Realidades !
Observo soturnamente a noite diante de mim.
Como uma espécie de ferida que se tenta fechar e sarar, penso no curativo ideal que me faça voltar a tempos em que a auto-cura era um processo intempestivamente presente.
Reparo na força e na vontade dos actos, sem sequer me preocupar em entender como tudo acontece, se realiza e regressa ao ponto de partida.
Recordo toda a vida perante o meu olhar, chovendo e infiltrando-se de novo em mim de uma forma gélida, omissa e grotesca. Lágrimas de nuvens passageiras que se precipitam através de uma pluviosidade natural, vão descendo pelo rosto e destilando a minha noite que vai desaparecendo. Pela manhã, surgirá um novo dia, onde a felicidade reinante de alguns, me trará pensamentos e me fará ter memórias nunca concebidas.
Talvez uma confusa demência se pareça apoderar de mim neste momento. Contudo repousar no útero pouco original em que se vive, faz-nos observar para além do previsível e com isso, ousamo-nos libertar e alcançar metas muito próprias. Sento-me no topo do tempo, viajo e deambulo ao sabor de uma suave brisa que me traz, leva e por vezes me alcança num mundo de constante mutação e realismo mórbido.
O sonho que de noite parecia real e previsivel, cai na tentação da monotonia. O confronto com a manhã, demasiado físico e grosseiro...
sexta-feira, novembro 05, 2004
terça-feira, novembro 02, 2004
Make-up !
Pelo reflexo natural de um espelho há muito construído e de certa forma baço e obsoleto, revejo-me a cada manhã de uma forma diferente. Vejo as imperfeições da estética, das formas que me compõem, me moldam e nelas me deparo com um complexo turbilhão de sensações.
Reparo nos contornos do rosto que há muito deixaram de ser os mesmos. Na textura, na cor que o veste e que nele se vai acentuando e acumulando. Parecem ser despojos de uma longa vida assimilada por um curto espaço de tempo. Talvez sinta experiência e sabedoria na pele gasta e usada, mas não deixo nunca de a sentir como uma mera e simples carcaça do interior que me mantém vivo e ciente da vida aí por fora...
Estranha sensação de exibicionismo e vaidade mórbida por algo tão irreal e doentio como a falsa demonstração exterior do que somos. A cada novo dia, o processo de rejuvenescimento interno, ganha novamente uma experiência e uma qualidade intrínseca que nunca é oportunamente acompanhada pelo externo. Surgem-me à ideia, as estranhas sensações da vergonha, do receio, da falsa aceitação pelos outros, simplesmente devido a um não acompanhamento progressivo do mental e do físico. Parece inevitável o recurso doentio de colocação de máscaras, de pinturas jokerianas que roçam e tocam o rídiculo, apenas com o intuito de camuflar o interior e fazer parecer mais afável e agradável. Precisarei mesmo disso? Não me parece...
Lanço novamente o olhar perante o vidro reflector. Toco-me suavemente e pelo meu tacto deixo-me levar. Parece-me bem e lógico, preencher algumas destas lacunas e imperfeições com tudo aquilo que me for mais adequado. Contudo, fecho e olhos e deixo que o meu tacto me acompanhe mais uma vez. Que vejo eu? Nada...
Não enxergo as tonalidades e mesmo os altos e baixos passam despercebidos. Parece um sonho acordado em que a verdadeira perfeição do meu interior, salta e deambula diante mim. Deixo-me levitar por largos instantes. Pareço um ser perfeito, em que embriago todos ao meu redor, deixando uma espécie de contágio saudável á minha volta... Apenas sou agradável. Nada mais!
Pelas inúmeras regressões que me acompanham nestes instantes, sinto-me a sorrir de felicidade e de bem estar. Encontro o ponto de equilibrio perfeito e após o sentir, abro os olhos lentamente e olho no seu interior. Julgo ter visto a verdadeira beleza e nela ter desencadeado um estado de espirito soberbo.
Vejo os olhos sorrirem, confiantes e sinceros comigo mesmo. Apetece-me sair agora, Não me preciso ver... Sinto-me bem !
Pelo reflexo natural de um espelho há muito construído e de certa forma baço e obsoleto, revejo-me a cada manhã de uma forma diferente. Vejo as imperfeições da estética, das formas que me compõem, me moldam e nelas me deparo com um complexo turbilhão de sensações.
Reparo nos contornos do rosto que há muito deixaram de ser os mesmos. Na textura, na cor que o veste e que nele se vai acentuando e acumulando. Parecem ser despojos de uma longa vida assimilada por um curto espaço de tempo. Talvez sinta experiência e sabedoria na pele gasta e usada, mas não deixo nunca de a sentir como uma mera e simples carcaça do interior que me mantém vivo e ciente da vida aí por fora...
Estranha sensação de exibicionismo e vaidade mórbida por algo tão irreal e doentio como a falsa demonstração exterior do que somos. A cada novo dia, o processo de rejuvenescimento interno, ganha novamente uma experiência e uma qualidade intrínseca que nunca é oportunamente acompanhada pelo externo. Surgem-me à ideia, as estranhas sensações da vergonha, do receio, da falsa aceitação pelos outros, simplesmente devido a um não acompanhamento progressivo do mental e do físico. Parece inevitável o recurso doentio de colocação de máscaras, de pinturas jokerianas que roçam e tocam o rídiculo, apenas com o intuito de camuflar o interior e fazer parecer mais afável e agradável. Precisarei mesmo disso? Não me parece...
Lanço novamente o olhar perante o vidro reflector. Toco-me suavemente e pelo meu tacto deixo-me levar. Parece-me bem e lógico, preencher algumas destas lacunas e imperfeições com tudo aquilo que me for mais adequado. Contudo, fecho e olhos e deixo que o meu tacto me acompanhe mais uma vez. Que vejo eu? Nada...
Não enxergo as tonalidades e mesmo os altos e baixos passam despercebidos. Parece um sonho acordado em que a verdadeira perfeição do meu interior, salta e deambula diante mim. Deixo-me levitar por largos instantes. Pareço um ser perfeito, em que embriago todos ao meu redor, deixando uma espécie de contágio saudável á minha volta... Apenas sou agradável. Nada mais!
Pelas inúmeras regressões que me acompanham nestes instantes, sinto-me a sorrir de felicidade e de bem estar. Encontro o ponto de equilibrio perfeito e após o sentir, abro os olhos lentamente e olho no seu interior. Julgo ter visto a verdadeira beleza e nela ter desencadeado um estado de espirito soberbo.
Vejo os olhos sorrirem, confiantes e sinceros comigo mesmo. Apetece-me sair agora, Não me preciso ver... Sinto-me bem !
sábado, agosto 14, 2004
Utopia !
Como desejaria que desviasses o olhar na minha direcção e mantendo a mesma postura que te veste, mostrasses um sorriso rasgado, bem pintado nessa face rosada e dilacerada pelo tempo...
Como me apeteceria pegar-te em meus braços e rodopiar dançando, sorrindo, olhando e mostrando o meu rosto de felicidade aos deuses que me observam e protegem. Seria uma dança de amor, de alegria e de um coração preenchido, deixando que toda esta envolvência se estendesse também a ti e fosse partilhada por ambos.
Fechando os olhos e imaginando essa possibilidade, desejaria que este momento fosse eterno, único e egoísta, para que me sentisse pleno de felicidade e encanto. Se soubesses como me sinto frio,calculista,deturpado, se me visses o interior e o desencanto, se me tocasses na solidão, no medo e no receio, saberias que o teu simples olhar me iluminaria a vida, me deixaria esperançado e me aqueceria o íntimo. Fecho os olhos de novo, preferindo imaginar-te comigo do que sentir que te vejo, passando despercebido e ignorado. Desta forma sei que te encontro as vezes que quero, te tenho a meu lado sob todas as formas e se a tristeza e a dor de não te possuir são amargas, valerá a pena alimentar o meu ego com a tua imaginária existência em mim.
Ver-te-ei de novo, ou é apenas um fugaz encontro pela tua presença física em meu redor ? Não sei. Apenas acredito que enquanto puder dançar contigo e segurar-te com os meus braços, irei desejar que o momento perdure e se estenda pela vida eterna. Dança comigo de novo, deixa-me que te segure como antes, deixa-me que te aperte mais uma vez...
Findo o sonho e o encanto, abro os olhos lentamente. Vejo-te já distante e de partida. Nunca saberei se me olhaste, sorriste ou terás fixado o olhar num outro ponto. Talvez seja tímido, receoso e envergonhado. Talvez não tenha a coragem necessária para te enfrentar e dizer o que sinto. Contudo, estou bem ciente da diferença das nossas realidades. Mundos distintos, ambos complexos e em tudo diferentes, mas com a noção de ainda assim serem similares.
Lamento desejar algo que não consiga tocar, mas enquanto viver e me permitir sonhar com um objectivo próprio, manterei viva a chama no meu interior. Ainda que não toque, saberei que o meu espírito e a minha força conseguiram bem mais que isso e é quanto me basta para me preencher. Mantenho a esperança, a crença e a fé, porque se interiormente chegar a determinado estaturo, faltará um pequeno passo para o realizar...
Como desejaria que desviasses o olhar na minha direcção e mantendo a mesma postura que te veste, mostrasses um sorriso rasgado, bem pintado nessa face rosada e dilacerada pelo tempo...
Como me apeteceria pegar-te em meus braços e rodopiar dançando, sorrindo, olhando e mostrando o meu rosto de felicidade aos deuses que me observam e protegem. Seria uma dança de amor, de alegria e de um coração preenchido, deixando que toda esta envolvência se estendesse também a ti e fosse partilhada por ambos.
Fechando os olhos e imaginando essa possibilidade, desejaria que este momento fosse eterno, único e egoísta, para que me sentisse pleno de felicidade e encanto. Se soubesses como me sinto frio,calculista,deturpado, se me visses o interior e o desencanto, se me tocasses na solidão, no medo e no receio, saberias que o teu simples olhar me iluminaria a vida, me deixaria esperançado e me aqueceria o íntimo. Fecho os olhos de novo, preferindo imaginar-te comigo do que sentir que te vejo, passando despercebido e ignorado. Desta forma sei que te encontro as vezes que quero, te tenho a meu lado sob todas as formas e se a tristeza e a dor de não te possuir são amargas, valerá a pena alimentar o meu ego com a tua imaginária existência em mim.
Ver-te-ei de novo, ou é apenas um fugaz encontro pela tua presença física em meu redor ? Não sei. Apenas acredito que enquanto puder dançar contigo e segurar-te com os meus braços, irei desejar que o momento perdure e se estenda pela vida eterna. Dança comigo de novo, deixa-me que te segure como antes, deixa-me que te aperte mais uma vez...
Findo o sonho e o encanto, abro os olhos lentamente. Vejo-te já distante e de partida. Nunca saberei se me olhaste, sorriste ou terás fixado o olhar num outro ponto. Talvez seja tímido, receoso e envergonhado. Talvez não tenha a coragem necessária para te enfrentar e dizer o que sinto. Contudo, estou bem ciente da diferença das nossas realidades. Mundos distintos, ambos complexos e em tudo diferentes, mas com a noção de ainda assim serem similares.
Lamento desejar algo que não consiga tocar, mas enquanto viver e me permitir sonhar com um objectivo próprio, manterei viva a chama no meu interior. Ainda que não toque, saberei que o meu espírito e a minha força conseguiram bem mais que isso e é quanto me basta para me preencher. Mantenho a esperança, a crença e a fé, porque se interiormente chegar a determinado estaturo, faltará um pequeno passo para o realizar...
Voa !
Dentro de ti, lágrimas de pura frustração descem em cascata na direcção do teu íntimo, do teu espírito, do teu coração... O que poderia preencher essa alma conturbada? Talvez nunca o saibas.
Segue-me, entra no meu doloroso mundo, na essência da eternidade, numa mente aberta e ilimitada, sentindo a viagem... voando pela noite !
Quebra, mundo ferido... Queda, mentes doentes sem lugar para pernoitar, ardendo num fogo de mentira, derretendo o gelo da verdade.
Voa, entra no meu mundo doentio, na eternidade...
Voa, abrindo a mente e seguindo viagem.
Voa... pela noite !
Encontrarei a luz e a trarei para bem junto de ti.
A esperança encontra-se perto, o fogo da mentira parece extinguir-se.
Voa... sempre !
Dentro de ti, lágrimas de pura frustração descem em cascata na direcção do teu íntimo, do teu espírito, do teu coração... O que poderia preencher essa alma conturbada? Talvez nunca o saibas.
Segue-me, entra no meu doloroso mundo, na essência da eternidade, numa mente aberta e ilimitada, sentindo a viagem... voando pela noite !
Quebra, mundo ferido... Queda, mentes doentes sem lugar para pernoitar, ardendo num fogo de mentira, derretendo o gelo da verdade.
Voa, entra no meu mundo doentio, na eternidade...
Voa, abrindo a mente e seguindo viagem.
Voa... pela noite !
Encontrarei a luz e a trarei para bem junto de ti.
A esperança encontra-se perto, o fogo da mentira parece extinguir-se.
Voa... sempre !
quinta-feira, agosto 05, 2004
Atalhos !
Deparando-me com uma encruzilhada em que a confusão e indecisão reinam e pairam sobre mim, por vezes a melhor escolha será tomar um dos caminhos, sem que me venha e lamentar e a criticar por isso. Tomando a esquerda ou a direita, o importante será mesmo saber em qual dos pólos confinei a minha decisão, e nela jamais creditar todo o fracasso ou sucesso que daí me advenha. Independentemente do caminho árido ou suave que venha a sentir, terei sempre de realçar que sou suficientemente hábil e crente nas minhas capacidades, para saber aceitar e viver com exactidão, num ambiente por mim criado.
Ainda por vezes, nesse mesmo processo de escolha, me posso permitir a adquirir um meio termo e nele poder saborear o doce e o amargo de cada uma das partes. Dado a escolher entre as trevas e a luz, escolheria o espaço entre elas, porque me permitiria viver sempre e quando quisesse, mas também morrer quando assim o entendesse. Com isto, faria com que a minha vida fosse algo mais que uma normalidade, transmitindo-lhe um encanto e um fascínio, com uma metamorfose por mim conseguida e em todo controlada. Ainda assim, não deixaria de evidenciar feridas interiores e rasgos superficiais de dor e mágoa, devido a uma vida em que o processo de cura e envenenamento está bem patente no meu subconsciente. O factor humano é pródigo no saber ferir, ser ferido, mas tem na luta e na crença, a força ideal e a capacidade de se alhear do sofrimento, sabendo e buscando incessantemente o antídoto certo para determinadas situações.
Deparando-nos com o abismo, seja por atracção ou refúgio, a encruzilhada volta a fazer-nos companhia, levando-nos novamente a um estado de indecisão doentio e em que a pressão da escolha toma novamente uma proporção gigantesca e ameaçadora do medo e receio que sentimos. Pautados pela razão e pela emoção, resta acima de tudo, conseguir juntar ambos os conceitos e permitir que se encaixem e complementem de uma forma indissociável. Há que equilibrar de uma forma racional e directa, pois se a razão gere, acumula e toma a iniciativa, a emoção é tudo aquilo que deve ser gerido e tomado em linha de conta pela sensibilidade das coisas... Resta-me escolher e seguir em frente, mantendo uma polivalência e uma sagacidade naturais para conseguir contornar eventuais precalços, por atalhos direccionados ao caminho por mim traçado.
Deparando-me com uma encruzilhada em que a confusão e indecisão reinam e pairam sobre mim, por vezes a melhor escolha será tomar um dos caminhos, sem que me venha e lamentar e a criticar por isso. Tomando a esquerda ou a direita, o importante será mesmo saber em qual dos pólos confinei a minha decisão, e nela jamais creditar todo o fracasso ou sucesso que daí me advenha. Independentemente do caminho árido ou suave que venha a sentir, terei sempre de realçar que sou suficientemente hábil e crente nas minhas capacidades, para saber aceitar e viver com exactidão, num ambiente por mim criado.
Ainda por vezes, nesse mesmo processo de escolha, me posso permitir a adquirir um meio termo e nele poder saborear o doce e o amargo de cada uma das partes. Dado a escolher entre as trevas e a luz, escolheria o espaço entre elas, porque me permitiria viver sempre e quando quisesse, mas também morrer quando assim o entendesse. Com isto, faria com que a minha vida fosse algo mais que uma normalidade, transmitindo-lhe um encanto e um fascínio, com uma metamorfose por mim conseguida e em todo controlada. Ainda assim, não deixaria de evidenciar feridas interiores e rasgos superficiais de dor e mágoa, devido a uma vida em que o processo de cura e envenenamento está bem patente no meu subconsciente. O factor humano é pródigo no saber ferir, ser ferido, mas tem na luta e na crença, a força ideal e a capacidade de se alhear do sofrimento, sabendo e buscando incessantemente o antídoto certo para determinadas situações.
Deparando-nos com o abismo, seja por atracção ou refúgio, a encruzilhada volta a fazer-nos companhia, levando-nos novamente a um estado de indecisão doentio e em que a pressão da escolha toma novamente uma proporção gigantesca e ameaçadora do medo e receio que sentimos. Pautados pela razão e pela emoção, resta acima de tudo, conseguir juntar ambos os conceitos e permitir que se encaixem e complementem de uma forma indissociável. Há que equilibrar de uma forma racional e directa, pois se a razão gere, acumula e toma a iniciativa, a emoção é tudo aquilo que deve ser gerido e tomado em linha de conta pela sensibilidade das coisas... Resta-me escolher e seguir em frente, mantendo uma polivalência e uma sagacidade naturais para conseguir contornar eventuais precalços, por atalhos direccionados ao caminho por mim traçado.
domingo, julho 11, 2004
Sentidos !
Bem alto, no topo da colina, jaz uma pequena capela onde é audível o som estridente e melancólico de um velho sino.
Situo-me distante, numa terra árida, em que é palpável o restolho de uma seara de trigo e se podem cheirar e saborear estranhas sensações de vazio, de solidão, mas de muito sossego.
Daqui, há um imenso retrato físico e psicológico por tirar. Daqui, vejo e sinto coisas diferentes, abstractas, reais, porventura demagogas ou mesmo dementes. Contudo, muito naturais.
Oiço o bater do pêndulo no sino. Não vejo quem o toca, o que o faz tocar, nem qualquer tipo de gente. Apenas observo o movimento de vai-vem e a forma como o som perdura e viaja até mim. Estranho, mas parecem abrir-se brechas e fendas pelo solo. Parece que o eco perdura e todo o universo treme a cada batida no metal. Assusta!
