano maravilhoso e genuino, coisa que raramente se vê nos dias de hoje... Começo a sentir-me muito apaixonada, ao encontrar uma pessoa que sente, pensa e vive da mesma forma que eu. Beijinhos!
Anonima... entendo a tua maneira de ser e respeito. No fundo é comum a muitas pessoas.Eu só quis dar a conhecer o que penso sobre o assunto. Eu não me importo de ser sempre eu a tomar iniciativas. Não espero nada das outras pessoas. Até porque na minha maneira de estar na vida, uma pessoa só se ofende porque quer.E normalmente isso acontece quando não estamos completamente bem connosco. O que é perfeitamente normal. Mas isso seria um assunto que daria "pano para mangas". Eu como humana entendo e respeito a maneira de ser de cada um e quando não estou satisfeita o mais que posso fazer por mim e pela outra pessoa é ser frontal e dizer o que estou a sentir.Também tenho outra opção é afastar-me!
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