quarta-feira, maio 05, 2004

Confusa demência...

Todas as criaturas e seres viventes precisam de destinos, conduzindo os seus problemas de um ponto de partida. Todas as pessoas precisam esvaziar a mente, depreciarem-se pelos abismos e encontrarem um ponto médio na consciência podre e funesta que os atormenta... Acho que te consigo ouvir, na manhã em que acordas, sentes o peso em cima dos olhos e não os consegues abrir.
Percorre as milhas que te distam do objectivo, no momento da tranquila existência, consciência e é bom sentir que se pensa na não vontade de o fazer, de o assimilar e nunca executar o que se diz, mas o que se sente...
Nunca te oiço, e isso vê-se nos hologramas que se mostram pelos teus olhos, na vermelhidão rosada do sangue que te sai deles e me mancha a palma das mãos e fazendo-me sentir estigmatizado por brechas que não são as minhas, mas que fazem parte de mim.
Não me sinto tranquilo, nem por mim, nem pela gentalha que se diverte á noite, nas altas horas de diversão, nas quais me hostilizo pela vulgaridade do vazio ,no sorriso escondido e tímido em que faço uma pausa para me saciar no ódio e na demência de um estado doentio e depressivo.
Não me preocupo com diferentes leituras ou pensamentos, até me sinto bem com eles, fazem-me bem e são bons para mim... são puros, decentes e cristalinos quando têm razão de ser e o são por inteiro. Talvez sendo criança, na infantilidade e na meninice, consiga pegar, agarrar e conseguir um pouco desse pedágio que me é insistentemente cobrado.
Talvez uma bebida dopante, alcoolizada, viciada, viciante, dependente me faça bem, me faça pensar na vontade de não o fazer e com ela apenas esquecer, limpando e formatando as formas estranhas e assustadores que deambulam diante de mim e me levam cada porção do brilho natural, do lustro e da luminosidade que me fez resisitir por tanto tempo a uma escuridão inevitável.
Talvez se arrisque a vida, talvez se sacrifique o espírito e o perjúrio em que me insiro... Doce, elegante, suave e nojento... Nojo de uma luz que julgava ser um abrigo,um escudo encandeador e reflectivo de diversas formas de barreiras e etapas que com uma chuva de preconceitos e regras me confronta e revolta.Metade assim se sente, metade assim se encontra... nervosa, duvidosa, confusa, doentia e dolorosa ! Vede os meus olhos, são pequenos hologramas, repara no sangue que me brota da alma, se demonstra no amor e me sai pelas palmas das mãos como se de estigmas se tratassem... O negro apodera-se, o brilho desfaz-se, a luminosidade perde-se e o vermelho do meu interior morre a cada passo que dou no sentido do tempo ...

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