Sento-me numa enorme pedra, bem no centro do antigo trigal e começo uma estranha viagem, decidida pelo meu olhar e pelos outros sentidos.
Ainda tendo a pequena capela e o toque do sino como referência, tento abstrair-me das vibrações que se fazem sentir e tento descrever o que vejo. Em baixo, uma nora enferrujada acoplada a um antigo poço de pedra, range e move-se ao sabor do vento e de um minúsculo fio de água. Um pouco ao lado, as canas e as árvores agitam-se de uma forma medonha e indefinida. Ouvem-se os estalidos dos ramos a quebrarem e o bater destes ao chegarem ao chão. Nos campos de cultivo, a poeira levanta-se em círculos e desaparece no ar. Os pássaros desaparecem no horizonte, parecendo apressados e desejosos de sairem rapidamente para outro lugar. Os roedores, saltam e correm de encontro aos seus abrigos, parecendo recear algo pior do que já se sente. Os répteis não se vêem, talvez porque não sejam as condições ideiais para se mostrarem e se fazerem notar. Os seres ruminantes, mantém-se serenos, levantando apenas as cabeças a cada batida, a cada toque compassado do sino e mantendo o olhar desconfiado em qualquer direcção. Os insectos, parece que nunca estiveram aqui, apesar do cheiro nauseabundo da fruta podre que se decompõe, junto ás raízes das árvores.
Tudo isto é muito estranho, assustador, mas indescritível. Olhando para o céu, as nuvens vão-se escurecendo e sente-se que vêm carregadas. Do sol nem sinal, apesar da sua luz conferir ainda uma claridade suficiente para se saber que estamos num final de tarde.
Sinto as primeiras gotas de chuva e o odor da terra molhada pelos campos, começa a fazer-se sentir...
Lá em cima, o sino continua a sua tarefa. Batendo e esgrimindo uma melodia calma mas sinuosa, prossegue o seu método de uma forma natural. Não distingo o que toca. Parece ser tudo e ao mesmo tempo, nada! Não é um marcar de horas, não é um repique de festa e muito menos um toque de sinais. Será que alguém apenas se diverte e agita o enorme objecto de metal? Não sei, mas parece ser o instrumento musical correcto para este dia.
Estou encharcado pela chuva. Deixei-me embalar por este ambiente e por aqui fiquei. O vento acalmou e a água sagrada vinda dos céus, também. Aos poucos a claridade parece aumentar e junto á pequena ribeira, o arco-irís dispara e traz alguma cor a este dia acinzentado que passei.
Soube-me bem estar aqui. Sempre sozinho, sempre acordado e motivado para reter qualquer pormenor. Os seres-vivos que observei, parecem ter desistido de voltar. É lógico, até porque o dia está a terminar e deverão ter-se recolhido em abrigos bem mais seguros e menos vulneráveis a certos riscos.
Ainda assim, acredito que irão voltar, apesar do toque assustador do sino no alto da torre...
Levanto-me e parto eu também para o meu abrigo, não sem antes passar pela pequena capela e também eu fazer soar o sinal da hora do meu regresso. Enfim... de volta a casa !
Bem alto, no topo da colina, jaz uma pequena capela onde é audível o som estridente e melancólico de um velho sino.
Situo-me distante, numa terra árida, em que é palpável o restolho de uma seara de trigo e se podem cheirar e saborear estranhas sensações de vazio, de solidão, mas de muito sossego.
Daqui, há um imenso retrato físico e psicológico por tirar. Daqui, vejo e sinto coisas diferentes, abstractas, reais, porventura demagogas ou mesmo dementes. Contudo, muito naturais.
Oiço o bater do pêndulo no sino. Não vejo quem o toca, o que o faz tocar, nem qualquer tipo de gente. Apenas observo o movimento de vai-vem e a forma como o som perdura e viaja até mim. Estranho, mas parecem abrir-se brechas e fendas pelo solo. Parece que o eco perdura e todo o universo treme a cada batida no metal. Assusta!
Sento-me numa enorme pedra, bem no centro do antigo trigal e começo uma estranha viagem, decidida pelo meu olhar e pelos outros sentidos.
Ainda tendo a pequena capela e o toque do sino como referência, tento abstrair-me das vibrações que se fazem sentir e tento descrever o que vejo. Em baixo, uma nora enferrujada acoplada a um antigo poço de pedra, range e move-se ao sabor do vento e de um minúsculo fio de água. Um pouco ao lado, as canas e as árvores agitam-se de uma forma medonha e indefinida. Ouvem-se os estalidos dos ramos a quebrarem e o bater destes ao chegarem ao chão. Nos campos de cultivo, a poeira levanta-se em círculos e desaparece no ar. Os pássaros desaparecem no horizonte, parecendo apressados e desejosos de sairem rapidamente para outro lugar. Os roedores, saltam e correm de encontro aos seus abrigos, parecendo recear algo pior do que já se sente. Os répteis não se vêem, talvez porque não sejam as condições ideiais para se mostrarem e se fazerem notar. Os seres ruminantes, mantém-se serenos, levantando apenas as cabeças a cada batida, a cada toque compassado do sino e mantendo o olhar desconfiado em qualquer direcção. Os insectos, parece que nunca estiveram aqui, apesar do cheiro nauseabundo da fruta podre que se decompõe, junto ás raízes das árvores.
Tudo isto é muito estranho, assustador, mas indescritível. Olhando para o céu, as nuvens vão-se escurecendo e sente-se que vêm carregadas. Do sol nem sinal, apesar da sua luz conferir ainda uma claridade suficiente para se saber que estamos num final de tarde.
Sinto as primeiras gotas de chuva e o odor da terra molhada pelos campos, começa a fazer-se sentir...
Lá em cima, o sino continua a sua tarefa. Batendo e esgrimindo uma melodia calma mas sinuosa, prossegue o seu método de uma forma natural. Não distingo o que toca. Parece ser tudo e ao mesmo tempo, nada! Não é um marcar de horas, não é um repique de festa e muito menos um toque de sinais. Será que alguém apenas se diverte e agita o enorme objecto de metal? Não sei, mas parece ser o instrumento musical correcto para este dia.
Estou encharcado pela chuva. Deixei-me embalar por este ambiente e por aqui fiquei. O vento acalmou e a água sagrada vinda dos céus, também. Aos poucos a claridade parece aumentar e junto á pequena ribeira, o arco-irís dispara e traz alguma cor a este dia acinzentado que passei.
Soube-me bem estar aqui. Sempre sozinho, sempre acordado e motivado para reter qualquer pormenor. Os seres-vivos que observei, parecem ter desistido de voltar. É lógico, até porque o dia está a terminar e deverão ter-se recolhido em abrigos bem mais seguros e menos vulneráveis a certos riscos.
Ainda assim, acredito que irão voltar, apesar do toque assustador do sino no alto da torre...
Levanto-me e parto eu também para o meu abrigo, não sem antes passar pela pequena capela e também eu fazer soar o sinal da hora do meu regresso. Enfim... de volta a casa !
quinta-feira, julho 01, 2004
Filhos do diabo
Nascido pelo pecado, um orgulho para o inferno onde se trai e alimenta a vingança como um elo entre mundos. Serpentes da morte, amamentam o filho das trevas, alimentando-o e mantendo-lhe o vigor e a robustez próprias de um servidor da tortura, de um escravo do poder e de um legionário do mundo de fogo que habita.
O poder que o veste, testemunha o progresso, sendo a aplicação dos seus sentidos ocultos, uma escolha premeditada.
Nos olhos sequiosos e insaciáveis na busca de almas deambulantes, reside uma força interminável de procura, de desejo e desprezo pelas mais elementares regras ou conceitos éticos das leis morais.
Pelo caos se rege, pelo medo alheio se alimenta e com ele se sodomiza...
Encontra-se junto a ti, estendendo-te a mão com uma falsa ajuda, querendo-te puxar vertiginosamente na sua direcção, para que se alimente dos teus despojos e do teu fraco interior...
Enfrenta-o sem receios e sem virar costas, descobre a forma adequada e correcta de recuar lentamente sem tropeçares.
Desliga-te do medo e olhando-o de frente, apaga esse imenso fogo que o veste e lhe dá cor. Cega-lhe os olhos com a tua frieza e sensatez, resistindo á tentação de te entregares de uma forma fácil e directa. Orienta a tua verdade interior, organizando e arrumando as encruzilhadas dentro de ti.
Torna-te crente do teu íntimo, buscando a ajuda divina se te aprouver fazê-lo e aí encontrarás o caminho correcto e a paz de espírito na vida que vives. Busca a verdadeira alma interior e nela encontrarás novamente o colorido necessário para te preencheres.
Longe, muito longe daqui, saberás encontrar novamente o equilíbrio.
Cruzarás rios, subirás montanhas, descerás vales e saberás enfrentar todo o género de batalhas nas costas de um outro tempo que não este. Age de acordo com a tua crença e reage suficientemente a fim de encontrares o antídoto certo, que te tire do trapézio que te desiquilibra e te faz viver na descrença. A salvação encontra-se dentro de ti, olhando de frente e nos olhos, esses imensos filhos do diabo que te atormentam e quase te fazem cair. A direcção correcta nem sempre está adiante, e embora a facilidade do passo em frente seja tentador, na dificuldade tem de residir o saber, a coragem e a destreza de não virar as costas. Mantendo o olhar intimidatório ao mesmo tempo que se recua diante de algo, é o caminho a seguir.
Novas enruzilhadas virão e com elas, opções, decisões, escolhas e quiçá as respostas e as vias correctas...
Resta olhá-las de frente, sendo vigorosos e vitoriosos perante os tais "diabos" que nos tentam !
Nascido pelo pecado, um orgulho para o inferno onde se trai e alimenta a vingança como um elo entre mundos. Serpentes da morte, amamentam o filho das trevas, alimentando-o e mantendo-lhe o vigor e a robustez próprias de um servidor da tortura, de um escravo do poder e de um legionário do mundo de fogo que habita.
O poder que o veste, testemunha o progresso, sendo a aplicação dos seus sentidos ocultos, uma escolha premeditada.
Nos olhos sequiosos e insaciáveis na busca de almas deambulantes, reside uma força interminável de procura, de desejo e desprezo pelas mais elementares regras ou conceitos éticos das leis morais.
Pelo caos se rege, pelo medo alheio se alimenta e com ele se sodomiza...
Encontra-se junto a ti, estendendo-te a mão com uma falsa ajuda, querendo-te puxar vertiginosamente na sua direcção, para que se alimente dos teus despojos e do teu fraco interior...
Enfrenta-o sem receios e sem virar costas, descobre a forma adequada e correcta de recuar lentamente sem tropeçares.
Desliga-te do medo e olhando-o de frente, apaga esse imenso fogo que o veste e lhe dá cor. Cega-lhe os olhos com a tua frieza e sensatez, resistindo á tentação de te entregares de uma forma fácil e directa. Orienta a tua verdade interior, organizando e arrumando as encruzilhadas dentro de ti.
Torna-te crente do teu íntimo, buscando a ajuda divina se te aprouver fazê-lo e aí encontrarás o caminho correcto e a paz de espírito na vida que vives. Busca a verdadeira alma interior e nela encontrarás novamente o colorido necessário para te preencheres.
Longe, muito longe daqui, saberás encontrar novamente o equilíbrio.
Cruzarás rios, subirás montanhas, descerás vales e saberás enfrentar todo o género de batalhas nas costas de um outro tempo que não este. Age de acordo com a tua crença e reage suficientemente a fim de encontrares o antídoto certo, que te tire do trapézio que te desiquilibra e te faz viver na descrença. A salvação encontra-se dentro de ti, olhando de frente e nos olhos, esses imensos filhos do diabo que te atormentam e quase te fazem cair. A direcção correcta nem sempre está adiante, e embora a facilidade do passo em frente seja tentador, na dificuldade tem de residir o saber, a coragem e a destreza de não virar as costas. Mantendo o olhar intimidatório ao mesmo tempo que se recua diante de algo, é o caminho a seguir.
Novas enruzilhadas virão e com elas, opções, decisões, escolhas e quiçá as respostas e as vias correctas...
Resta olhá-las de frente, sendo vigorosos e vitoriosos perante os tais "diabos" que nos tentam !
Nos olhos da morte !
Em mentes próprias, dilaceradas pelo fogo e onde o demónio é Deus, o olhar de almas inocentes, demonstra duas faces...
O descontrolo, a decadência, fragmentos de um nada, de um vazio sedutor e de escravatura, contrastam com impérios de trevas e vácuo onde as criações interiores deambulam e se arrastam, arruinadas.
A fome, ri-se por dentro... O sagrado não existe !
Perante o olhar da morte e no cume da noite, o juramento de sangue segue alto, sentindo-se sobre ele a proximidade de um novo destino.
Perante o olhar da morte, nada ainda se revela...
As feridas jorram o quente sangue de batalhas efémeras e por mais que se unam, jamais se curarão. O gotejar explosivo e crepitante do sangue, das lágrimas e do suor expelidos pela vida, em nada trará a glória ou a honra no sentido da morte, permitindo apenas o leve saborear da sua perda na luta, na raça e no querer das árduas tarefas conseguidas.
Fluídos perdidos num chão sumido pela permanência humana, jamais chegarão ao paraíso, ao descanso eterno, preferindo-se juntar nas tumbas sobre as quais, repousaremos.
Sangue, escravos da vida, usuários de um corpo sumido, falsos profetas de um nada que prometem e não conseguem, atrevam-se diante o olhar da morte, beijando-a e querendo-a para que a tortura não perdure e se manifeste menos dolorosa...
Em mentes próprias, dilaceradas pelo fogo e onde o demónio é Deus, o olhar de almas inocentes, demonstra duas faces...
O descontrolo, a decadência, fragmentos de um nada, de um vazio sedutor e de escravatura, contrastam com impérios de trevas e vácuo onde as criações interiores deambulam e se arrastam, arruinadas.
A fome, ri-se por dentro... O sagrado não existe !
Perante o olhar da morte e no cume da noite, o juramento de sangue segue alto, sentindo-se sobre ele a proximidade de um novo destino.
Perante o olhar da morte, nada ainda se revela...
As feridas jorram o quente sangue de batalhas efémeras e por mais que se unam, jamais se curarão. O gotejar explosivo e crepitante do sangue, das lágrimas e do suor expelidos pela vida, em nada trará a glória ou a honra no sentido da morte, permitindo apenas o leve saborear da sua perda na luta, na raça e no querer das árduas tarefas conseguidas.
Fluídos perdidos num chão sumido pela permanência humana, jamais chegarão ao paraíso, ao descanso eterno, preferindo-se juntar nas tumbas sobre as quais, repousaremos.
Sangue, escravos da vida, usuários de um corpo sumido, falsos profetas de um nada que prometem e não conseguem, atrevam-se diante o olhar da morte, beijando-a e querendo-a para que a tortura não perdure e se manifeste menos dolorosa...
quinta-feira, junho 24, 2004
Caminhos !
Sentado num canto, arrumo-me entre paredes, completamente desalinhado mas hospedado bem no interior da alma e no fundo do subconsciente. Reparo na noite que cai, entrando-me pela janela e invadindo a pequena divisão em que me encontro. O lua segue alta e com ela, os primeiros feixes de luz trazem á tona uma claridade obscura. Sigo atentamente o recolher de mais um dia, o fim de uma azáfama constante e o términus de uma agitação ruidosa e consequente... Há muito que parei também. Não só e apenas por hoje, mas talvez há muito que o venho fazendo. Parei para pensar, observar e perceber um pouco o ciclo das coisas, não de uma forma racional e lógica, mas procurando respostas em algo diferente, em algo que nem eu ao certo sei se me poderá elucidar.
Apenas quis parar, sentar-me sozinho nesta divisão fria e triste em que o eco perdura, o vazio sobrevive e a falta de vida é agoniante. Limito-me a olhar lá para fora nesta perspectiva, vendo a escuridão tomar posse do imenso universo, e com ela, uns salpicos de pontos reluzentes, brilhantes e minúsculos, acompanhados lado-a-lado pela claridade do luar. Finalmente, a noite está no auge e assim se irá manter por largos instantes, até que o Sol rompa e se faça notar pelo calor e pela força da sua luz.
Levanto-me em silêncio, caminhando devagar e com imensa tranquilidade na direcção da janela e do meu ponto de encontro com o exterior. Olhando para cima, o sentimento é o mesmo que sentira enquanto estivera sentado, esperando por este momento. Tudo se encontra na mesma, desde a escuridão em tons de azul muito escuro, quase preto, passando pelos pontos pequeninos que identificam as estrelas e também, pela iluminação que a lua me tráz.
Baixando um pouco o olhar desde esses pontos mais altos, a visão vai sendo outra. Vai-se tornando diferente, mais complexa e fastidiosa a cada nível que se desce. Repara-se na acção humana, na luz artificial, nos movimentos das terras, nos altos edifícios, nos imensos caminhos que se cruzam e intrometem, e na forma como tudo isso é utilizado como se de objectos necessários á nossa existência se tratassem.
Decifro cada um desses pequenos "objectos" com uma facilidade enorme, distinguindo-os a todos, sabendo os seus nomes, as suas utilidades, os seus fins e principalmente também fazendo deles meu uso. Afinal, sou humano, tenho de viver segundo regras, imposições e conseguir usufruir de tudo o que já existia e tem sido criado á minha volta. Sinto-me cansado por tudo isto...
Satura-me o facto de percorrer todas estas ruas, cruzar-me com os mesmos edifícios, deparar-me com o mesmo género de pessoas, com o mesmo género de problemas, inquietações e receios. Satura-me o facto de não poder nem me conseguir ver livre desta prisão que me obriga a estar aqui e me sufoca constantemente. Satura-me dizer que ainda assim sou livre, mas sempre condicionado a uma liberdade que não me deixa sair...
Apetece-me libertar, exaltar e fugir... Para longe, para perto... não importa! Apenas conseguir sair para algo diferente, para gente diferente, para ruas e edifícios diferentes, para outros caminhos!
Largar tudo, todos e ir em busca de factos, de certezas, de enriquecimento interior. Largar um sedentarismo doentio e carente, sentir-me nómada, viajante no espaço e no tempo e com isso, sem regras, sem imposições ou restrições, aprender, conhecer, crescer e não criar raízes demasiado fortes num mesmo sítio, para que mais tarde não me cortem o tronco, dizendo que deixei de pertencer ali, àquele sítio, àquele lugar.
