quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Distâncias!
O amor consegue-me manter vivo...
Sempre que vais embora, fica um sentimento de vazio, de mágoa, de tristeza numa falsa esperança de nunca mais te ver. Ainda que me entretenha nas mais diversas formas de distracção, a separação que nos marca é imensa, intensa e difícil de ultrapassar. Parece ridículo como permitimos que a vida nos separe, nos deixe viver na distância e no gastar de um tempo que além de prejudicial, poderá tornar-se numa imensidão irreversível. Como tudo parece efémero ao ponto de agora nada mais ser possível e numa necessidade momentânea, podermos e sermos capazes de largar tudo para nos socorrermos mutuamente. Basta um pequeno sinal, uma suave amostra, um sentir que nem tudo estará tão bem como parece e voltaremos a unir-nos, a completarmo-nos por inteiro. Aí, creio que a união brilhará para sempre, sem interregnos, sem distúrbios e até ao final dos tempos. Talvez seja o amor que emanamos que nos torna competentes diante dele, nos momentos certos, agora e nunca, nas noites escuras, nas longas madrugadas de um luar resplandecente e na saudade, na eterna saudade que ambos sentimos.
Dói, magoa, custa viver com a separação, com o amor que ambos sabemos que dificilmente terminará, sem pressões, sem um acto controlado de querermos dominar o outro e sempre, mas sempre pensando em nós como um todo, lado a lado. Jamais conseguiremos amar se a outra parte não permitir, não poderemos tocar se não tentarmos, embora saibamos que a resposta por mais longínqua que possa estar, será apenas física e parecerá dura aos olhos de quem a oiça.
Tudo isto é tão somente a vida que o amor nos dá, o amor de que nos alimentamos e nos mantém vivos, em cada momento, agora e nunca, em todas as noites, a cada novo dia e onde quer que estejamos... Unidos, sempre!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Prodígios!

Nuvens que se dissipam sempre que te vêm, sumindo e levando com elas as gotas de chuva que nem se atreveriam a cair junto a ti... Talvez milagre, talvez algo inexplicado e de causas sobrenaturais que sinto acontecer quando estás por perto. De alguma forma e pela qual não entendo, parece que os prados são mais verdes, os rios mais rápidos e cristalinos, os céus mais límpidos e azuis, e a directa luz do Sol quase nos torna invisíveis, atravessando-nos e provocando-nos uma combustão interior que se emana e nos reveste.
De repente, tudo ganha sentido, desde um colorido mais intenso, a uma maior intensidade de brilho, a um melhor equilíbrio de contrastes em cada novo dia... O silêncio no desabrochar das flores, torna-se inquietante, parecendo que em cada pétala um sentimento floresce, se mostra e se entrega sem reservas.
Será este o nosso milagre, cujo carácter ganha forma com o nascer de um novo dia, na profundidade e na extensão do mesmo, na essência de um poder que julgamos adormecido e o vemos dissipar na beleza de tudo o que nos reveste? Será que cantar dos pássaros ofuscará os raios das tempestades que nos assustam, nos colhem e nos parecem engolir? O nosso milagre estará sempre em ti, onde o azul mais perfeito se mostrará nos céus, o verde mais belo estará nos campos e onde o Sol casará com a Lua na beleza das águas dos oceanos. Tudo isso parece vir contigo e sempre que te sinto por perto, as asas ganham vida, perdem-se na imensidão do horizonte e brilham... Brilham para lá de tudo. Começa um novo dia...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Hipnotismo...