Ainda assim, esteja onde estiver, bastará olhar para cima, porque a escuridão será a mesma. Os "meus" tons de azul-escuro, quase preto, manter-se-ão inalteráveis, bem como os pequenos pontos brilhantes e bem como a claridade obscura da lua que seguirá alta.
Se um dia me arrepender de algo, que o faça porque o fiz, mas nunca por não o ter feito ou não ter tentado. Bastar-me-á olhar para cima, estando sentado num canto, arrumado por entre paredes, mas perfeitamente alinhado com os meus princípios e hospedado na direcção certa dos caminhos diante de mim.
Sentado num canto, arrumo-me entre paredes, completamente desalinhado mas hospedado bem no interior da alma e no fundo do subconsciente. Reparo na noite que cai, entrando-me pela janela e invadindo a pequena divisão em que me encontro. O lua segue alta e com ela, os primeiros feixes de luz trazem á tona uma claridade obscura. Sigo atentamente o recolher de mais um dia, o fim de uma azáfama constante e o términus de uma agitação ruidosa e consequente... Há muito que parei também. Não só e apenas por hoje, mas talvez há muito que o venho fazendo. Parei para pensar, observar e perceber um pouco o ciclo das coisas, não de uma forma racional e lógica, mas procurando respostas em algo diferente, em algo que nem eu ao certo sei se me poderá elucidar.
Apenas quis parar, sentar-me sozinho nesta divisão fria e triste em que o eco perdura, o vazio sobrevive e a falta de vida é agoniante. Limito-me a olhar lá para fora nesta perspectiva, vendo a escuridão tomar posse do imenso universo, e com ela, uns salpicos de pontos reluzentes, brilhantes e minúsculos, acompanhados lado-a-lado pela claridade do luar. Finalmente, a noite está no auge e assim se irá manter por largos instantes, até que o Sol rompa e se faça notar pelo calor e pela força da sua luz.
Levanto-me em silêncio, caminhando devagar e com imensa tranquilidade na direcção da janela e do meu ponto de encontro com o exterior. Olhando para cima, o sentimento é o mesmo que sentira enquanto estivera sentado, esperando por este momento. Tudo se encontra na mesma, desde a escuridão em tons de azul muito escuro, quase preto, passando pelos pontos pequeninos que identificam as estrelas e também, pela iluminação que a lua me tráz.
Baixando um pouco o olhar desde esses pontos mais altos, a visão vai sendo outra. Vai-se tornando diferente, mais complexa e fastidiosa a cada nível que se desce. Repara-se na acção humana, na luz artificial, nos movimentos das terras, nos altos edifícios, nos imensos caminhos que se cruzam e intrometem, e na forma como tudo isso é utilizado como se de objectos necessários á nossa existência se tratassem.
Decifro cada um desses pequenos "objectos" com uma facilidade enorme, distinguindo-os a todos, sabendo os seus nomes, as suas utilidades, os seus fins e principalmente também fazendo deles meu uso. Afinal, sou humano, tenho de viver segundo regras, imposições e conseguir usufruir de tudo o que já existia e tem sido criado á minha volta. Sinto-me cansado por tudo isto...
Satura-me o facto de percorrer todas estas ruas, cruzar-me com os mesmos edifícios, deparar-me com o mesmo género de pessoas, com o mesmo género de problemas, inquietações e receios. Satura-me o facto de não poder nem me conseguir ver livre desta prisão que me obriga a estar aqui e me sufoca constantemente. Satura-me dizer que ainda assim sou livre, mas sempre condicionado a uma liberdade que não me deixa sair...
Apetece-me libertar, exaltar e fugir... Para longe, para perto... não importa! Apenas conseguir sair para algo diferente, para gente diferente, para ruas e edifícios diferentes, para outros caminhos!
Largar tudo, todos e ir em busca de factos, de certezas, de enriquecimento interior. Largar um sedentarismo doentio e carente, sentir-me nómada, viajante no espaço e no tempo e com isso, sem regras, sem imposições ou restrições, aprender, conhecer, crescer e não criar raízes demasiado fortes num mesmo sítio, para que mais tarde não me cortem o tronco, dizendo que deixei de pertencer ali, àquele sítio, àquele lugar.
Ainda assim, esteja onde estiver, bastará olhar para cima, porque a escuridão será a mesma. Os "meus" tons de azul-escuro, quase preto, manter-se-ão inalteráveis, bem como os pequenos pontos brilhantes e bem como a claridade obscura da lua que seguirá alta.
Se um dia me arrepender de algo, que o faça porque o fiz, mas nunca por não o ter feito ou não ter tentado. Bastar-me-á olhar para cima, estando sentado num canto, arrumado por entre paredes, mas perfeitamente alinhado com os meus princípios e hospedado na direcção certa dos caminhos diante de mim.
quinta-feira, junho 03, 2004
Gótica !
Encontro-me no teu quarto...
Situo-me bem no centro, girando e olhando ao meu redor, toda a decoração que o veste.
A ausência de cor, de brilho e de luz, conferem-lhe um ar triste, assustador, escondido, mas ao mesmo tempo um lugar confortável e apetecível de se estar...
Tons de negro, com aspectos e artefactos metalizados parecem conceder-lhe uma sala de tortura, de morte e de meditação. As janelas fechadas, as cortinas unidas, rasgadas e gastas pelo tempo, condicionam a entrada de luz, existindo apenas a luminosidade que é libertada pela chama dos pavios que se espalham pelos cantos da pequena divisão.
A luz morta dos coutos que se gastam, combina perfeitamente com o forte odor exalado pelos incensos que queimam, libertando toxinas e consumindo o pouco oxigénio que ainda existe. É mórbido este ambiente, mas extremamente bom de se sentir...
Ainda olhando á minha volta, reparo nas imagens que decoram as paredes escuras, nos objectos que pendem de todo o lado e vestem tudo isto. Observo pentagramas pendentes, imagens de Szandor LaVey, inúmeros bruxos e crânios humanos, livros do desconhecido, do inquietante e do esotérico, manuscritos indecifráveis e compostos por um estranho e indefinido conjunto de símbolos, sobre os quais não me debruço, nem me interrogo, apesar de me manterem interessado. Numa pequena estante, um série de álbuns negros, alusivos ao medo, á morte e á decadência. Em cada recanto do teu quarto, encontro sensações novas, novos prazeres e novas formas de satisfação interior. Existe uma vontade imensa de me entregar a algo e ser aqui, nesta espécie de lugar de culto em que me encontro, o local ideal para uma nova doutrina e uma forma de exaltação interior.
Oiço em pano de fundo um som assutador, mas plenamente condizente com a realidade em questão... Deixo-me cair bem no centro, sentando-me, cruzando as pernas e absorvendo esta química de sons, cheiros e falta de brilho, enquanto medito e levito perante esta atmosfera. Lembro-me quando via o céu, a intensidade do sol e o movimento das nuvens como que uma visão maravilhosa. Nada comparável com este mistério que criaste e me estás a fazer sentir. Os campos verdes por onde me cruzei, as melodias doces vindas dos cantos dos pássaros são apenas memórias felizes e finitas de uma realidade...
Perante um novo olhar de escuro vestido, em que o chão se pinta de preto e em que os corvos se apoderam das melodiosas canções, deixo de lado qualquer situação de equilíbrio e teleporto-me até aqui... em mente e em espírito !
Continuo a busca pelos meus olhos, agora de um ponto inferior, vendo de baixo para cima e onde me sinto mais consumido, mas menos exposto ás pressões que irradiam deste interior... Reparo no teu leito, onde descansas e te possuis pela carga resultante de tudo isto. É belo, pelos símbolos cravados, pelos sinais transcritos de um qualquer lugar que não identifico nem descodifico. O ranger da porta e uma breve aragem pelas minhas costas, denunciam-te e mostram-me a tua pálida figura.
Diante de mim um rosto branco, sem cor, sem alma e sem vida, apenas decorado e realçado pelo preto que sobressai dos lábios, dos olhos e pela quantidade de adornos prateados que te enfeitam. Sem dúvida, que fazes parte deste mundo... Não poderia ser de outra forma, porque em cada recanto, em cada objecto ou em cada "algo", encontras-te tu, o teu toque e a tua imagem.
Curiosamente, o teu interior para comigo é diferente. Mais brilhante, radioso, simpático e afável. Interrogo-me sobre o porquê de seres assim e tento perceber como és, neste teu mundo isolado, que construiste e decoraste em torno da tua fé. És diferente aqui, mas contigo mesma, na dimensão da vida, na dimensão do teu "culto" e na tua forma de estar. Não te condeno, porque também me senti especial enquanto te esperava. Foi como um acordar do corpo e um agitar do espírito para o lado oculto que me consume e não entendo.
Ver-te chegar, interrompeu-me um conjunto de estranhas sensações que vinha sentindo penetrarem em mim, desde que aqui estou. Curiosamente, o teu sorriso pareceu ter apagado tudo isto e devolvido a vida a algo que parecia não ter condições para tal.
Ergui-me e respondendo afirmativamente ao teu cumprimento, olhei de novo em redor. Tudo me pareceu mera decoração, sem a ambiência ou sensações descritas enquanto me mantive sozinho... Nada agora parece fazer o mesmo sentido e nada sinto sobre o que aqui se encontra. A tua companhia trouxe-me á razão e o teu sorriso não reuniu o consenso de todas as coisas que aqui se encontram. Apetece-me sair, porque já nada disto é igual e se tiver de "vestir" algo parecido, terei de ser eu próprio a fazê-lo. Fizeram-me bem estes momentos a sós, em que parei, meditei e me deixei encantar pelo feitiço do teu mundo. Talvez me tenha levado a perceber porque somos diferentes, porque sentimos necessidade de nos fecharmos em conchas artificiais, protegendo-nos de pressões exteriores, procurando equilíbrio e bem estar de formas nem sempre entendidas por todos, mas sempre justas e concretas. Obrigado por isso...
Encontro-me no teu quarto...
Situo-me bem no centro, girando e olhando ao meu redor, toda a decoração que o veste.
A ausência de cor, de brilho e de luz, conferem-lhe um ar triste, assustador, escondido, mas ao mesmo tempo um lugar confortável e apetecível de se estar...
Tons de negro, com aspectos e artefactos metalizados parecem conceder-lhe uma sala de tortura, de morte e de meditação. As janelas fechadas, as cortinas unidas, rasgadas e gastas pelo tempo, condicionam a entrada de luz, existindo apenas a luminosidade que é libertada pela chama dos pavios que se espalham pelos cantos da pequena divisão.
A luz morta dos coutos que se gastam, combina perfeitamente com o forte odor exalado pelos incensos que queimam, libertando toxinas e consumindo o pouco oxigénio que ainda existe. É mórbido este ambiente, mas extremamente bom de se sentir...
Ainda olhando á minha volta, reparo nas imagens que decoram as paredes escuras, nos objectos que pendem de todo o lado e vestem tudo isto. Observo pentagramas pendentes, imagens de Szandor LaVey, inúmeros bruxos e crânios humanos, livros do desconhecido, do inquietante e do esotérico, manuscritos indecifráveis e compostos por um estranho e indefinido conjunto de símbolos, sobre os quais não me debruço, nem me interrogo, apesar de me manterem interessado. Numa pequena estante, um série de álbuns negros, alusivos ao medo, á morte e á decadência. Em cada recanto do teu quarto, encontro sensações novas, novos prazeres e novas formas de satisfação interior. Existe uma vontade imensa de me entregar a algo e ser aqui, nesta espécie de lugar de culto em que me encontro, o local ideal para uma nova doutrina e uma forma de exaltação interior.
Oiço em pano de fundo um som assutador, mas plenamente condizente com a realidade em questão... Deixo-me cair bem no centro, sentando-me, cruzando as pernas e absorvendo esta química de sons, cheiros e falta de brilho, enquanto medito e levito perante esta atmosfera. Lembro-me quando via o céu, a intensidade do sol e o movimento das nuvens como que uma visão maravilhosa. Nada comparável com este mistério que criaste e me estás a fazer sentir. Os campos verdes por onde me cruzei, as melodias doces vindas dos cantos dos pássaros são apenas memórias felizes e finitas de uma realidade...
Perante um novo olhar de escuro vestido, em que o chão se pinta de preto e em que os corvos se apoderam das melodiosas canções, deixo de lado qualquer situação de equilíbrio e teleporto-me até aqui... em mente e em espírito !
Continuo a busca pelos meus olhos, agora de um ponto inferior, vendo de baixo para cima e onde me sinto mais consumido, mas menos exposto ás pressões que irradiam deste interior... Reparo no teu leito, onde descansas e te possuis pela carga resultante de tudo isto. É belo, pelos símbolos cravados, pelos sinais transcritos de um qualquer lugar que não identifico nem descodifico. O ranger da porta e uma breve aragem pelas minhas costas, denunciam-te e mostram-me a tua pálida figura.
Diante de mim um rosto branco, sem cor, sem alma e sem vida, apenas decorado e realçado pelo preto que sobressai dos lábios, dos olhos e pela quantidade de adornos prateados que te enfeitam. Sem dúvida, que fazes parte deste mundo... Não poderia ser de outra forma, porque em cada recanto, em cada objecto ou em cada "algo", encontras-te tu, o teu toque e a tua imagem.
Curiosamente, o teu interior para comigo é diferente. Mais brilhante, radioso, simpático e afável. Interrogo-me sobre o porquê de seres assim e tento perceber como és, neste teu mundo isolado, que construiste e decoraste em torno da tua fé. És diferente aqui, mas contigo mesma, na dimensão da vida, na dimensão do teu "culto" e na tua forma de estar. Não te condeno, porque também me senti especial enquanto te esperava. Foi como um acordar do corpo e um agitar do espírito para o lado oculto que me consume e não entendo.
Ver-te chegar, interrompeu-me um conjunto de estranhas sensações que vinha sentindo penetrarem em mim, desde que aqui estou. Curiosamente, o teu sorriso pareceu ter apagado tudo isto e devolvido a vida a algo que parecia não ter condições para tal.
Ergui-me e respondendo afirmativamente ao teu cumprimento, olhei de novo em redor. Tudo me pareceu mera decoração, sem a ambiência ou sensações descritas enquanto me mantive sozinho... Nada agora parece fazer o mesmo sentido e nada sinto sobre o que aqui se encontra. A tua companhia trouxe-me á razão e o teu sorriso não reuniu o consenso de todas as coisas que aqui se encontram. Apetece-me sair, porque já nada disto é igual e se tiver de "vestir" algo parecido, terei de ser eu próprio a fazê-lo. Fizeram-me bem estes momentos a sós, em que parei, meditei e me deixei encantar pelo feitiço do teu mundo. Talvez me tenha levado a perceber porque somos diferentes, porque sentimos necessidade de nos fecharmos em conchas artificiais, protegendo-nos de pressões exteriores, procurando equilíbrio e bem estar de formas nem sempre entendidas por todos, mas sempre justas e concretas. Obrigado por isso...
sábado, maio 29, 2004
Despojos de vida !
Pelo vazio do momento, em que nem a mais ínfima gota de sangue parece fazer sentido, sento-me de cabeça baixa, ocultando o rosto de olhares provocadores e necrófagos, deixando que a pureza das lágrimas me lavem os dois lados da face e me corram pelo peito, purificando um coração duro e corroído pelo interesse de outros.
O suor, é o resultado físico de um calor artificial. Calor esse que me sai dos poros através de um batimento acelerado, estranho e descompassado. Talvez seja da raiva, do desespero e da vontade em libertar o ódio e o rancor. Olho as palmas das mãos, molho-as com a secreção do meu olhar e virando-as do avesso, aperto-as fortemente, como se esmagasse e libertasse uma fúria que tanto desejo soltar...
Interrogo-me continuamente, sobre a dimensão da vida, da utilidade do corpo, da utilização da mente. Não sinto honra, desejo ou algo grandioso... Limito-me a pisar despojos de uma guerra interior, sentida, absorvida, gasta e em nada saudável.
Água benta que me percorre o rosto, lavai e purificai-me o ego, trazendo-me o objectivo porque tanto ambiciono, sem o conseguir sequer identificar ou distinguir. Quem sabe, se sentir o sangue que me fervilha sobre a pele e o derramar por uma causa, possa atenuar e compreender.. Talvez uma pedra jazida sobre o cadáver, não seja desonroso nem sinal de fraqueza ou impotência. Talvez um sinal de uma força sobre-humana para a aguentar, sobre o corpo morto, gasto e usado pelas amarguras, pelo sofrimento e pela falta de auto-confiança e amor próprio... Ser o mais forte, sim... Até neste sentido sei que o sou !
Pelo vazio do momento, em que nem a mais ínfima gota de sangue parece fazer sentido, sento-me de cabeça baixa, ocultando o rosto de olhares provocadores e necrófagos, deixando que a pureza das lágrimas me lavem os dois lados da face e me corram pelo peito, purificando um coração duro e corroído pelo interesse de outros.
O suor, é o resultado físico de um calor artificial. Calor esse que me sai dos poros através de um batimento acelerado, estranho e descompassado. Talvez seja da raiva, do desespero e da vontade em libertar o ódio e o rancor. Olho as palmas das mãos, molho-as com a secreção do meu olhar e virando-as do avesso, aperto-as fortemente, como se esmagasse e libertasse uma fúria que tanto desejo soltar...
Interrogo-me continuamente, sobre a dimensão da vida, da utilidade do corpo, da utilização da mente. Não sinto honra, desejo ou algo grandioso... Limito-me a pisar despojos de uma guerra interior, sentida, absorvida, gasta e em nada saudável.
Água benta que me percorre o rosto, lavai e purificai-me o ego, trazendo-me o objectivo porque tanto ambiciono, sem o conseguir sequer identificar ou distinguir. Quem sabe, se sentir o sangue que me fervilha sobre a pele e o derramar por uma causa, possa atenuar e compreender.. Talvez uma pedra jazida sobre o cadáver, não seja desonroso nem sinal de fraqueza ou impotência. Talvez um sinal de uma força sobre-humana para a aguentar, sobre o corpo morto, gasto e usado pelas amarguras, pelo sofrimento e pela falta de auto-confiança e amor próprio... Ser o mais forte, sim... Até neste sentido sei que o sou !
quinta-feira, maio 27, 2004
Morte-viva.
Ver-te-ei nos meus sonhos, entrarás neles de uma forma proibida, horrenda e assustadora... Abraçar-me-ás com o teu corpo putrefacto e com o medo, simplesmente me poderei deixar levar. Pela aldeia, os mortos descansam, os vivos receiam e as estranhas criaturas entre nós, deambulam e cambaleiam vindas de todo o lado.
Apenas tu nos poderás livrar delas, eliminando-as e restituindo o sossego e a paz em tanto desejada. Só aqui, no nosso recanto nos sentimos bem e protegidos. Justamente aqui, ninguém entra sem permissão de nós mesmos ou da pura vontade de quem quer estar connosco. Não te quero, não te agradeço, porque também te odeio e em nada me trazes de bom. Soas-me a um mau prenúncio, a um medo legítimo pela figura que ostentas e isso deixa-me sem pinga de sangue. A mesma falta de sangue dessas criaturas que connosco co-habitam e há tantas gerações fazem parte do nosso imaginário real.
Que fizeste tu, a uma cara-metade que te compunha, te vestia e não deixava a descoberto a tua pele irrascível de sentimentos e nobreza ?
Foi a tua falta de amor, de afecto e excesso de frieza que a levaram a procurar outros caminhos, novos desenlaces e a um preenchimento colectivo que nunca lhe proporcionaste.
Se a substituiste pela morte, é credível que te venha buscar, venha ter contigo e te cobre aquilo que lhe é inteiramente justo... Porém e apesar da morte que a acompanha, está bem viva. É na monstruosidade da imagem que foi construindo e se moldando em seu redor, por tua pura e única influência, que sente ciúme, não te perdoará e muito menos a quem te acompanhar.
Procuras agora, o mesmo amor que não deste, nessa primeira que te apareceu e é com ela que incitarás a vingança e o desejo de cobrança! Entrega-a quando estiveres diante deles, porque a alma que te veste e mantém, é podre e de nada poderá valer.
Procurarás o mesmo refúgio, o mesmo recanto para te protegeres, mas será tarde...
Negar-te-ei a entrada, para não provocar em ti o que tantas vezes fizeste noutros e deixarei que eles se regozijem contigo, te consumam e te deixem fazer parte deles.
É contudo o teu mundo, meio vivo, meio morto, porque mesmo humano, nunca senti que fizesses parte de nós... É justo que nos odeies !
Ver-te-ei nos meus sonhos, entrarás neles de uma forma proibida, horrenda e assustadora... Abraçar-me-ás com o teu corpo putrefacto e com o medo, simplesmente me poderei deixar levar. Pela aldeia, os mortos descansam, os vivos receiam e as estranhas criaturas entre nós, deambulam e cambaleiam vindas de todo o lado.
Apenas tu nos poderás livrar delas, eliminando-as e restituindo o sossego e a paz em tanto desejada. Só aqui, no nosso recanto nos sentimos bem e protegidos. Justamente aqui, ninguém entra sem permissão de nós mesmos ou da pura vontade de quem quer estar connosco. Não te quero, não te agradeço, porque também te odeio e em nada me trazes de bom. Soas-me a um mau prenúncio, a um medo legítimo pela figura que ostentas e isso deixa-me sem pinga de sangue. A mesma falta de sangue dessas criaturas que connosco co-habitam e há tantas gerações fazem parte do nosso imaginário real.
Que fizeste tu, a uma cara-metade que te compunha, te vestia e não deixava a descoberto a tua pele irrascível de sentimentos e nobreza ?
Foi a tua falta de amor, de afecto e excesso de frieza que a levaram a procurar outros caminhos, novos desenlaces e a um preenchimento colectivo que nunca lhe proporcionaste.
Se a substituiste pela morte, é credível que te venha buscar, venha ter contigo e te cobre aquilo que lhe é inteiramente justo... Porém e apesar da morte que a acompanha, está bem viva. É na monstruosidade da imagem que foi construindo e se moldando em seu redor, por tua pura e única influência, que sente ciúme, não te perdoará e muito menos a quem te acompanhar.
Procuras agora, o mesmo amor que não deste, nessa primeira que te apareceu e é com ela que incitarás a vingança e o desejo de cobrança! Entrega-a quando estiveres diante deles, porque a alma que te veste e mantém, é podre e de nada poderá valer.
Procurarás o mesmo refúgio, o mesmo recanto para te protegeres, mas será tarde...
Negar-te-ei a entrada, para não provocar em ti o que tantas vezes fizeste noutros e deixarei que eles se regozijem contigo, te consumam e te deixem fazer parte deles.
É contudo o teu mundo, meio vivo, meio morto, porque mesmo humano, nunca senti que fizesses parte de nós... É justo que nos odeies !
quarta-feira, maio 26, 2004
Deep inside...
Por vezes, existem momentos em que devemos dizer adeus, partir, reagir e saber encarar a despedida como algo a existir, fazendo parte da vida e do momento...
Embora seja uma dor crúa, fria e sentida, teremos de tentar aprender, sabendo que é algo inevitável. Temos noção de plena consciência, que é um caminho, uma escolha, uma opção e um sentimento que nos ultrapassa em larga escala.
Apenas sei que onde estivermos, estaremos juntos, unidos, fortes, resistentes e será essa a força e corrente que nos manterá ligados como a luz de uma estrela. Sentirei essa luz dentro de mim, iluminando-me a vida diante dos meus olhos e saberei que enquanto esse feixe iluminado existir, estarás bem... O coração responde-me e sente as dúvidas que me possam atormentar. É nele que vives, nele que estás e nenhuma distância irei sentir entre nós. Nunca me cairão lágrimas de ressentimento, porque o sentido e verdadeiro amor pela amizade jamais morrerá, viverá eternamente e nem o tempo apagará o que de mais belo foi vivido. Recordar tempos passados, no sossego do momento, mantendo a esperança no futuro... Sei que voltarás!
Por vezes, existem momentos em que devemos dizer adeus, partir, reagir e saber encarar a despedida como algo a existir, fazendo parte da vida e do momento...
Embora seja uma dor crúa, fria e sentida, teremos de tentar aprender, sabendo que é algo inevitável. Temos noção de plena consciência, que é um caminho, uma escolha, uma opção e um sentimento que nos ultrapassa em larga escala.
Apenas sei que onde estivermos, estaremos juntos, unidos, fortes, resistentes e será essa a força e corrente que nos manterá ligados como a luz de uma estrela. Sentirei essa luz dentro de mim, iluminando-me a vida diante dos meus olhos e saberei que enquanto esse feixe iluminado existir, estarás bem... O coração responde-me e sente as dúvidas que me possam atormentar. É nele que vives, nele que estás e nenhuma distância irei sentir entre nós. Nunca me cairão lágrimas de ressentimento, porque o sentido e verdadeiro amor pela amizade jamais morrerá, viverá eternamente e nem o tempo apagará o que de mais belo foi vivido. Recordar tempos passados, no sossego do momento, mantendo a esperança no futuro... Sei que voltarás!
Respostas
Levantei-me cedo... Quis estar longe de tudo, de todos e apenas concentrado em algo que nem eu sei sequer precisar. Vim até ao mar, junto a uma falésia com uma imensa costa escarpada, parecendo o limite, o fim de tudo ou o começo de algo...
Dentro do meu carro, observo o horizonte. Por entre sonoridades condizentes comigo e neste vazio, acendo cigarros, parto e queimo pedaços de "sabão" que já havia trazido... Consumo este ambiente mórbido, solitário e olhando a imensidão diante de mim, reajo negativamente a qualquer intenção de pensamento concreto e definido. O fumo consome-me e absorve-me ao ponto de adensar ainda mais a cortina diante de mim...
Vou para fora, sentando-me no capot com uma perna esticada e a outra flectida.Componho a gola do meu blazer enquanto procuro a melhor posição para ficar e me sentir confortável... Sinto salpicos no rosto, parecendo uma mistura de pequenas gotículas de maresia com a humidade da neblina. Sabem-me bem, parecendo inclusivé lavar-me a cara e levando-me a acordar, despertando um pouco.
Estranho tudo isto... Nem sei o que faço aqui, o que procuro, o que espero encontrar ou a principal razão de me encontrar neste sítio. Apenas sei que foi este local o escolhido e em nada me arrependo. Tudo é perfeito ao meu redor, para me sintonizar, meditar, buscar uma paz e um sossego interiores sem que pense no turbilhão de confusões em que a minha mente consciente se encontra.
Para turbilhão, raiva e excesso de força, basta-me olhar para baixo, ver a violência com que as marés chocam nas rochas e como se partem e destroiem, juntando-se logo de seguida ... É magnífico observar o espumar das ondas, como se demonstrassem rancor e ódio por quebrarem logo ali... Voltam contudo atrás, de novo se juntam e voltam a insistir violentamente... Dantesco, incompreensível mas muito, muito belo. A forma como as gotas de espalham e desfragmentam, muitas delas vindas de encontro a mim parecem-me dar a resposta que tanto quero. Talvez sem saber e sem pensar, tenho sido a principal razão de estar aqui. Se calhar, é neste ruidoso sossego que estão escritas as minhas soluções... Talvez deva ser assim... Violentando-me de encontro a algo, querendo ultrapassar essa barreira e com a explosão, desintegrar-me para me juntar em seguida. Parece que este egocentrismo termina aqui e me leva a meditar sobre a principal razão do meu núcleo impenetrável.
Olho em redor mais uma vez. Ao longe, os primeiros raios de sol rompem o dia, parecendo incendiar o imenso oceano. O vento gelado bate-me impiedosamente no rosto, assobiando-me incessantemente aos ouvidos, parecendo dizer "acorda... acorda".
Para trás não quero olhar... Sei que foi de lá que vim e para onde irei quando este encanto provisório terminar. Seria bom demais parar o dia... Não deixar que amanhecesse totalmente, que não viesse a tarde, nem chegasse a noite... Por mim, o tempo poderá passar, mas agarrar este momento, não o deixar avançar, seria transcendental... Por detrás de mim, sei que está a escuridão, o medo e tudo aquilo de que quero fugir. Lado a lado, apenas efeitos colaterais que me vêm atingindo e em suma, terei de estar preparado. Debaixo, parecem chegar e vir até mim as decisões, as respostas e os abanões que preciso sentir... Erguendo o olhar e vendo em frente, os objectivos, a vida, o interesse e a imensidão diante dos meus olhos. Nada melhor que os raios de sol reflectidos, para me iluminarem o caminho que terei de seguir, nessas águas turbulentas e agitadas em que me receio afogar e devo aprender sempre que baterem debaixo de mim.
Volto a entrar no carro... O encanto que tanto me fascinou está a terminar. O dia começa a ir alto e pelas regras impostas, há que voltar e continuar... Não quero, mas nada posso fazer...
No entanto, sei que é aqui, neste local, neste sítio, nesta área abrangente á minha volta que estão grande parte das minhas decisões... Em breve irei voltar !
Levantei-me cedo... Quis estar longe de tudo, de todos e apenas concentrado em algo que nem eu sei sequer precisar. Vim até ao mar, junto a uma falésia com uma imensa costa escarpada, parecendo o limite, o fim de tudo ou o começo de algo...
Dentro do meu carro, observo o horizonte. Por entre sonoridades condizentes comigo e neste vazio, acendo cigarros, parto e queimo pedaços de "sabão" que já havia trazido... Consumo este ambiente mórbido, solitário e olhando a imensidão diante de mim, reajo negativamente a qualquer intenção de pensamento concreto e definido. O fumo consome-me e absorve-me ao ponto de adensar ainda mais a cortina diante de mim...
Vou para fora, sentando-me no capot com uma perna esticada e a outra flectida.Componho a gola do meu blazer enquanto procuro a melhor posição para ficar e me sentir confortável... Sinto salpicos no rosto, parecendo uma mistura de pequenas gotículas de maresia com a humidade da neblina. Sabem-me bem, parecendo inclusivé lavar-me a cara e levando-me a acordar, despertando um pouco.
Estranho tudo isto... Nem sei o que faço aqui, o que procuro, o que espero encontrar ou a principal razão de me encontrar neste sítio. Apenas sei que foi este local o escolhido e em nada me arrependo. Tudo é perfeito ao meu redor, para me sintonizar, meditar, buscar uma paz e um sossego interiores sem que pense no turbilhão de confusões em que a minha mente consciente se encontra.
Para turbilhão, raiva e excesso de força, basta-me olhar para baixo, ver a violência com que as marés chocam nas rochas e como se partem e destroiem, juntando-se logo de seguida ... É magnífico observar o espumar das ondas, como se demonstrassem rancor e ódio por quebrarem logo ali... Voltam contudo atrás, de novo se juntam e voltam a insistir violentamente... Dantesco, incompreensível mas muito, muito belo. A forma como as gotas de espalham e desfragmentam, muitas delas vindas de encontro a mim parecem-me dar a resposta que tanto quero. Talvez sem saber e sem pensar, tenho sido a principal razão de estar aqui. Se calhar, é neste ruidoso sossego que estão escritas as minhas soluções... Talvez deva ser assim... Violentando-me de encontro a algo, querendo ultrapassar essa barreira e com a explosão, desintegrar-me para me juntar em seguida. Parece que este egocentrismo termina aqui e me leva a meditar sobre a principal razão do meu núcleo impenetrável.
Olho em redor mais uma vez. Ao longe, os primeiros raios de sol rompem o dia, parecendo incendiar o imenso oceano. O vento gelado bate-me impiedosamente no rosto, assobiando-me incessantemente aos ouvidos, parecendo dizer "acorda... acorda".
Para trás não quero olhar... Sei que foi de lá que vim e para onde irei quando este encanto provisório terminar. Seria bom demais parar o dia... Não deixar que amanhecesse totalmente, que não viesse a tarde, nem chegasse a noite... Por mim, o tempo poderá passar, mas agarrar este momento, não o deixar avançar, seria transcendental... Por detrás de mim, sei que está a escuridão, o medo e tudo aquilo de que quero fugir. Lado a lado, apenas efeitos colaterais que me vêm atingindo e em suma, terei de estar preparado. Debaixo, parecem chegar e vir até mim as decisões, as respostas e os abanões que preciso sentir... Erguendo o olhar e vendo em frente, os objectivos, a vida, o interesse e a imensidão diante dos meus olhos. Nada melhor que os raios de sol reflectidos, para me iluminarem o caminho que terei de seguir, nessas águas turbulentas e agitadas em que me receio afogar e devo aprender sempre que baterem debaixo de mim.
Volto a entrar no carro... O encanto que tanto me fascinou está a terminar. O dia começa a ir alto e pelas regras impostas, há que voltar e continuar... Não quero, mas nada posso fazer...
No entanto, sei que é aqui, neste local, neste sítio, nesta área abrangente á minha volta que estão grande parte das minhas decisões... Em breve irei voltar !
sexta-feira, maio 21, 2004
Princesa...!
Talvez te escreva, pela demonstração de algo que não me seja possível dizer... Sinto que os olhos me trairão se te julgar pela imagem de um simples retrato incolor, pois é a luz interior que irradias, que melhor te caracteriza e me leva a aproximar de ti. Por vezes, julgo não aguentar o que pretendo dizer... Não porque seja proibido ou desajustado, mas pela precaridade das palavras que forçosamente irão fazer parte desse julgamento.
Enquanto a sombra cresce e se molda, mostrando uma figura que adoro e pela qual sinto afecto, as memórias surgem e parecem deambular por entre sonhos silenciosos, fazendo parte da minha imaginação e preenchendo-me com bem estar.
O horizonte, outrora estranho e distante, sente-se mais perto, com ideias, pensamentos, códigos... Na imensidão das noites, perfuram-me o consciente desde o anoitecer até aos primeiros raios de sol. Sinto-te a voz do coração suspirando, mostrando o encanto e beleza da doçura, ternura e afecto da criança ou menina que se esconde num corpo de mulher. Sinto que apenas é trazida á luz do dia pela pura sombra do amanhecer e pela vontade de o fazer com quem se sente agradávelmente disposta e confiante.
Princesa, que visão maravilhosa ter-te por perto... mágica senhora que me preenche os sagrados mandamentos da vida, mantém-me o íntimo quente e protegido, deixando-me com todo este amor, fazer parte de ti...
Linda, nascida como por milagre, ilumina-me os objectivos a um angélico trono de cristal e pureza... Fantasia, viajante dos meus sonhos, rouba-me a essência interior, destilando-a com o teu calor e não me deixes nunca que a tentação de te ter, nos prejudique e faça terminar tudo aquilo que de mais belo conseguimos. Por ti, estarei presente, em qualquer lugar, de qualquer forma... Bela mariposa saída de uma metamorfose conseguida a preceito, sempre sentirei o teu bater de asas, o teu encanto interior e magestoso... Deixa-me ver-te, dizer a importância que me trazes e alimenta. Será um reconhecido e sentido presente, pelos poderes do teu olhar e pela tua coragem de me assumires diante de ti... Mágica senhora, o teu nome sugere-me vitória, preserverança, vontade em seres enorme, maior que a imensidão diante de ti. Agarra o mundo adiante, prendendo-o e mantendo viva a crença e determinação em tudo a que te propuseres... Sente-te na frente, não me deixando para trás...
Adoro-te muito princesa, pela singularidade e permissão de me deixares ser teu súbdito e pela confiança que em mim demonstras.
Talvez te escreva, pela demonstração de algo que não me seja possível dizer... Sinto que os olhos me trairão se te julgar pela imagem de um simples retrato incolor, pois é a luz interior que irradias, que melhor te caracteriza e me leva a aproximar de ti. Por vezes, julgo não aguentar o que pretendo dizer... Não porque seja proibido ou desajustado, mas pela precaridade das palavras que forçosamente irão fazer parte desse julgamento.
Enquanto a sombra cresce e se molda, mostrando uma figura que adoro e pela qual sinto afecto, as memórias surgem e parecem deambular por entre sonhos silenciosos, fazendo parte da minha imaginação e preenchendo-me com bem estar.
O horizonte, outrora estranho e distante, sente-se mais perto, com ideias, pensamentos, códigos... Na imensidão das noites, perfuram-me o consciente desde o anoitecer até aos primeiros raios de sol. Sinto-te a voz do coração suspirando, mostrando o encanto e beleza da doçura, ternura e afecto da criança ou menina que se esconde num corpo de mulher. Sinto que apenas é trazida á luz do dia pela pura sombra do amanhecer e pela vontade de o fazer com quem se sente agradávelmente disposta e confiante.
Princesa, que visão maravilhosa ter-te por perto... mágica senhora que me preenche os sagrados mandamentos da vida, mantém-me o íntimo quente e protegido, deixando-me com todo este amor, fazer parte de ti...