Sinto a vida rodar, vendo-me sem chão, sem ter onde cair, sentindo-o constantemente...
Pressinto-te em mim como se entrasses, saísses e me deixasses sem me conseguir segurar, com toda a realidade que agora me alimenta, se mostra diante dos meus olhos de efémeras lembranças e saudosas recordações. Não sei onde estou, de onde regressei nem tão pouco pareço saber o que esta estranha tontura me deixa reservado, ainda que a única segurança e defesa que possa sentir, será a inocência e a pena que habitam lado a lado no interior do meu ser.
Lá longe, o toque dos sinos desperta-me para uma outra dimensão, provocando-me dor e algum desnorte, confusão e uma certa demência onde neste estado doentio, me permito vislumbrar com alguma clareza e por entre uma nuvem de pó, toda a energia que embora turva e algo desiquilibrada, se tenta erguer por dentro de mim.
O olhar da minha visão parece sonolento, pesado, carregado e refeito de um estado recambolesco. Sabia que não seria fácil mergulhar num mundo de desordem e confusão, sem reaparecer cabisbaixo e atordoado pelos empurrões que senti, ainda que me tivessem demonstrado o que pensavam, o que já teriam vivido e usado essas mesmas experiências como alerta para as minhas decisões. Tonto, confuso e cambaleando, vivo com um coração em chamas, tentando reagrupá-lo, uni-lo e conseguindo sentir o calor do lume que me queima por dentro e dilacera de um modo lento mas eficaz. Oxalá derreta de uma vez e me permita alcançar tudo aquilo que me falta para saber aceitar, saber compreender e conseguir voltar atrás em determinadas decisões que me levaram a um estado de hipnose e completa disfunção mental.
Talvez haja uma forma, talvez a consiga encontrar, nem que seja na última hora de vida, no dia do julgamento final e onde apenas compreenderei que voltei de um estado regressivo de transe e de retorno a algo que ainda não consigo clarificar. Deitar-me-ei até que a tontura desta hipnose me desapareça para sempre.... Aí estarei na realidade!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Tranquilidades...

Hoje, um dia tão normal como tantos outros e ao mesmo tempo, sempre tão diferente...
O acordar nada pareceu trazer de novo, ainda que com ele a benção da vida se tivesse feito anunciar e só por isso, devo dar graças por mais uma manhã que me permite estar vivo, me permite viver e permite fazer com que cada um dos meus sentidos volte a interagir com todo o ambiente que me rodeia. O passar do tempo parece trazer mais sapiência, mais experiência a uma vida que vive mais um dia de intenso movimento, ainda que tudo pareça parado, tudo pareça num completo sossego, ainda que tudo pareça num perfeito estado de tranquilidade. Talvez seja tão somente pela minha tranquilidade, pelo sossego a que hoje estou sujeito, pela calma que hoje trago comigo e mais do que a paz de espírito que pareço carregar, talvez seja pelo facto de sentir uma total despreocupação de qualquer responsabilidade no dia de hoje.
Farei o que me apetecer, cumprindo as mesmas regras, as mesmas imposições diárias quase rotineiras, mas sem o peso das mesmas a tolharem-me de pressão e ansiedade.
Hoje viverei de acordo com as minhas vontades, tomando o meu tempo para aquilo que bem me apetecer, para um único todo chamado eu, mas ainda que possa parecer de puro egoísmo e de uma estranha forma de solidão doentia. Saber-me-á extremamente bem este contacto com a minha paz interior. Amanhã, voltarei com tudo aquilo com que sempre sou obrigado a partilhar, mas mais leve e mais aliviado por uns breves momentos de satisfação e de renovação interior.

domingo, fevereiro 03, 2008

Perdão!

Tento que a minha luz ilumine o teu ser, o irradie de algo que não possui, sendo que o meu esforço e vã recompensa, apenas tem o triste retorno do choro do teu olhar... Parecem tempos de desespero, de tristeza imensa, quase desilusão, apenas porque te empurraram e escorraçaram, te mgoaram ao ponto de não permitires que alguém te ame, que alguém te toque e que alguém te volte a dar motivos de uma felicidade repleta de sorrisos.
Toca-me num último esforço, tentando uma vez mais e sem reservas... Deixa-me sentir-te também, fazendo com que te leve ao outro lado, te mostre a extremidade onde já viveste e agora pareces renegar... Permanece disposta a viver de novo, a sentir que o amor nos faz sentir vivos, não importando em que altura for e nos momentos certos que por mais errados pareçam ser.
Nas noites mais sombrias e escuras, voltarás a sentir o brilho que dele se irradia, matando o sentimento vazio que se aloja na mente e se aninha nas vidas que se separam e parecem eternamente perdidas...
Estarei por perto, sempre que precisares, sempre que me envies um sinal de esperança e de perdão por algo que julgávamos perdido no tempo. Seria bom retomarmos certos momento, recuperarmos algum do tempo gasto e recomeçarmos sem regras, sem leis impostas por outros...
Ainda agora, tudo parece começar...