Linda, nascida como por milagre, ilumina-me os objectivos a um angélico trono de cristal e pureza... Fantasia, viajante dos meus sonhos, rouba-me a essência interior, destilando-a com o teu calor e não me deixes nunca que a tentação de te ter, nos prejudique e faça terminar tudo aquilo que de mais belo conseguimos. Por ti, estarei presente, em qualquer lugar, de qualquer forma... Bela mariposa saída de uma metamorfose conseguida a preceito, sempre sentirei o teu bater de asas, o teu encanto interior e magestoso... Deixa-me ver-te, dizer a importância que me trazes e alimenta. Será um reconhecido e sentido presente, pelos poderes do teu olhar e pela tua coragem de me assumires diante de ti... Mágica senhora, o teu nome sugere-me vitória, preserverança, vontade em seres enorme, maior que a imensidão diante de ti. Agarra o mundo adiante, prendendo-o e mantendo viva a crença e determinação em tudo a que te propuseres... Sente-te na frente, não me deixando para trás...
Adoro-te muito princesa, pela singularidade e permissão de me deixares ser teu súbdito e pela confiança que em mim demonstras.
quinta-feira, maio 20, 2004
O Amor no meu olhar
Na dúvida que transparece, perante o raiar da aurora, o dia irá nascer, rasgar a escuridão, libertar-se das trevas que o assombram, fazendo o sonho acordar, amanhecer e mostrar-se ao som da voz e da luz que por entre os raios de sol, se evidencia e torna brilhante...
Aí, o amor irá chegar, vencer e precipitar, a alma libertar, o espírito alimentar e aquecer, diante de fogos que ardem sem se ver e na luz brilhante do meu olhar, um dia se irá ouvir, o cântico, a entrega e o grito vencedor, porque afinal, parece faltar cumprir o amor que sinto ser o ideal...
Na dúvida que transparece, perante o raiar da aurora, o dia irá nascer, rasgar a escuridão, libertar-se das trevas que o assombram, fazendo o sonho acordar, amanhecer e mostrar-se ao som da voz e da luz que por entre os raios de sol, se evidencia e torna brilhante...
Aí, o amor irá chegar, vencer e precipitar, a alma libertar, o espírito alimentar e aquecer, diante de fogos que ardem sem se ver e na luz brilhante do meu olhar, um dia se irá ouvir, o cântico, a entrega e o grito vencedor, porque afinal, parece faltar cumprir o amor que sinto ser o ideal...
quinta-feira, maio 13, 2004
Portugal !
Saudosa Lusitânia... Tão grandiosamente erguida por heróis antigos, tão piamente denegrida por pensadores de um tempo actual, cuja atitude se tinge pela cor de um orgulho estúpido, pela fama consequente e pelo poder conquistado por formas obscuras e puramente egoístas.
Terra-mãe que chama por mim, pedindo-me e implorando com uma força nunca vista, por entre as feridas que há muito brotam do seu interior,que a salve e lhe devolva a grandiosidade que a compõe, que a veste e a caracteriza. Sinto que ela vê em mim um filho pródigo, uma pureza leal como ela... Sente o peso do meu corpo unido ao seu chão sagrado como raízes embutidas por entre as pedras da sua superfície.
Fala-me em cores, texturas, cavidades e formas, muitas delas imperceptíveis, mas sei que ao mesmo tempo são minhas, como algo a defender e a perservar e pelas quais orgulhosamente faço questão de exibir e salientar. Filho único talvez, não pela escassez de irmãos de sangue, que a pisam, a habitam e fazem dela um tapete a ser usado, mas por lhe estar intimamente ligado, quase sentindo-a chorar, perante um olhar tímido e envergonhado com que me mostra os buracos e os cortes no seu tecido.
Sinto-a como um mistério, algo mais que matéria orgânica composta por granito, areia, húmus ou pedaços de manta morta e apodrecida... Em cada pedaço, existem estórias, contos, lendas, tempo, velhice, juventude, seres vivos e não vivos, vida, morte, água, sangue... Tudo isso se nota pela erosão bem revelada pela antiguidade que a descobre. Pareces erguida num trono antigo, em que me sento e desafio quem nos rodeia, em que me ajoelho e te presto homenagem pela singularidade e permissão de fazer parte de ti. Talvez seja teu filho, teu único filho, meu doce e enigmático mistério, mostrando ao mundo que talvez esteja sozinho na minha crença. Chamo-te Mãe, pela vontade de te defender, exibir com orgulho, pelo brio e vontade em te vestir e pela qual gloriosamente irei morrer. Em ti nasci, em ti vivi, em ti quero ficar e permancer enquanto o permitires e quando nada mais me restar, apenas desejarei usar o teu chão sagrado como leito para um corpo cansado e fraco de evocar o teu nome.
As ondas que te batem, clamam e uivam com grandiosidade o teu nome... É a única forma do mar poder dizer que as lendas do orgulho lusitano há muito partiram e pela sua música de encontro ás rochas, canta e afirma tudo aquilo que sei, me enojo e não me atrevo a retorquir. Pelas montanhas, lobos choram pela glória antiga que se estingue e se sente desaparecer...
Talvez seja teu filho, talvez sejas um mistério, talvez tudo isto seja conspiração por algo pouco palpável... Pareces-me Deus, algo sagrado em que tudo o que te compõe é belo demais para existir e impossível de verdadeiramente tocar.
Lamento a tirania, a densa floresta de inconsciência que te criámos e a imensa ignorância com que há algum tempo te brindamos...
Por ti me orgulho, por ti te defendo e por ti luto, erguendo-te ao nível mais alto das terras, ao mais alto nível do Mundo...
Amo-te pátria minha !
Saudosa Lusitânia... Tão grandiosamente erguida por heróis antigos, tão piamente denegrida por pensadores de um tempo actual, cuja atitude se tinge pela cor de um orgulho estúpido, pela fama consequente e pelo poder conquistado por formas obscuras e puramente egoístas.
Terra-mãe que chama por mim, pedindo-me e implorando com uma força nunca vista, por entre as feridas que há muito brotam do seu interior,que a salve e lhe devolva a grandiosidade que a compõe, que a veste e a caracteriza. Sinto que ela vê em mim um filho pródigo, uma pureza leal como ela... Sente o peso do meu corpo unido ao seu chão sagrado como raízes embutidas por entre as pedras da sua superfície.
Fala-me em cores, texturas, cavidades e formas, muitas delas imperceptíveis, mas sei que ao mesmo tempo são minhas, como algo a defender e a perservar e pelas quais orgulhosamente faço questão de exibir e salientar. Filho único talvez, não pela escassez de irmãos de sangue, que a pisam, a habitam e fazem dela um tapete a ser usado, mas por lhe estar intimamente ligado, quase sentindo-a chorar, perante um olhar tímido e envergonhado com que me mostra os buracos e os cortes no seu tecido.
Sinto-a como um mistério, algo mais que matéria orgânica composta por granito, areia, húmus ou pedaços de manta morta e apodrecida... Em cada pedaço, existem estórias, contos, lendas, tempo, velhice, juventude, seres vivos e não vivos, vida, morte, água, sangue... Tudo isso se nota pela erosão bem revelada pela antiguidade que a descobre. Pareces erguida num trono antigo, em que me sento e desafio quem nos rodeia, em que me ajoelho e te presto homenagem pela singularidade e permissão de fazer parte de ti. Talvez seja teu filho, teu único filho, meu doce e enigmático mistério, mostrando ao mundo que talvez esteja sozinho na minha crença. Chamo-te Mãe, pela vontade de te defender, exibir com orgulho, pelo brio e vontade em te vestir e pela qual gloriosamente irei morrer. Em ti nasci, em ti vivi, em ti quero ficar e permancer enquanto o permitires e quando nada mais me restar, apenas desejarei usar o teu chão sagrado como leito para um corpo cansado e fraco de evocar o teu nome.
As ondas que te batem, clamam e uivam com grandiosidade o teu nome... É a única forma do mar poder dizer que as lendas do orgulho lusitano há muito partiram e pela sua música de encontro ás rochas, canta e afirma tudo aquilo que sei, me enojo e não me atrevo a retorquir. Pelas montanhas, lobos choram pela glória antiga que se estingue e se sente desaparecer...
Talvez seja teu filho, talvez sejas um mistério, talvez tudo isto seja conspiração por algo pouco palpável... Pareces-me Deus, algo sagrado em que tudo o que te compõe é belo demais para existir e impossível de verdadeiramente tocar.
Lamento a tirania, a densa floresta de inconsciência que te criámos e a imensa ignorância com que há algum tempo te brindamos...
Por ti me orgulho, por ti te defendo e por ti luto, erguendo-te ao nível mais alto das terras, ao mais alto nível do Mundo...
Amo-te pátria minha !
sexta-feira, maio 07, 2004
Amor !
Quando a paixão no coração se move,deixa uma emoção que nunca se vai. Não sei dizer como, mas só acontece se uma pessoa com outra voar. Cada vez mais alto, quase além do mundo como desse um salto na imensidão. E não há distãncia não, corre e me alcança... Vem voar dentro de mim para sempre. Se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou, tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou.
Se em meu lugar tu estás, nunca vamos ficar sozinhos, não importa onde dão nossos destinos... Por qualquer estrada, sob qualquer céu mesmo separados não vou te perder. Abre os teus braços, manda-me um sinal... eu vou-te encontrar. Sozinho não te deixarei e esse mesmo voo eu farei dentro de ti para sempre. Se em meu lugar tu estás,se em teu lugar eu estou tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou... Se em meu lugar tu estás,como admitir ter limites,duas almas que vivem o que dizem.
Acredita em mim, não há como duvidar se isso tudo que eu vivo existe dentro de nós...Eu e tu, estaremos juntos sempre mais, se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou,tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou. Se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou, levo-te no meu coração e no teu coração eu vou. Se em meu lugar tu estás, nunca vamos ficar sozinhos, não importa onde vão nossos destinos terás sempre o meu amor...
Quando a paixão no coração se move,deixa uma emoção que nunca se vai. Não sei dizer como, mas só acontece se uma pessoa com outra voar. Cada vez mais alto, quase além do mundo como desse um salto na imensidão. E não há distãncia não, corre e me alcança... Vem voar dentro de mim para sempre. Se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou, tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou.
Se em meu lugar tu estás, nunca vamos ficar sozinhos, não importa onde dão nossos destinos... Por qualquer estrada, sob qualquer céu mesmo separados não vou te perder. Abre os teus braços, manda-me um sinal... eu vou-te encontrar. Sozinho não te deixarei e esse mesmo voo eu farei dentro de ti para sempre. Se em meu lugar tu estás,se em teu lugar eu estou tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou... Se em meu lugar tu estás,como admitir ter limites,duas almas que vivem o que dizem.
Acredita em mim, não há como duvidar se isso tudo que eu vivo existe dentro de nós...Eu e tu, estaremos juntos sempre mais, se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou,tu és tudo o que eu vivo e vida é o que eu te dou. Se em meu lugar tu estás, se em teu lugar eu estou, levo-te no meu coração e no teu coração eu vou. Se em meu lugar tu estás, nunca vamos ficar sozinhos, não importa onde vão nossos destinos terás sempre o meu amor...
quarta-feira, maio 05, 2004
Confusa demência...
Todas as criaturas e seres viventes precisam de destinos, conduzindo os seus problemas de um ponto de partida. Todas as pessoas precisam esvaziar a mente, depreciarem-se pelos abismos e encontrarem um ponto médio na consciência podre e funesta que os atormenta... Acho que te consigo ouvir, na manhã em que acordas, sentes o peso em cima dos olhos e não os consegues abrir.
Percorre as milhas que te distam do objectivo, no momento da tranquila existência, consciência e é bom sentir que se pensa na não vontade de o fazer, de o assimilar e nunca executar o que se diz, mas o que se sente...
Nunca te oiço, e isso vê-se nos hologramas que se mostram pelos teus olhos, na vermelhidão rosada do sangue que te sai deles e me mancha a palma das mãos e fazendo-me sentir estigmatizado por brechas que não são as minhas, mas que fazem parte de mim.
Não me sinto tranquilo, nem por mim, nem pela gentalha que se diverte á noite, nas altas horas de diversão, nas quais me hostilizo pela vulgaridade do vazio ,no sorriso escondido e tímido em que faço uma pausa para me saciar no ódio e na demência de um estado doentio e depressivo.
Não me preocupo com diferentes leituras ou pensamentos, até me sinto bem com eles, fazem-me bem e são bons para mim... são puros, decentes e cristalinos quando têm razão de ser e o são por inteiro. Talvez sendo criança, na infantilidade e na meninice, consiga pegar, agarrar e conseguir um pouco desse pedágio que me é insistentemente cobrado.
Talvez uma bebida dopante, alcoolizada, viciada, viciante, dependente me faça bem, me faça pensar na vontade de não o fazer e com ela apenas esquecer, limpando e formatando as formas estranhas e assustadores que deambulam diante de mim e me levam cada porção do brilho natural, do lustro e da luminosidade que me fez resisitir por tanto tempo a uma escuridão inevitável.
Talvez se arrisque a vida, talvez se sacrifique o espírito e o perjúrio em que me insiro... Doce, elegante, suave e nojento... Nojo de uma luz que julgava ser um abrigo,um escudo encandeador e reflectivo de diversas formas de barreiras e etapas que com uma chuva de preconceitos e regras me confronta e revolta.Metade assim se sente, metade assim se encontra... nervosa, duvidosa, confusa, doentia e dolorosa ! Vede os meus olhos, são pequenos hologramas, repara no sangue que me brota da alma, se demonstra no amor e me sai pelas palmas das mãos como se de estigmas se tratassem... O negro apodera-se, o brilho desfaz-se, a luminosidade perde-se e o vermelho do meu interior morre a cada passo que dou no sentido do tempo ...
Todas as criaturas e seres viventes precisam de destinos, conduzindo os seus problemas de um ponto de partida. Todas as pessoas precisam esvaziar a mente, depreciarem-se pelos abismos e encontrarem um ponto médio na consciência podre e funesta que os atormenta... Acho que te consigo ouvir, na manhã em que acordas, sentes o peso em cima dos olhos e não os consegues abrir.
Percorre as milhas que te distam do objectivo, no momento da tranquila existência, consciência e é bom sentir que se pensa na não vontade de o fazer, de o assimilar e nunca executar o que se diz, mas o que se sente...
Nunca te oiço, e isso vê-se nos hologramas que se mostram pelos teus olhos, na vermelhidão rosada do sangue que te sai deles e me mancha a palma das mãos e fazendo-me sentir estigmatizado por brechas que não são as minhas, mas que fazem parte de mim.
Não me sinto tranquilo, nem por mim, nem pela gentalha que se diverte á noite, nas altas horas de diversão, nas quais me hostilizo pela vulgaridade do vazio ,no sorriso escondido e tímido em que faço uma pausa para me saciar no ódio e na demência de um estado doentio e depressivo.
Não me preocupo com diferentes leituras ou pensamentos, até me sinto bem com eles, fazem-me bem e são bons para mim... são puros, decentes e cristalinos quando têm razão de ser e o são por inteiro. Talvez sendo criança, na infantilidade e na meninice, consiga pegar, agarrar e conseguir um pouco desse pedágio que me é insistentemente cobrado.
Talvez uma bebida dopante, alcoolizada, viciada, viciante, dependente me faça bem, me faça pensar na vontade de não o fazer e com ela apenas esquecer, limpando e formatando as formas estranhas e assustadores que deambulam diante de mim e me levam cada porção do brilho natural, do lustro e da luminosidade que me fez resisitir por tanto tempo a uma escuridão inevitável.
Talvez se arrisque a vida, talvez se sacrifique o espírito e o perjúrio em que me insiro... Doce, elegante, suave e nojento... Nojo de uma luz que julgava ser um abrigo,um escudo encandeador e reflectivo de diversas formas de barreiras e etapas que com uma chuva de preconceitos e regras me confronta e revolta.Metade assim se sente, metade assim se encontra... nervosa, duvidosa, confusa, doentia e dolorosa ! Vede os meus olhos, são pequenos hologramas, repara no sangue que me brota da alma, se demonstra no amor e me sai pelas palmas das mãos como se de estigmas se tratassem... O negro apodera-se, o brilho desfaz-se, a luminosidade perde-se e o vermelho do meu interior morre a cada passo que dou no sentido do tempo ...
segunda-feira, abril 26, 2004
Hermético !
Estranho este invólucro que me movimenta, me dá forma e guarda o meu íntimo... Reparo nele como nunca e a cada curva, cada forma e cada textura, me assusto pela forma agressiva e gosseira com que ele me torneia...
Percorro-o com um simples tocar, leve como uma brisa presente... Toda a minha nudez é sentida pelo suave tacto das falanges. Em todos os pontos encontro imperfeições, pontos que mudaria em busca de uma perfeição não muito diferente, mas mais consistente e mais agradável a olho nú.
Reparo nos pormenores dos dedos, nos vergões da pele provocados pelo dobrar dos ossos,no esqueleto que me dá forma, parecendo rasgar a pele e querendo soltar-se da carne que o veste...
A brutalidade dos meus pés... Apesar de pequenos, acho-os feios, tristes e mal feitos. Tenho de os dobrar, juntando os dedos para os achar mais agradáveis e apetecíveis.Gosto do pormenor dos tornozelos, parecendo equilibrados pelos ossos que o compõem, pela curvatura do calcanhar e pela maleabilidade dos tendões...Subo as pernas com o meu toque... Páro tocando e sentindo os joelhos. As rótulas salientes moldam-se consoante me vergo e as movimento. Sinto-as alterarem a forma por entre um aspecto arredondado e outro mais geométrico, mais directo e tridimensional. Algo extremamente rude e dantesco...
Adoro a parte superior, a suavidade das coxas, a rigidez dos músculos, as nádegas firmes e macias. A ausência de algo duro, faz-me gostar desta anatomia semelhante a algo invertebrado. O sexo deixa-me confuso, parecendo ter sido enxertado posteriormente, como se não fizesse parte de mim. É demasiado absurda a textura e a forma que o compõe. A pele dura e enrugada do escroto, assemelha-se a um excesso de algo que não consigo descrever e forma da glande apesar de artística, não deixa de o ser pelo fim a que se destina...
Gosto do pequeno botão situado no ventre... Algo muito mais, que um símples orifício ou razão estética, foi por ele que me desenvolvi, estando ligado na mais mágica e bela parte do meu desenvolvimento. Fica-me bem !
Os mamilos circundados por um círculo rosado, conferem-me altivez, personalidade e mesmo sensualidade. Senti-los e olhá-los no meu peito saliente, dão-me confiança e uma espécie de orgulho... Talvez doentio, talvez demente, talvez inusitado !
Sentir os braços, saindo-me dos ombros e assemelhando-se a dois ramos, movimentando-os a cada indicação do meu cérebro é algo único... Parece impossível conseguir mover algo com este comprimento, de certa forma pesado, suspenso e no fim ainda sentir e contorcer mais cinco pequenos membros, alternadamente, ao sabor daquilo a que me propuser e ás necessidades que me ocorram...
O que se situa acima deste tronco, é talvez a mais engenhosa peça, escondendo mistérios, ocultando ou salientando tudo aquilo que se sinta... Não a consigo descrever... Tudo parece perfeito, imperfeito, mas a utilidade e características próprias, deixam-me sem palavras para qualquer julgamento...
Tudo nesta anatomia que me compõe, se distribui pelo útil e pelo estético. Há que ser racional, encontrar o equilíbrio e perceber o porquê do interior não descurando o vísível... Entendendo o sentido de manchas, pormenores, vergões, saliências, pilosidades e até mesmo o odor humano libertado pelas toxinas que o fomentam...
Descubro-me lentamente num corpo herméticamente fechado, agressivo, feio mas ainda assim com um sentido e uma razão totalmente lógicos !
Estranho este invólucro que me movimenta, me dá forma e guarda o meu íntimo... Reparo nele como nunca e a cada curva, cada forma e cada textura, me assusto pela forma agressiva e gosseira com que ele me torneia...
Percorro-o com um simples tocar, leve como uma brisa presente... Toda a minha nudez é sentida pelo suave tacto das falanges. Em todos os pontos encontro imperfeições, pontos que mudaria em busca de uma perfeição não muito diferente, mas mais consistente e mais agradável a olho nú.
Reparo nos pormenores dos dedos, nos vergões da pele provocados pelo dobrar dos ossos,no esqueleto que me dá forma, parecendo rasgar a pele e querendo soltar-se da carne que o veste...
A brutalidade dos meus pés... Apesar de pequenos, acho-os feios, tristes e mal feitos. Tenho de os dobrar, juntando os dedos para os achar mais agradáveis e apetecíveis.Gosto do pormenor dos tornozelos, parecendo equilibrados pelos ossos que o compõem, pela curvatura do calcanhar e pela maleabilidade dos tendões...Subo as pernas com o meu toque... Páro tocando e sentindo os joelhos. As rótulas salientes moldam-se consoante me vergo e as movimento. Sinto-as alterarem a forma por entre um aspecto arredondado e outro mais geométrico, mais directo e tridimensional. Algo extremamente rude e dantesco...
Adoro a parte superior, a suavidade das coxas, a rigidez dos músculos, as nádegas firmes e macias. A ausência de algo duro, faz-me gostar desta anatomia semelhante a algo invertebrado. O sexo deixa-me confuso, parecendo ter sido enxertado posteriormente, como se não fizesse parte de mim. É demasiado absurda a textura e a forma que o compõe. A pele dura e enrugada do escroto, assemelha-se a um excesso de algo que não consigo descrever e forma da glande apesar de artística, não deixa de o ser pelo fim a que se destina...
Gosto do pequeno botão situado no ventre... Algo muito mais, que um símples orifício ou razão estética, foi por ele que me desenvolvi, estando ligado na mais mágica e bela parte do meu desenvolvimento. Fica-me bem !
Os mamilos circundados por um círculo rosado, conferem-me altivez, personalidade e mesmo sensualidade. Senti-los e olhá-los no meu peito saliente, dão-me confiança e uma espécie de orgulho... Talvez doentio, talvez demente, talvez inusitado !
Sentir os braços, saindo-me dos ombros e assemelhando-se a dois ramos, movimentando-os a cada indicação do meu cérebro é algo único... Parece impossível conseguir mover algo com este comprimento, de certa forma pesado, suspenso e no fim ainda sentir e contorcer mais cinco pequenos membros, alternadamente, ao sabor daquilo a que me propuser e ás necessidades que me ocorram...
O que se situa acima deste tronco, é talvez a mais engenhosa peça, escondendo mistérios, ocultando ou salientando tudo aquilo que se sinta... Não a consigo descrever... Tudo parece perfeito, imperfeito, mas a utilidade e características próprias, deixam-me sem palavras para qualquer julgamento...
Tudo nesta anatomia que me compõe, se distribui pelo útil e pelo estético. Há que ser racional, encontrar o equilíbrio e perceber o porquê do interior não descurando o vísível... Entendendo o sentido de manchas, pormenores, vergões, saliências, pilosidades e até mesmo o odor humano libertado pelas toxinas que o fomentam...
Descubro-me lentamente num corpo herméticamente fechado, agressivo, feio mas ainda assim com um sentido e uma razão totalmente lógicos !
sábado, abril 17, 2004
Erótica...
Dispo-me de preconceitos e arrasto-me pelo sabor do teu corpo... A infinidade do desejo, do prazer e da procura, saciam a mais pura vontade de te consumir, de te possuir e absorver pelo gozo da carne. Terás um preço, uma oferta, algo bem elevado para me cobrares, por esse gesto nobre e em muito apetecido.
Somente direi que é simples atracção e desejo carnal de nos entregarmos. Perde-se o encanto do verdadeiro amor, porque nada mais existe que não seja um simples contacto. Não nego o prazer que sinto quando nos consumimos, quando entro em ti e pareces feita de um dilúvio doentio, pedindo-me mais e exigindo melhor... Parece irreal, sarcástico e mesmo demente. Fazê-lo por fazer não me atrai, não me faz sentir mais homem nem mais realizado.
Simplesmente alivio a vontade que o subconsciente me pede, descarrego a energia que o meu corpo necessita para se sentir bem, mas a frustração que advém é depressiva. Sinto-me bem, mas pouco satisfeito...
Visto e cubro a pele novamente, como se tivesse o serviço feito e me apetecesse sair desse ambiente o mais rápido e discretamente possível. Viro as costas, deixo-te prostrada depois de te usar e teres sido o meu utensílio para algo que buscava. Feliz, realizado ? Claro que não...
Não senti que houvesse algo sincero ou sentido. Foi o prazer do momento e sem pensar, fomos cedendo a uma vontade proibida de algo irracional e estranho. Foi bom para mim, mas não me importo contigo. Se te quisesses aproveitar e abusar de mim, poderias tê-lo feito. Foi para isso que nos submetemos a algo tão baixo e irrisório apenas para satisfação pessoal e nada mais. Também sei que para ti nada contou. Pagámos uma espécie de serviço a ambos com um simples copo, uma troca de olhares e uma forma telepática de pedirmos algo... Concordámos dessa forma pouco ortodoxa e sem regras, aceder a esse produto que cada vez mais se procura, mais se exige e mais se pretende. Gostaria de pensar de forma diferente, mas rendo-me ás evidências...
Basta-me sair á noite para encontrar respostas ás minhas dúvidas.
As ruas tresandam, o ambiente respira e alimenta-se de prazer e as noites evidenciam tudo isso..
Preciso de me estabilizar emocionalmente. Preciso sentir que não é só e apenas esse o sentido e a busca incessante na vida. Preciso encontrar o equilíbrio no amor, e nele descobrir as diversas formas de amar, de o fazer com sentimento, entregando-me realmente e sem receios, onde seja entendido e desejado.
Aí mostrarei verdadeiramente o que está para além do meu corpo. Aí, não só me despirei de preconceitos, mas soltarei um conjunto de sentimentos como uma dádiva, um sentimento de entrega e de verdadeiro prazer. Serei então feliz por receber, mas mais ainda por saber que me entrego na totalidade...
Sentirei prazer, sentirei o que é o amor...
Dispo-me de preconceitos e arrasto-me pelo sabor do teu corpo... A infinidade do desejo, do prazer e da procura, saciam a mais pura vontade de te consumir, de te possuir e absorver pelo gozo da carne. Terás um preço, uma oferta, algo bem elevado para me cobrares, por esse gesto nobre e em muito apetecido.
Somente direi que é simples atracção e desejo carnal de nos entregarmos. Perde-se o encanto do verdadeiro amor, porque nada mais existe que não seja um simples contacto. Não nego o prazer que sinto quando nos consumimos, quando entro em ti e pareces feita de um dilúvio doentio, pedindo-me mais e exigindo melhor... Parece irreal, sarcástico e mesmo demente. Fazê-lo por fazer não me atrai, não me faz sentir mais homem nem mais realizado.
Simplesmente alivio a vontade que o subconsciente me pede, descarrego a energia que o meu corpo necessita para se sentir bem, mas a frustração que advém é depressiva. Sinto-me bem, mas pouco satisfeito...
Visto e cubro a pele novamente, como se tivesse o serviço feito e me apetecesse sair desse ambiente o mais rápido e discretamente possível. Viro as costas, deixo-te prostrada depois de te usar e teres sido o meu utensílio para algo que buscava. Feliz, realizado ? Claro que não...
Não senti que houvesse algo sincero ou sentido. Foi o prazer do momento e sem pensar, fomos cedendo a uma vontade proibida de algo irracional e estranho. Foi bom para mim, mas não me importo contigo. Se te quisesses aproveitar e abusar de mim, poderias tê-lo feito. Foi para isso que nos submetemos a algo tão baixo e irrisório apenas para satisfação pessoal e nada mais. Também sei que para ti nada contou. Pagámos uma espécie de serviço a ambos com um simples copo, uma troca de olhares e uma forma telepática de pedirmos algo... Concordámos dessa forma pouco ortodoxa e sem regras, aceder a esse produto que cada vez mais se procura, mais se exige e mais se pretende. Gostaria de pensar de forma diferente, mas rendo-me ás evidências...
Basta-me sair á noite para encontrar respostas ás minhas dúvidas.
As ruas tresandam, o ambiente respira e alimenta-se de prazer e as noites evidenciam tudo isso..
Preciso de me estabilizar emocionalmente. Preciso sentir que não é só e apenas esse o sentido e a busca incessante na vida. Preciso encontrar o equilíbrio no amor, e nele descobrir as diversas formas de amar, de o fazer com sentimento, entregando-me realmente e sem receios, onde seja entendido e desejado.
Aí mostrarei verdadeiramente o que está para além do meu corpo. Aí, não só me despirei de preconceitos, mas soltarei um conjunto de sentimentos como uma dádiva, um sentimento de entrega e de verdadeiro prazer. Serei então feliz por receber, mas mais ainda por saber que me entrego na totalidade...
Sentirei prazer, sentirei o que é o amor...
quarta-feira, abril 14, 2004
Isolamento perfeito !
Por vezes ligo-me ao mundo, para recordar o teu rosto, lembrando-me no quão bela a maquilhagem te transforma e te faz tornar na Deusa guardiã dos meus encantos...
Única no teu género, conheço-te inteiramente, sei que o sabes... Ouve-me !
Quantas mentiras foram feitas com confidências, promessas...? Talvez essas mesmas mentiras não façam sentido e tenham sido inocentes...
Ainda assim, sou o único que sorri, que gosta de te ouvir... Sou a voz que te mantém quente, o abrigo para os teus medos. Estou a teu lado sentindo as emoções e nunca desistindo. Desculpa, mas não deixo de ser e pensar assim. A tua existência deixa-me mais forte e faz de mim um homem mais sensato e imune a certos males. E pergunto-me, sistematicamente pergunto-me o porquê de tudo isto? Quando choras, choro contigo, quando sorris, sorrimos ambos, se te sou próximo, porque te sou indiferente ?
Ouves-me ? Falas comigo ? Ninguém parece ouvir a minha prece. Oiço vozes, vozes silenciosas de sombras dançantes pelas paredes. Escondo-me perante a mente, quando as nuvens ocultam a claridade e a luz que me acompanha esmorece... Aqui repouso, num isolamento perfeito. Ouve-me chorar, neste recanto ... Depois de tanto tempo a tentar esquecer, continuo a olhar sobre os ombros e todas estas vozes interiores,silenciosas,continuam a fazerem-me pensar neste local onde me escondo...
Ouve-me chorar, sem lamentar, mas sente que ainda vivo...
Por vezes ligo-me ao mundo, para recordar o teu rosto, lembrando-me no quão bela a maquilhagem te transforma e te faz tornar na Deusa guardiã dos meus encantos...
Única no teu género, conheço-te inteiramente, sei que o sabes... Ouve-me !
Quantas mentiras foram feitas com confidências, promessas...? Talvez essas mesmas mentiras não façam sentido e tenham sido inocentes...
Ainda assim, sou o único que sorri, que gosta de te ouvir... Sou a voz que te mantém quente, o abrigo para os teus medos. Estou a teu lado sentindo as emoções e nunca desistindo. Desculpa, mas não deixo de ser e pensar assim. A tua existência deixa-me mais forte e faz de mim um homem mais sensato e imune a certos males. E pergunto-me, sistematicamente pergunto-me o porquê de tudo isto? Quando choras, choro contigo, quando sorris, sorrimos ambos, se te sou próximo, porque te sou indiferente ?
Ouves-me ? Falas comigo ? Ninguém parece ouvir a minha prece. Oiço vozes, vozes silenciosas de sombras dançantes pelas paredes. Escondo-me perante a mente, quando as nuvens ocultam a claridade e a luz que me acompanha esmorece... Aqui repouso, num isolamento perfeito. Ouve-me chorar, neste recanto ... Depois de tanto tempo a tentar esquecer, continuo a olhar sobre os ombros e todas estas vozes interiores,silenciosas,continuam a fazerem-me pensar neste local onde me escondo...
Ouve-me chorar, sem lamentar, mas sente que ainda vivo...
Destino...
Quem guarda um segredo?
Quem premedita o destino ?
Quando irei descobrir...
Que mentiras pairam sobre mim ?
Quem carrega este conhecimento...
Para me dizer no futuro
Tudo o que pretendo saber ?
Por isso me levanto...
Por isso grito ao mundo
A razão do meu ser...
Sinto os poderes fora de alcance
Volto a tentar do início...
O destino chama-me...
deixando o futuro em aberto
Gritando com raiva...
que os poderes me fogem
e absorvem em concreto.
Seguro a alma com as mãos
O Futuro é cada vez mais passado...
Sem luz e mal encadeado...
Quem me iluminará o caminho?
Agora que luto sozinho...
O passado persegue-me
O amigo é inimigo...
O medo, meu vizinho !
Quem guarda um segredo?
Quem premedita o destino ?
Quando irei descobrir...
Que mentiras pairam sobre mim ?
Quem carrega este conhecimento...
Para me dizer no futuro
Tudo o que pretendo saber ?
Por isso me levanto...
Por isso grito ao mundo
A razão do meu ser...
Sinto os poderes fora de alcance
Volto a tentar do início...
O destino chama-me...
deixando o futuro em aberto
Gritando com raiva...
que os poderes me fogem
e absorvem em concreto.
Seguro a alma com as mãos
O Futuro é cada vez mais passado...
Sem luz e mal encadeado...
Quem me iluminará o caminho?
Agora que luto sozinho...
O passado persegue-me
O amigo é inimigo...
O medo, meu vizinho !
Noites de lua cheia...
Sonhos, estórias e contos de lobos... lobos que se vestem de pele humana e se consomem perante reconditos lugares da nossa mente. Lobos que são homens, que buscam a carne e recusam ver a luz que os cega e lhes permite apenas ver a infindável e abominável sensação de ódio e desespero. Buscam algo para lhes colmatar o vazio...Vazio esse que lhes assola o interior e os torna sequiosos por um banquete mórbido, doentio e puramente divinal. Deixam de lado a existência humana, vestindo uma máscara possessa de um misticismo crú, assustador, mas ainda assim extremamente apetecível. Muitos insistem em não rasgar essa pele, insistem em ser lobos, mas jamais o tornarão a ser. Trevas de lua cheia, doces, azíagas, vetadas a um cenário dantesco e perante um mesmo céu são deixadas ao acaso. Deixam que a transformação ocorra e com ela tudo lhes dê na mais completa razão de imortal,surreal mas carregada de simbolismo e razão de ser. Buscam o sangue perante um uivar, um sinal de alerta, de presença de espírito, para que sintamos que não são apenas vozes de animais, mas gemidos e gritos de uma dor e raiva interior que em tudo são humanos. Sonhos de memórias de lobos que rasgam a pele, esperam pela carne e recusam a luz que os cega, os detém e os proibe de se elevarem a um estado superior. Talvez sejam memórias de homens, que tentam ser lobos, mas nunca o conseguirão ser... Debaixo do mesmo céu dessa lua cheia, encontramo-nos todos... Lobos, humanos ou simples criaturas de Deus, mas aquando da necessidade de nos soltarmos, rasgarmos ou abrirmos o nosso corpo porque não o suportamos,o fraco nível da nossa força interior leva-nos a um ínfimo crepitar de dúvidas e a um altar elevado que tanto prazer nos dá... É nesse altar, perante o cenário assombroso da lua cheia que nos sentimos bem, que nos disfarçamos e nos permite sequiar os nossos prazeres. Ensinar-te-ei maravilhas, se depois dessa libertação atingires o pecado, me entregares a alma... Dar-te-ei um mundo de sonho, de possessão e libertação... Ensinar-te-ei como transformar qualquer vil metal no mais precioso ouro e como a vida se estenderá rumo á imortalidade e á indiferença... Liberta-te e perante um uivar assustador tendo a lua como testemunha, serás enorme...
Sonhos, estórias e contos de lobos... lobos que se vestem de pele humana e se consomem perante reconditos lugares da nossa mente. Lobos que são homens, que buscam a carne e recusam ver a luz que os cega e lhes permite apenas ver a infindável e abominável sensação de ódio e desespero. Buscam algo para lhes colmatar o vazio...Vazio esse que lhes assola o interior e os torna sequiosos por um banquete mórbido, doentio e puramente divinal. Deixam de lado a existência humana, vestindo uma máscara possessa de um misticismo crú, assustador, mas ainda assim extremamente apetecível. Muitos insistem em não rasgar essa pele, insistem em ser lobos, mas jamais o tornarão a ser. Trevas de lua cheia, doces, azíagas, vetadas a um cenário dantesco e perante um mesmo céu são deixadas ao acaso. Deixam que a transformação ocorra e com ela tudo lhes dê na mais completa razão de imortal,surreal mas carregada de simbolismo e razão de ser. Buscam o sangue perante um uivar, um sinal de alerta, de presença de espírito, para que sintamos que não são apenas vozes de animais, mas gemidos e gritos de uma dor e raiva interior que em tudo são humanos. Sonhos de memórias de lobos que rasgam a pele, esperam pela carne e recusam a luz que os cega, os detém e os proibe de se elevarem a um estado superior. Talvez sejam memórias de homens, que tentam ser lobos, mas nunca o conseguirão ser... Debaixo do mesmo céu dessa lua cheia, encontramo-nos todos... Lobos, humanos ou simples criaturas de Deus, mas aquando da necessidade de nos soltarmos, rasgarmos ou abrirmos o nosso corpo porque não o suportamos,o fraco nível da nossa força interior leva-nos a um ínfimo crepitar de dúvidas e a um altar elevado que tanto prazer nos dá... É nesse altar, perante o cenário assombroso da lua cheia que nos sentimos bem, que nos disfarçamos e nos permite sequiar os nossos prazeres. Ensinar-te-ei maravilhas, se depois dessa libertação atingires o pecado, me entregares a alma... Dar-te-ei um mundo de sonho, de possessão e libertação... Ensinar-te-ei como transformar qualquer vil metal no mais precioso ouro e como a vida se estenderá rumo á imortalidade e á indiferença... Liberta-te e perante um uivar assustador tendo a lua como testemunha, serás enorme...
terça-feira, abril 13, 2004
Partida !
Talvez numa outra vida te possa encontrar, ser arrastado antes do tempo...
Não conseguir entender, pela dureza, injustiça e parecer que o paraíso se encontra tão longe distante e inalcançável... Todo o meu mundo gelou e desmoronou com a tua ida...
Talvez as flores ainda demonstrem a minha preocupação, carinho e lembrança. No entanto, não serão elas que me irão devolver tudo aquilo que me foi retirado e perdido. Ergo as mãos, alcanço os céus e grito o teu nome, mas acredita que se tudo isto pudesse ser trocado, não hesitaria um só segundo...
Parece que o paraíso se encontra impossível de atingir agora com a tua ausência. Mete-me nojo este mundo em que tropeço e cambaleio sozinho, porque não tenho o teu apoio nem a tua presença...
Erguer os meus braços bem alto, tentando aliviar a minha dor e desespero numa sentida homenagem, não faz sentido. Apenas me aguça a ferida e o sofrimento em que me encontro. Nada parece justo, nada parece fazer sentido, nada mais existe agora que não estás comigo...
Ainda assim, dentro das minhas fraquezas, encontro a força suficiente para me levantar, curvar diante de ti e lembrar com saudade a marca deixada no nosso espaço, enquanto estivemos juntos... Obrigado pelas maravilhosas memórias !
Talvez numa outra vida te possa encontrar, ser arrastado antes do tempo...
Não conseguir entender, pela dureza, injustiça e parecer que o paraíso se encontra tão longe distante e inalcançável... Todo o meu mundo gelou e desmoronou com a tua ida...
Talvez as flores ainda demonstrem a minha preocupação, carinho e lembrança. No entanto, não serão elas que me irão devolver tudo aquilo que me foi retirado e perdido. Ergo as mãos, alcanço os céus e grito o teu nome, mas acredita que se tudo isto pudesse ser trocado, não hesitaria um só segundo...
Parece que o paraíso se encontra impossível de atingir agora com a tua ausência. Mete-me nojo este mundo em que tropeço e cambaleio sozinho, porque não tenho o teu apoio nem a tua presença...
Erguer os meus braços bem alto, tentando aliviar a minha dor e desespero numa sentida homenagem, não faz sentido. Apenas me aguça a ferida e o sofrimento em que me encontro. Nada parece justo, nada parece fazer sentido, nada mais existe agora que não estás comigo...
Ainda assim, dentro das minhas fraquezas, encontro a força suficiente para me levantar, curvar diante de ti e lembrar com saudade a marca deixada no nosso espaço, enquanto estivemos juntos... Obrigado pelas maravilhosas memórias !
Voltando...
Sentindo a víbora que cresce no teu interior, procurando lamentar o erro passado, compensando com poderes inatos e subtis, uma forma de atenuar e corrigir tudo aquilo que te atormenta... E pergunto, será que perdoo ?
Prometo um milagre, algo acontece sem consigar explicar... É sagrado, santo para ser colocado em palavras, para ser escrito, mas está cravado sobre a escritura, sobre o destino... É o meu dever, sinto-me missionário. É a minha confissão, uma obsessão, sou um crente praticante e um seguidor confesso... É uma escolha, um principio, religião sem dúvida, um sentimento divino de um confesso devoto. Vendo e dou a minha estória á eterna glória do amor, ao sentimento, a algo em que creio, sigo e acredito. Não mudo porque deseje, ambicione ou sinta essa necessidade, mas porque acima de qualquer utopia, terei algo em mim que forçosamente há-de ser preenchido, para que me encontre e reequilibre. Espalho a boa nova pelo mundo, por quem está comigo e me acompanha, pensando em gente, em pessoas, em rapazes, raparigas, homens, mulheres, velhos, crianças, e todos aqueles que demonstrem características próprias de seres humanos. É por eles que me dou, espalho e lanço com júbilo os meus ideais e o meu poder interior, na ânsia de tentar com um fraco feixe de luz, conseguir trazer uma incandescência perfeitamente visível e sentida. Pela glória eterna do amor, pela vontade de o escrever, de o sentir, de ser o meu dever... Sou um missionário, um simples observador, um mero servo do divino, a quem por responsabilidade e iniciativa própria, demonstra um estado de crença e um permanente viver sob solo sagrado. Acima de tudo, um crente contínuo !
Sentindo a víbora que cresce no teu interior, procurando lamentar o erro passado, compensando com poderes inatos e subtis, uma forma de atenuar e corrigir tudo aquilo que te atormenta... E pergunto, será que perdoo ?
Prometo um milagre, algo acontece sem consigar explicar... É sagrado, santo para ser colocado em palavras, para ser escrito, mas está cravado sobre a escritura, sobre o destino... É o meu dever, sinto-me missionário. É a minha confissão, uma obsessão, sou um crente praticante e um seguidor confesso... É uma escolha, um principio, religião sem dúvida, um sentimento divino de um confesso devoto. Vendo e dou a minha estória á eterna glória do amor, ao sentimento, a algo em que creio, sigo e acredito. Não mudo porque deseje, ambicione ou sinta essa necessidade, mas porque acima de qualquer utopia, terei algo em mim que forçosamente há-de ser preenchido, para que me encontre e reequilibre. Espalho a boa nova pelo mundo, por quem está comigo e me acompanha, pensando em gente, em pessoas, em rapazes, raparigas, homens, mulheres, velhos, crianças, e todos aqueles que demonstrem características próprias de seres humanos. É por eles que me dou, espalho e lanço com júbilo os meus ideais e o meu poder interior, na ânsia de tentar com um fraco feixe de luz, conseguir trazer uma incandescência perfeitamente visível e sentida. Pela glória eterna do amor, pela vontade de o escrever, de o sentir, de ser o meu dever... Sou um missionário, um simples observador, um mero servo do divino, a quem por responsabilidade e iniciativa própria, demonstra um estado de crença e um permanente viver sob solo sagrado. Acima de tudo, um crente contínuo !
quinta-feira, abril 01, 2004
Espectros...
... e amanhã, acordarei perante a satisfação de ver os meus olhos vendados ao mundo e descobertos apenas na tua direcção. Amanhá, será que acordarei para que dos meus lábios se escapem as palavras que te quero dizer, perante a timidez do meu interior ? Apenas sei que amanhã acordarei com um sentimento de te pertencer, de sentir que sou a parte final de um conjunto de peças que aos pouco foste construindo... Amanhã sei que irei acordar para corrigir tudo o que estiver errado em mim, em ti e em nós...
Será um estremecer e um despertar de um ouro perfeito, de um dourado volátil que se funde e na textura da sua forma, conseguir encontrar pigmentos sólidos de uma riqueza e um valor incandescente que nos envolva e torne valiosos... Tudo isto para seres em mim, tudo aquilo que há muito desejo, provo e saboreio. Sei que amanhã, quando acordar irei tentar tudo para não ficar novamente sozinho, perdido e descompensado. Sentar-me-ei neste estado interior e desistirei de ser o principal suspeito de uma rotina doentia, mórbida e inexplicável...
Os meus olhos vendados ao mundo, causarão a morte desta abrangente cegueira e os primeiros raios de luz visíveis, serão aqueles emanados por ti, despertando-me na retina algo cromático e perfeitamente decifrável...
Amanhã pedirei para reagir, finalmente poder sentir, uma vontade natural, de me sentir diferente, talvez artificial...
Amanhã, será que irei acordar ? Claro que sim, desde que a tua luz me acompanhe... Ilumina-me !
... e amanhã, acordarei perante a satisfação de ver os meus olhos vendados ao mundo e descobertos apenas na tua direcção. Amanhá, será que acordarei para que dos meus lábios se escapem as palavras que te quero dizer, perante a timidez do meu interior ? Apenas sei que amanhã acordarei com um sentimento de te pertencer, de sentir que sou a parte final de um conjunto de peças que aos pouco foste construindo... Amanhã sei que irei acordar para corrigir tudo o que estiver errado em mim, em ti e em nós...
Será um estremecer e um despertar de um ouro perfeito, de um dourado volátil que se funde e na textura da sua forma, conseguir encontrar pigmentos sólidos de uma riqueza e um valor incandescente que nos envolva e torne valiosos... Tudo isto para seres em mim, tudo aquilo que há muito desejo, provo e saboreio. Sei que amanhã, quando acordar irei tentar tudo para não ficar novamente sozinho, perdido e descompensado. Sentar-me-ei neste estado interior e desistirei de ser o principal suspeito de uma rotina doentia, mórbida e inexplicável...
Os meus olhos vendados ao mundo, causarão a morte desta abrangente cegueira e os primeiros raios de luz visíveis, serão aqueles emanados por ti, despertando-me na retina algo cromático e perfeitamente decifrável...
Amanhã pedirei para reagir, finalmente poder sentir, uma vontade natural, de me sentir diferente, talvez artificial...
Amanhã, será que irei acordar ? Claro que sim, desde que a tua luz me acompanhe... Ilumina-me !
terça-feira, março 30, 2004
Amor, amizade e ... alquimia !
Não sei o que pensas, não sei o que achas de mim ou o que vês para além desta cortina enorme que nos juntou e ainda não permitiu que nos víssemos e olhássemos olhos nos olhos...
Sinceramente, isso não me preocupa, porque o mais bonito, o mais difícil e gratificante de obter já foi conseguido.Sinto-me feliz por toda esta empatia em nosso redor, esta química a que não nos cansamos de chamar amor, ainda que de uma forma leviana e artificial. Talvez seja mesmo amor... Não nego que para o sentir, não necessito de estar apaixonado nem direccionado apenas a ti. Sim... Para uma grande amizade, sincera, leal, correspondida e sentida, talvez o amor deva existir, para que me preocupe contigo, para que te respeite, para que sinta e deseje que te encontres bem e da melhor forma possível.
Provavelmente, ficarás a pensar "Para quê tanta preocupação por uma pessoa que nem conheces ?"
De facto, não deixa de ser estranho, mas para mim não é absurdo e muito menos irreal.
Talvez apenas a amizade, ainda que vivida assim, tão "distante", separada e fora das características ditas "normais" seja mais verdadeira e vista por dentro. Talvez por ter olhado para o teu interior em primeira instância, tentando perceber-te e achar que não seria em vão "lutar" pela tua confiança, descobrindo um pouquinho do teu coração e a forma como és, tenha despoletado em mim uma nova forma de ver e achar que deva lutar por quem acredito. Não foi pela parte física que nos aproximámos, nem por pressões exteriores vindas em nosso redor... Simplesmente porque sempre achámos ser possível dar a oportunidade a alguém que julgamos diferente pela forma como nos vê, como nos mima e como está connosco. Poderá existir sempre no nosso subconsciente, o medo e o receio que quando a cortina se abrir, o encanto desapareça e nele sejam arrastadas as inúmeras conquistas que fomos conseguindo ao logo de todo este tempo...
Aceito plenamente se assim tiver de ser, mas não deixo de agradecer ao destino, a algo superior a mim ou mesmo a nós, pelo facto de todos estes momentos terem sido vividos de uma forma sincera, bonita e verdadeira. Recordarei até ao fim dos meus dias esta doce lembrança de uma forma emotiva, concreta e incrivelmente realista. É maravilhoso poder sentir e acreditar em alguém como o faço contigo...É algo único, mágico e indescritível. Há muito que não me encontrava assim. Feliz por te encontrar, feliz por te conhecer e feliz por sentir que nunca devo desisitir das coisas e dos factos em que acredito e pelos quais devo continuar. Continuemos sempre fiéis aos nosso princípios e deixemos que eles continuem a moldar a nossa personalidade e a intervir na vida de ambos. Respeitamos isso, porque somos amigos...
Talvez seja amizade, talvez seja amor, talvez sejamos nós...
Obrigado por fazeres parte da minha vida, dares-me a oportunidade de me mostrar e por acreditares em mim. Estarei contigo onde quer que estejas, onde precisares e onde desejares a minha presença. Gosto muito de ti...
O teu melhor amigo !
Não sei o que pensas, não sei o que achas de mim ou o que vês para além desta cortina enorme que nos juntou e ainda não permitiu que nos víssemos e olhássemos olhos nos olhos...
Sinceramente, isso não me preocupa, porque o mais bonito, o mais difícil e gratificante de obter já foi conseguido.Sinto-me feliz por toda esta empatia em nosso redor, esta química a que não nos cansamos de chamar amor, ainda que de uma forma leviana e artificial. Talvez seja mesmo amor... Não nego que para o sentir, não necessito de estar apaixonado nem direccionado apenas a ti. Sim... Para uma grande amizade, sincera, leal, correspondida e sentida, talvez o amor deva existir, para que me preocupe contigo, para que te respeite, para que sinta e deseje que te encontres bem e da melhor forma possível.
Provavelmente, ficarás a pensar "Para quê tanta preocupação por uma pessoa que nem conheces ?"
De facto, não deixa de ser estranho, mas para mim não é absurdo e muito menos irreal.
Talvez apenas a amizade, ainda que vivida assim, tão "distante", separada e fora das características ditas "normais" seja mais verdadeira e vista por dentro. Talvez por ter olhado para o teu interior em primeira instância, tentando perceber-te e achar que não seria em vão "lutar" pela tua confiança, descobrindo um pouquinho do teu coração e a forma como és, tenha despoletado em mim uma nova forma de ver e achar que deva lutar por quem acredito. Não foi pela parte física que nos aproximámos, nem por pressões exteriores vindas em nosso redor... Simplesmente porque sempre achámos ser possível dar a oportunidade a alguém que julgamos diferente pela forma como nos vê, como nos mima e como está connosco. Poderá existir sempre no nosso subconsciente, o medo e o receio que quando a cortina se abrir, o encanto desapareça e nele sejam arrastadas as inúmeras conquistas que fomos conseguindo ao logo de todo este tempo...
Aceito plenamente se assim tiver de ser, mas não deixo de agradecer ao destino, a algo superior a mim ou mesmo a nós, pelo facto de todos estes momentos terem sido vividos de uma forma sincera, bonita e verdadeira. Recordarei até ao fim dos meus dias esta doce lembrança de uma forma emotiva, concreta e incrivelmente realista. É maravilhoso poder sentir e acreditar em alguém como o faço contigo...É algo único, mágico e indescritível. Há muito que não me encontrava assim. Feliz por te encontrar, feliz por te conhecer e feliz por sentir que nunca devo desisitir das coisas e dos factos em que acredito e pelos quais devo continuar. Continuemos sempre fiéis aos nosso princípios e deixemos que eles continuem a moldar a nossa personalidade e a intervir na vida de ambos. Respeitamos isso, porque somos amigos...
Talvez seja amizade, talvez seja amor, talvez sejamos nós...
Obrigado por fazeres parte da minha vida, dares-me a oportunidade de me mostrar e por acreditares em mim. Estarei contigo onde quer que estejas, onde precisares e onde desejares a minha presença. Gosto muito de ti...
O teu melhor amigo !
Apenas eu...
Hoje é daqueles dias em que me sinto bem... Em que pareço ter feito as pazes comigo próprio e de alguma forma começo a aceitar e a pensar que a minha vida não se deve a uma pura vontade dos meus progenitores em me conceberem, mas também porque algo muito superior a qualquer mortal, decidiu presentear uns com a minha existência e castigar outros pelo mesmo facto.
Não existimos por existir, não é uma simples ou complexa decisão do destino, mas algo que nos transcende em grande escala e em toda a plenitude do conhecimento. Estranho, mas raramente me preocupo ou olho para o meu interior desta forma... Não é que não me sinta bem na minha pele, mas acho que o meu destino ou a minha espécie de missão, consiste em fazer sentir bem os outros com a minha humilde e discreta presença e isso sabe-me bem. A maior gratidão que posso sentir de todos aqueles que amo, não é um obrigado, não é um agradecimento... Basta-me um sorriso, um bem-estar e a demonstração de felicidade nas suas vidas. Não penso que tivesse sido eu a tornar algo disso possível, mas é como se torcesse por fora, corresse lado a lado sem nunca perder ninguém de vista e isso deixa-me completamente rendido...
Defeito ou talvez não, inexplicavelmente e surpreendente, continua a ser o facto de ainda gostar de responder a provocações, a injustiças, a mentiras e hipocrisias, cinismos, falsidades e todas aquelas formas de ferir e magoar qualquer um de nós.
Sou assim, mesmo. Dá-me gozo responder e tentar equilibrar um bocado os pratos da balança. Por mais que tente, não me dá para ficar sossegado no meu mundo, esperando que a divina previdência se encarregue de alguns malfeitores que pairam sobre a minha vida e das vidas daqueles que gosto. Chamem-lhe vingança, chamem-lhe ira ou rancor, ódio, raiva... Apenas sei que sou bom, na forma de ser, na forma de estar e no imenso respeito que tenho por quem me rodeia... Se algum dia desiludir, serei eu próprio a assumir o mea-culpa e a punir-me por qualquer acto irreflectido que possa ter causado. Acima de tudo, terei de ser eu... Sincero comigo mesmo, sincero e fiel com os meus ideais de vida...
Sejam felizes e não esqueçam que por mais distante que possa parecer, por mais ausente que pareça estar, estarei no meio de vós, com um espírito de amizade, carinho, afecto e tudo aquilo que de melhor puderem imaginar... Sempre presente !
Hoje é daqueles dias em que me sinto bem... Em que pareço ter feito as pazes comigo próprio e de alguma forma começo a aceitar e a pensar que a minha vida não se deve a uma pura vontade dos meus progenitores em me conceberem, mas também porque algo muito superior a qualquer mortal, decidiu presentear uns com a minha existência e castigar outros pelo mesmo facto.
Não existimos por existir, não é uma simples ou complexa decisão do destino, mas algo que nos transcende em grande escala e em toda a plenitude do conhecimento. Estranho, mas raramente me preocupo ou olho para o meu interior desta forma... Não é que não me sinta bem na minha pele, mas acho que o meu destino ou a minha espécie de missão, consiste em fazer sentir bem os outros com a minha humilde e discreta presença e isso sabe-me bem. A maior gratidão que posso sentir de todos aqueles que amo, não é um obrigado, não é um agradecimento... Basta-me um sorriso, um bem-estar e a demonstração de felicidade nas suas vidas. Não penso que tivesse sido eu a tornar algo disso possível, mas é como se torcesse por fora, corresse lado a lado sem nunca perder ninguém de vista e isso deixa-me completamente rendido...
Defeito ou talvez não, inexplicavelmente e surpreendente, continua a ser o facto de ainda gostar de responder a provocações, a injustiças, a mentiras e hipocrisias, cinismos, falsidades e todas aquelas formas de ferir e magoar qualquer um de nós.
Sou assim, mesmo. Dá-me gozo responder e tentar equilibrar um bocado os pratos da balança. Por mais que tente, não me dá para ficar sossegado no meu mundo, esperando que a divina previdência se encarregue de alguns malfeitores que pairam sobre a minha vida e das vidas daqueles que gosto. Chamem-lhe vingança, chamem-lhe ira ou rancor, ódio, raiva... Apenas sei que sou bom, na forma de ser, na forma de estar e no imenso respeito que tenho por quem me rodeia... Se algum dia desiludir, serei eu próprio a assumir o mea-culpa e a punir-me por qualquer acto irreflectido que possa ter causado. Acima de tudo, terei de ser eu... Sincero comigo mesmo, sincero e fiel com os meus ideais de vida...
Sejam felizes e não esqueçam que por mais distante que possa parecer, por mais ausente que pareça estar, estarei no meio de vós, com um espírito de amizade, carinho, afecto e tudo aquilo que de melhor puderem imaginar... Sempre presente !
sexta-feira, março 26, 2004
Incertezas...
Do lado de fora dessa mítica chuva de sentimentos,mostra-me que não estou demente,que consigo vislumbrar perante a obscuridade. a densa cortina de nevoeiro diante mim.Deixas-me triste, magoado, ferido perante o mar de dúvidas que me assola a mente e me deixa cada vez mais confuso. Porque me mentes, porque te escondes e foges de mim quando te procuro, quando nada mais pretendo dar, que todo o amor que o meu coração emana ?
Porque me sacudiste a alma cheia dessa poeira contígua, me fizeste renascer de uma cinza imune e ao mesmo tempo, virgem de um fogo fugídio ?
Estranho... Pura diversão...
Encontrei-te por uma feliz e inesperada ocasião do destino. Sempre com a secreta esperança de ter conseguido um fulcro perfeito, onde poderia equilibrar os meus sentimentos, os meus medos, raivas, ódios e com eles deixar-me pender da forma que bem quisesse... Nada me seria estranho... Contigo, bastava-me escolher... Sentir esse equilibrio místico, de colocar o que queria exteriorizar sob o solo sagrado em que a minha vida se deita. um leito viciado, usado, despido, nú ! Usámos e abusámos de nós enquanto nos deliciámos por breves e longos instantes... Bom demais, saboroso o suficente para repetir. Estranhas circunstâncias, partiram uma corda talvez viciada como o pavio de uma vela em chamas... Porque tiveste de partir, separar e mastigar um elo que julgava ter bem apertado ? Dói-me tudo... Não sei te procure dizendo que te odeio ou me afaste dizendo que te amo. Durmo perante uma tempestade que aconteceu e outra que inevitavelmente virá. Preferia que nada tivesse acontecido... Perante um cenário de devastação psíquica, tento uma recomposição adequada aos tempos que correm, aos valores que existem, á moral que sumiu... Longe de ti, porém sempre demasiado perto... Amo-te simplesmente... porque simplesmente te amo !
Do lado de fora dessa mítica chuva de sentimentos,mostra-me que não estou demente,que consigo vislumbrar perante a obscuridade. a densa cortina de nevoeiro diante mim.Deixas-me triste, magoado, ferido perante o mar de dúvidas que me assola a mente e me deixa cada vez mais confuso. Porque me mentes, porque te escondes e foges de mim quando te procuro, quando nada mais pretendo dar, que todo o amor que o meu coração emana ?
Porque me sacudiste a alma cheia dessa poeira contígua, me fizeste renascer de uma cinza imune e ao mesmo tempo, virgem de um fogo fugídio ?
Estranho... Pura diversão...
Encontrei-te por uma feliz e inesperada ocasião do destino. Sempre com a secreta esperança de ter conseguido um fulcro perfeito, onde poderia equilibrar os meus sentimentos, os meus medos, raivas, ódios e com eles deixar-me pender da forma que bem quisesse... Nada me seria estranho... Contigo, bastava-me escolher... Sentir esse equilibrio místico, de colocar o que queria exteriorizar sob o solo sagrado em que a minha vida se deita. um leito viciado, usado, despido, nú ! Usámos e abusámos de nós enquanto nos deliciámos por breves e longos instantes... Bom demais, saboroso o suficente para repetir. Estranhas circunstâncias, partiram uma corda talvez viciada como o pavio de uma vela em chamas... Porque tiveste de partir, separar e mastigar um elo que julgava ter bem apertado ? Dói-me tudo... Não sei te procure dizendo que te odeio ou me afaste dizendo que te amo. Durmo perante uma tempestade que aconteceu e outra que inevitavelmente virá. Preferia que nada tivesse acontecido... Perante um cenário de devastação psíquica, tento uma recomposição adequada aos tempos que correm, aos valores que existem, á moral que sumiu... Longe de ti, porém sempre demasiado perto... Amo-te simplesmente... porque simplesmente te amo !
Trevas de Esperança !
Por vezes, durmo...
Durmo porque não encontro respostas, não páro porque esta inquietude não me deixa... Muitas vezes sinto-me em baixo, vazio, farto, desligado mas de alguma forma nada mais pretendo que ser repescado, trazido á tona e agitado para que acorde e o faça de vez. Tenho-me visto, tenho esperado nesta espécie de obscuridade por algo que nem sei, talvez pelo tempo, pelo sabor da espera, pela indefinição das coisas. Procuro e vivo o amanhã como se o estivesse a trespassar com a minha vida...
Sombras, trevas, escuridão... Preciso de ajuda, preciso recuperar antes que adoeça e me sinta pior, mas talvez prefira a morte a ter de pedir essa ajuda...
Um orgulho doentio e infame, uma vontade inútil de me levantar por uns meios que não são os meus... Outras tantas vezes, gostaria de ser varrido por um tornado e sentir-me absorvido pelo núcleo desse turbilhão, cuja impiedosa força parte, subjuga e envolve...
Talvez ainda espere, ainda procure nestas trevas e neste insípido e inodoro deserto de sensações, um pouco de vida, na incolor transparência da luz que me ofusca,incadeia e não me deixa ver nada em diante...
Contudo ainda espero e acredito no amanhã, no amanhã em que encontrarei a minha vida e nela farei tudo o que imaginei no meu passado subjugando e deixando de lado a magia e a hora volátil do presente...
Sente-me, toca-me, beija-me... leva-me a um ponto alto, a um miradouro da vida... Mostra-me o que não vejo nem sinto...
Sou apenas eu... Vem ter comigo... Insisto !
Por vezes, durmo...
Durmo porque não encontro respostas, não páro porque esta inquietude não me deixa... Muitas vezes sinto-me em baixo, vazio, farto, desligado mas de alguma forma nada mais pretendo que ser repescado, trazido á tona e agitado para que acorde e o faça de vez. Tenho-me visto, tenho esperado nesta espécie de obscuridade por algo que nem sei, talvez pelo tempo, pelo sabor da espera, pela indefinição das coisas. Procuro e vivo o amanhã como se o estivesse a trespassar com a minha vida...
Sombras, trevas, escuridão... Preciso de ajuda, preciso recuperar antes que adoeça e me sinta pior, mas talvez prefira a morte a ter de pedir essa ajuda...
Um orgulho doentio e infame, uma vontade inútil de me levantar por uns meios que não são os meus... Outras tantas vezes, gostaria de ser varrido por um tornado e sentir-me absorvido pelo núcleo desse turbilhão, cuja impiedosa força parte, subjuga e envolve...
Talvez ainda espere, ainda procure nestas trevas e neste insípido e inodoro deserto de sensações, um pouco de vida, na incolor transparência da luz que me ofusca,incadeia e não me deixa ver nada em diante...
Contudo ainda espero e acredito no amanhã, no amanhã em que encontrarei a minha vida e nela farei tudo o que imaginei no meu passado subjugando e deixando de lado a magia e a hora volátil do presente...
Sente-me, toca-me, beija-me... leva-me a um ponto alto, a um miradouro da vida... Mostra-me o que não vejo nem sinto...
Sou apenas eu... Vem ter comigo... Insisto !
quarta-feira, março 24, 2004
Estado de óbito !
Envolve-me pelo teu abraço...
Seduz-me pela tua existência eloquente de uma forma inata, adquirida e possessiva.Arrasta-me pla tua loucura demente conquistando cada parte de mim como algo novo a explorar.Joga-me como búzios, como cartas de Tarot e lê em mim as questões a que te proponhas.Entra em mim essa espécie de transe,pura absorção de algo incontrolável, mágico, profundo e da qual pouco me resta que não seja ceder e deixar-me ser cobaia, amuleto e utensílio do teu próprio prazer, do teu próprio deleite...
Percorre-me todo o corpo com o teu olhar, com o teu toque, calor e existência de uma forma sobria, estranha, amplamente nocturna...
Divago,sonho,levito por uma atmosfera estranha, carregada de um simbolismo metódico que me transforma num ser credível de um lugar ausente, distante.
Rasgo a pele de um modo superficial para que o meu encanto interior se mantenha presente,deixando sair toda essa camada de fogo irrascível que me absorve, destrói e aos poucos me mata.Diabólico, assustador, mas muito próprio...
Liberto-me da infâmia de um corpo corrupto, procurando uma locomoção diferente da que venho tendo e adquirido. Em cada falha, vejo sofrimento, uns lábios vazios de vida,um olhar sedento de liberdade... Modelos crús de ruina e miséria.O amor entre partes é o ódio e a vingança.
Liberto-me por entre as brechas e as rachas de uma carcaça há muito putrefacta e encontro-me novamente unido sob a tua forte presença...
Resisto á morte física e vivo a teu lado com um espírito empreendedor, ciente do que desejo e amplamente acredito.Contigo serei eterno, contigo serei real !
Envolve-me pelo teu abraço...
Seduz-me pela tua existência eloquente de uma forma inata, adquirida e possessiva.Arrasta-me pla tua loucura demente conquistando cada parte de mim como algo novo a explorar.Joga-me como búzios, como cartas de Tarot e lê em mim as questões a que te proponhas.Entra em mim essa espécie de transe,pura absorção de algo incontrolável, mágico, profundo e da qual pouco me resta que não seja ceder e deixar-me ser cobaia, amuleto e utensílio do teu próprio prazer, do teu próprio deleite...
Percorre-me todo o corpo com o teu olhar, com o teu toque, calor e existência de uma forma sobria, estranha, amplamente nocturna...
Divago,sonho,levito por uma atmosfera estranha, carregada de um simbolismo metódico que me transforma num ser credível de um lugar ausente, distante.
Rasgo a pele de um modo superficial para que o meu encanto interior se mantenha presente,deixando sair toda essa camada de fogo irrascível que me absorve, destrói e aos poucos me mata.Diabólico, assustador, mas muito próprio...
Liberto-me da infâmia de um corpo corrupto, procurando uma locomoção diferente da que venho tendo e adquirido. Em cada falha, vejo sofrimento, uns lábios vazios de vida,um olhar sedento de liberdade... Modelos crús de ruina e miséria.O amor entre partes é o ódio e a vingança.
Liberto-me por entre as brechas e as rachas de uma carcaça há muito putrefacta e encontro-me novamente unido sob a tua forte presença...
Resisto á morte física e vivo a teu lado com um espírito empreendedor, ciente do que desejo e amplamente acredito.Contigo serei eterno, contigo serei real !
Noiva de Cristo...
Porque me sorriste, porque cantaste por mim ?
Dizem que Deus está dentro de nós...
Por vezes está, mas não da forma que desejei...
Deus torna-se meu amante, confidente e amo-O também.
Para se ser amado por Deus sem a Sua divina graça
Para se ver quem se esconde por trás Dele...
Resta esperar o dia do julgamento.
Será que aguardas ?
Porque me sorriste, porque cantaste por mim ?
Dizem que Deus está dentro de nós...
Por vezes está, mas não da forma que desejei...
Deus torna-se meu amante, confidente e amo-O também.
Para se ser amado por Deus sem a Sua divina graça
Para se ver quem se esconde por trás Dele...
Resta esperar o dia do julgamento.
Será que aguardas ?
Amizade Em Negativo
Amizade ...
Sabes senti-la ?
Preferes dá-la ...
O que é afinal ?
Algo que dás...
Algo que recebes...
Pedes para a ter ?
Fazes para a dar ?
Cristal de quebrar
Confiança no ser
Agre este crer...
Em que confiar ?
Preciso de provas.
Preciso de atitudes...
Cardos, rosas
Largo as inquietudes
Decidirei depois...
Desisti de a procurar
Virá ter comigo
Se assim quizer...
Se por assim fizer !
Abdico dela...
Nunca precisei.
Nunca a senti !
Sempre a darei.
Até ao meu fim.
Retirado de um mini-livro de poemas escrito por mim.
Amizade ...
Sabes senti-la ?
Preferes dá-la ...
O que é afinal ?
Algo que dás...
Algo que recebes...
Pedes para a ter ?
Fazes para a dar ?
Cristal de quebrar
Confiança no ser
Agre este crer...
Em que confiar ?
Preciso de provas.
Preciso de atitudes...
Cardos, rosas
Largo as inquietudes
Decidirei depois...
Desisti de a procurar
Virá ter comigo
Se assim quizer...
Se por assim fizer !
Abdico dela...
Nunca precisei.
Nunca a senti !
Sempre a darei.
Até ao meu fim.
Retirado de um mini-livro de poemas escrito por mim.
terça-feira, março 23, 2004
Para uma pessoa mto especial !
Há muito tempo que penso em escrever-te alguma coisa a falar do sentido da amizade, essa coisa que nos envolve de maneira tão natural que nem nos preocupamos muito em perceber, ao certo, o que ela significa. Talvez eu não consiga expressar ao certo esse tal significado, mas é bom saber que existe alguém como tu a torcer por mim... Quero que saibas, também, que tenho sempre pensamentos positivos em relação ao que fazes e desejo que tenhas muito sucesso, sempre.
Isso porque o amigo é aquele alguém que está sempre pronto a apoiar-nos, mesmo que em alguns momentos não concorde plenamente com o que estamos a pensar ou fazer e que, então, nesses momentos, não hesita em expressar o seu ponto-de-vista, apenas com o intuito de iluminar um pouco mais o nosso caminho.
É assim mesmo que faz o verdadeiro amigo, com liberdade e segurança, pois tem a certeza de que uma opinião divergente não será capaz de alterar um sentimento profundo de confiança recíproca e sincera.
Há muito tempo que penso em escrever-te alguma coisa a falar do sentido da amizade, essa coisa que nos envolve de maneira tão natural que nem nos preocupamos muito em perceber, ao certo, o que ela significa. Talvez eu não consiga expressar ao certo esse tal significado, mas é bom saber que existe alguém como tu a torcer por mim... Quero que saibas, também, que tenho sempre pensamentos positivos em relação ao que fazes e desejo que tenhas muito sucesso, sempre.
Isso porque o amigo é aquele alguém que está sempre pronto a apoiar-nos, mesmo que em alguns momentos não concorde plenamente com o que estamos a pensar ou fazer e que, então, nesses momentos, não hesita em expressar o seu ponto-de-vista, apenas com o intuito de iluminar um pouco mais o nosso caminho.
É assim mesmo que faz o verdadeiro amigo, com liberdade e segurança, pois tem a certeza de que uma opinião divergente não será capaz de alterar um sentimento profundo de confiança recíproca e sincera.
sábado, março 13, 2004
Weird isn't it ?
First of all, I would like to greet the ones who have kindly gifted me with their art, support, love, affair and everything with a truly heart of their own...
Today I woke up with a strange fear of being under attack of some crazy lunatics like the ones who bombed Madrid yesterday.
I toke a bath, get dressed and my soul was in pain, like if it was hailed with sharpened swords or blades.
The cold freezing, the small rain drops and all the atmosphere surrounding me, scared... Every corner, every street I passed, I left my mind hanging around and thought, how could it be if this kind of terror happened right next to me ?
I didn't know nothing, I couldn't imagine clearly and every single slide that I was trying to pass, simply was disturbed images of something that I couldn't really perform.
Thank God I'm alive, thank God I can't imagine all that terror, thank God for all the people that He saved...
Hail and Punish everyone who's behind this chapter...
First of all, I would like to greet the ones who have kindly gifted me with their art, support, love, affair and everything with a truly heart of their own...
Today I woke up with a strange fear of being under attack of some crazy lunatics like the ones who bombed Madrid yesterday.
I toke a bath, get dressed and my soul was in pain, like if it was hailed with sharpened swords or blades.
The cold freezing, the small rain drops and all the atmosphere surrounding me, scared... Every corner, every street I passed, I left my mind hanging around and thought, how could it be if this kind of terror happened right next to me ?
I didn't know nothing, I couldn't imagine clearly and every single slide that I was trying to pass, simply was disturbed images of something that I couldn't really perform.
Thank God I'm alive, thank God I can't imagine all that terror, thank God for all the people that He saved...
Hail and Punish everyone who's behind this chapter...
Subscrever:
Mensagens (Atom)